domingo, 15 de novembro de 2020

"Abandonei as coisas efémeras..." - Casimiro de Brito


 



Abandonei as coisas efémeras


para me dedicar ao nosso amor


e todas as coisas são efémeras


comparadas com o nosso amor



Apenas a poesia não trairei


porque não posso abandoná-la 


ela não é uma coisa, é um dom


concentrado no chão da fala.



Só a morte nos pode separar.


Mas a morte não existe, é passagem,


abre apenas o mar desta viagem


lembrando que tudo é pó e nada.



Abandonei a relva do caminho


e às duas entrego o meu destino.



Casimiro de Brito


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