terça-feira, 14 de julho de 2015

Por que tem sido tão difícil mudar as polícias?

Essa foto jamais poderá ser usada para ofender a imagem do fotografado, atentar contra sua honra e dignidade. Seu uso destina-se a fins jornalísticos, informativos, educativos, artísticos e em campanhas humanitárias. Proibida a utilização sem autorização do autor. Para usa-la, entre em contato com lbaltar@gmail.com. Essa foto está resguardada por direitos autorais. Rio de Janeiro xx/xx/2013.

A morte de um jovem negro e pobre, numa periferia brasileira: mais um traço no catálogo da violência policial. Outra vida sepultada sob as patas do Estado. Já não importam palavras e números, curvas e tabelas. Os dados quantificam a tragédia e a diluem. Neutralizam a brutalidade dos processos reais. Convertem a experiência radicalmente singular em mais um caso particular pelo qual o universal se manifesta, encapsulado no conceito. Os conceitos servem ao esclarecimento por meio de categorias equivalentes a outras, permutáveis, moedas de troca cognitivas. O conhecimento é indispensável, mas não abole a dor nem conjura os mistérios da alma humana. A morte de uma pessoa, como sua vida, não é permutável por outra, e nisso reside sua dignidade, fonte dos direitos humanos. O sofrimento é desvão inexpugnável, abismo da linguagem que devora a comunicabilidade. Treva sem fundo, tensionamento refratário à redenção dialética, solidão irremediável. Sobretudo ante situações limite, lutar com palavras é uma luta vã, no entanto lutamos, mal nasce a manhã – dizia Drummond. Por isso este artigo, este grito, de novo, este mantra desidratado.
Para ler o texto completo de Luiz Eduardo Soares clique aqui

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