terça-feira, 27 de março de 2012

FOTOGRAFIA: Desilusão de ótica

Houve um tempo em que o pior insulto que um fotógrafo podia receber, ao mostrar uma imagem, era a de que ela estava “fora de foco”. Apresentar uma foto que não estivesse nítida era um palavrão visual que marcava, por muito tempo, a falta de habilidade em manejar um equipamento e a insensibilidade em mostrar um pedaço de papel contendo alguma coisa nebulosa. Uma habilidade que, se supunha, um bom profissional deveria administrar com a mesma maestria com que um bom espadachim maneja seu sabre ou um bom escritor sua pena.
A tecnologia digital suprimiu a possibilidade de perder a foto decisiva por falta de prática na hora de focar, com a objetiva autofoco e uma avalanche de recursos – sejam eles embutidos nas câmeras, sejam na pós-produção – que permitem a qualquer um fotografar. E quando digo “qualquer um” é isso mesmo que quero dizer; qualquer pessoa pode produzir uma imagem, não é preciso nem prática nem habilidade para apertar o botão de qualquer aparelho e desse ato surgir uma imagem. Se ela é uma boa foto ou não, é outra historia. Mas esse não é o ponto. O ponto é que, hoje, a pior suspeita que se pode levantar sobre um fotógrafo é a de que ele manipulou sua imagem. O palavrão, hoje, se chama photoshop. E o fotógrafo que se atrever a deixar rastros de seu uso, no seu trabalho, passa a ser visto como amador.
Devo lembrar, porém, que a manipulação de imagens não é novidade. Mesmo nos desenhos das paredes da caverna de Lascaux os animais têm uma das quatro patas levantada para dar a percepção de que estavam se movimentando pelas pradarias perigordianas.
Para ler o texto completo de J. R. Duran clique aqui

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