sábado, 26 de maio de 2012

"Na Estrada", novo filme de Walter Salles noFestival de Cannes

Cinco anos de sexo, drogas e jazz, on the road, na estrada. Depois de amanhã, quarta-feira, 23 de maio, o filme baseado no livro mítico de Jack Kerouac terá seu primeiro grande teste internacional, no Festival de Cannes, cercado de muita expectativa – e da torcida brasileira pelo sucesso de seu cineasta contemporâneo maior. O relato dessa longa viagem de jovens amigos que atravessam os Estados Unidos nos anos 50, transando, bebendo, escrevendo e delirando em busca da última fronteira americana, e também de si mesmos e de uma vida mais libertária e menos burguesa, foi publicado em 1957 – mas só virou filme agora, em 2012, pelo olhar sensível de um diretor carioca, Walter Salles. No Brasil, o livro On the road – a bíblia da cultura beatnik, escrita de um fôlego só por Jack Kerouac, morto de cirrose aos 47 anos – foi publicado sob o título de Pé na estrada, mas apenas em 1984, durante a redemocratização brasileira. Porque, antes, era considerado “subversivo”. A estreia em nossos cinemas foi confirmada para dia 15 de junho. “A primeira atriz que eu convidei”, diz Salles, “foi a Kirsten Dunst, logo em 2005, ao ser convidado por Coppola a dirigir o filme. A Kirsten faz a Camille, na vida real Carolyn Cassady, hoje vivendo na Inglaterra com quase 90 anos (Carolyn foi mulher de Neal Cassady e vivia um triângulo amoroso e permitido com o melhor amigo do marido, Jack Kerouac). Sempre fui um fã da precisão que a Kirsten tem, de sua capacidade de dizer tanto, parecendo fazer tão pouco. Ela é uma camaleoa”. Além de Kirsten Dunst, a outra lourinha que arrasa no novo filme é Kristen Stewart (Marylou), da série Crepúsculo e do filme de Sean Penn, Na Natureza Selvagem (Into the wild), onde interpreta uma adolescente de 16 anos. Por todos os lados, em cada esquina de Paris, vemos cartazes de Sur la route (On the road ou Na Estrada). A divulgação é maciça e profissional. O filme não só participa da competição em Cannes, mas estreia nos cinemas franceses. Existe uma forte aposta da mídia especializada, que considera o filme um dos favoritos para a Palma de Ouro em Cannes – num momento em que a Europa vive uma onda de contestação. Mas Salles não se deixa envolver por esse favoritismo. “Só desejo”, diz ele, “que o filme seja tão polêmico quanto o livro e, em vez de despertar unanimidade, crie opiniões pró e contra. E filmes polêmicos não costumam ser premiados em Cannes”. Conversei com Salles num café familiar e tradicional da Rive Gauche em Paris, onde ele é muito mais que um diretor de cinema festejado – é um cliente fiel, um vizinho simples e afetuoso, recebido com beijos e abraços pelos donos do café. Fã desde os 17 anos de “filmes de estrada” (road-movies), Salles dirigiu Central do Brasil, com Fernanda Montenegro, e Diários de Motocicleta, sobre a juventude do Che. Ganhou mais de 140 prêmios internacionais. Para embarcar com seriedade em “Na estrada”, confirmou sua reputação de perfeccionista: realizou, ao longo de seis anos, de 2005 a 2010, um documentário sobre a vida de Kerouac e os personagens que conviveram com ele. Um documentário que ainda nem foi editado, mas que deu a Salles a segurança para embarcar na ficção, e numa história aguardada por uma legião de adeptos da contracultura beat. A adaptação para as telas, embora seja uma coprodução europeia, leva o nome do Brasil a uma das maiores vitrines mundiais do cinema.
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