quinta-feira, 16 de junho de 2022

O Brasil é uma heterotopia

 





Foucault identificava uma série de heterotopias de crise biológica, como chamou, e onde ele lia e inscrevia sociedades, como as sociedades ameríndias, nas quais o corpo ganha uma representação coletiva – a puberdade ou a primeira menstruação, por exemplo. Eu diria que nessas sociedades não se trata apenas de uma representação coletiva do corpo, mas sim da possibilidade de criar inscrições dignas do corpo no espaço comum. Enquanto nós ‘evoluímos’ para lugares onde as inscrições sociais dos corpos se fazem apenas pelo que queremos de fato excluir: assassinatos, estupros, violências, entre outros. Ou seja: o desprezo e o controle sobre os corpos são a marca política característica das sociedades ocidentais. São elas mesmas que criam a lista dos desvios e o modo das transgressões. Os indesejáveis e os descartáveis. Para ler o texto de Ana Kiffer clique aqui







 Euclides da Cunha, racismo e a crítica ao massacre de Canudos




O sertanejo é, antes de tudo, um forte”. Não, isso não é a positivação da mestiçagem sertaneja em “Os Sertões” (1901-1902) de Euclides da Cunha (1866-1909). Depois desta frase, segue: “Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços neurastênicos do litoral”. Euclides da Cunha postula a relação entre mestiçagem e doença mental conforme o ambiente socioambiental. Mas falar que é racismo e pôr um ponto final simplifica tudo sobre a possibilidade de ver e localizar adequadamente a sua conduta crítica contra o massacre de Canudos e contra a imprensa patriótica republicana que abordou tal evento. Para ler o texto de Alexander Martins Vianna clique aqui


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