Do poder secreto das mulheres: cinco fragmentos do meu “Livro de Eros” - Casimiro de Brito
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Só a morte limpa e cura. E só as mulheres, tal como a morte, têm o poder para escolher, depurar, filtrar, separar do rebanho dos que vão morrer os que lhe dão, ó ciência enigmática, mais garantias de futuro — ou sob a forma de filhos ou de outras hipóteses de sobrevivência, de prazer, de paixão silenciosa.
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Sinto-me tão próximo das mulheres como se devem sentir os rios de sangue e luz que as irrigam da cabeça aos pés. Talvez algumas, e então serei feliz, sintam por mim o mesmo, já que viemos, ambos, da mesma estrela, essa que há muito se perdeu.
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A mulher, desde a que foi gravada nas cavernas paleolíticas até às mulheres virtuais de que o mundo está cheio, é uma fonte de prazer. Mas todo o prazer que lhe for dado será pouco, ela merece sempre um pouco mais.
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Contigo, e sem precisar de sair de ti, possuo todas as mulheres do mundo, quero dizer, as mulheres de que poderia gostar. Pois tanto te multiplicas. Agrada-me ser o teu palco e que sejas o meu.
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Amo como quem anda à procura de um novo paraíso. Da mãe eterna. O número de caminhos é infinito.
Casimiro de Brito
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