quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

"Da nudez" - Encandescente

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 Da nudez

I

Como escrever com métrica apertada
Rigor nos versos, técnica apurada
Sobre o teu corpo nu?
Se nele correm livres os meus dedos
Se nele verte as palavras a minha boca
Se é por instinto que o quero e o percorro
Se nele me sei
Me encontro
E me renovo?
Como conter numa quadra
Num verso alexandrino
Num soneto
O espasmo que arqueia o corpo em prazer
E o grito aberto
Imenso e perfeito
Do orgasmo que não se contém?

II

Teu corpo nu me desafia
Me incita, me estimula
Me provoca
Me dá gula
E eu insana
E eu tremendo
E eu tão louca
Água na boca
Mas tão sedenta
A pele ardendo
As mãos correndo
Os olhos querendo
Teu corpo
E tua nudez.
Ah … Teu corpo nu
E o meu que o abraça
E o meu que o enlaça
E se desembaraça
De roupa e pudor
E o teu corpo alcança
E no teu corpo dança
E no teu corpo é dança
É canto
É chama
E clama e reclama
Prazer e amor.

Encandescente

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