quarta-feira, 28 de março de 2012

Da cegueira colectiva à aprendizagem da insensibilidade - MIA COUTO


Quero, antes de mais saudar os professores.
Durante anos, fui professor. E quando digo isto há uma emoção fortíssima que me atravessa. Eu não sei se há profissão mais nobre do que a de ensinar. E digo ensinar porque existe uma diferença sensível entre ensinar e dar aulas. O professor no sentido de mestre é aquele que dá lições.
Os professores que mais me marcaram na vida foram os que me ensinaram coisas que estavam bem para além da matéria escolar. Não esqueço nunca um professor da escola primária que um dia leu, comovido, um texto escrito por ele mesmo. Logo na declaração da sua intenção nasceu o primeiro espanto: nós, os alunos, é que fazíamos redações, nós é que as líamos em voz alta para ele nos corrigir. Como é que aquele homem grande se sujeitava àquela inversão de papéis? Como é que aceitava fazer algo que só faz quem ainda está a aprender?
Lembro-me como se fosse hoje: o professor era um homem muito alto e seco e, nesse dia, ele subiu ao estrado da sala segurando, nos dedos trémulos, um caderno escolar. E era como se ele se transfigurasse num menino frágil, em flagrante prestação de provas. Parecia um mastro, solitário e desprotegido. Só a sua alma o podia salvar.
Depois, quando anunciou o título da redação veio a surpresa do tema que parecia quase infantil: o professor iria falar das mãos da sua mãe. Éramos crianças e estranhámos que um adulto (e ainda por cima com o estatuto dele) partilhasse connosco esse tipo de sentimento. Mas o que a seguir escutei foi bem mais do que um espanto: ele falava da sua progenitora como eu podia falar da minha própria mãe. Também eu conhecera essas mesmas mãos marcadas pelo trabalho, enrugadas pela dureza da vida, sem nunca conhecerem o bálsamo de nenhum cosmético. No final, o texto acabava sem nenhum artifício, sem nenhuma construção literária. Simplesmente, terminava assim, e eu cito de cor: "é isto que te quero dizer, mãe, dizer-te que me orgulho tanto das tuas mãos calejadas, dizer-te isso agora que não posso senão lembrar o carinho do teu eterno gesto."
Havia qualquer coisa de profundamente verdadeiro, qualquer coisa diversa naquele texto que o demarcava dos outros textos do manual escolar. É que não surgia ali, em destacado, uma conclusão moral afixada como uma grande proclamação, uma espécie de bandeira hasteada. Aquele momento não foi uma aula. Foi uma lição que sucedeu do mesmo modo como vivemos as coisas mais profundas: aprendemos, sem saber que estamos aprendendo. Lembro este episódio como uma homenagem a todos os professores, a esses abnegados trabalhadores que todos os dias entregam tanto ao futuro deste país.
Comecei por saudar os professores. Parece que me esqueci dos estudantes. Ou que os coloquei em segundo plano. Mas não.
Todos somos professores, mesmo que não o saibamos. Perante os outros, perante os nossos pais, perante os amigos, perante nós mesmos, com bons ou maus exemplos, com tristes ou gratificantes lições, todos somos professores. Um dos maiores professores do nosso tempo é um homem que nunca deu aulas. É um homem que ensinou a sermos mais humanos. Mais do que isso, é um homem que ensinou a ter esperança num mundo tão desesperançado. Esse professor de toda a humanidade, de todas as raças e credos, é um africano. Chama-se Nelson Mandela. A sua vida foi uma interminável lição. Mandela é hoje uma bandeira mundial não apenas porque foi um político que dignificou a política, mas porque nos dignificou a todos nós, seres humanos.

Para ler o texto completo de Mia Couto clique aqui

terça-feira, 27 de março de 2012

Como a internet está sendo atacada — e defendida!

Não se engane, a internet está sob ataque. Desde o começo do ano já tivemos algumas batalhas sangrentas. O Megaupload foi fechado e seus diretores presos – perdemos essa. O governo americano tentou emplacar uma série de leis e tomou porrada do mundo todo, inclusive de gigantes como google, facebook e wikipediaganhamos essa.
Há algumas semanas Eric Raymond, um dos caras que ajudou a criar o movimento open source e um dos hackers mais respeitados que tem por aí, escreveu uma carta aberta a um dos senadores americanos que estão nessa briga. É uma verdadeira declaração de guerra! “Não mexa com nossa internet!” . No começo do ano, o grupo Anonymous também declarou guerra e vem desde então promovendo uma série de ataques. Agora em março, estão promovendo um boicote a indústria do entretenimento, o março negro.
E eu? E você? O que fazemos no meio desse tiroteio? Assistimos as notícias na TV? Curtimos links no facebook? Nâo. Nós temos papel fundamental nessa história. Eu separei aqui três coisas que considero fundamentais fazer a partir de agora: entender o que está em jogo (para que você possa assumir uma posição bem definida), diminuir nossa vulnerabilidade (para que fique mais difícil de atacarem nossas liberdades) e incentivar a produção independente (ninguém sabe como esse novo modelo que está surgindo vai ser, ajude a inventá-lo!).
Para ler o texto completo de Leo Germani clique aqui

FOTOGRAFIA: Desilusão de ótica

Houve um tempo em que o pior insulto que um fotógrafo podia receber, ao mostrar uma imagem, era a de que ela estava “fora de foco”. Apresentar uma foto que não estivesse nítida era um palavrão visual que marcava, por muito tempo, a falta de habilidade em manejar um equipamento e a insensibilidade em mostrar um pedaço de papel contendo alguma coisa nebulosa. Uma habilidade que, se supunha, um bom profissional deveria administrar com a mesma maestria com que um bom espadachim maneja seu sabre ou um bom escritor sua pena.
A tecnologia digital suprimiu a possibilidade de perder a foto decisiva por falta de prática na hora de focar, com a objetiva autofoco e uma avalanche de recursos – sejam eles embutidos nas câmeras, sejam na pós-produção – que permitem a qualquer um fotografar. E quando digo “qualquer um” é isso mesmo que quero dizer; qualquer pessoa pode produzir uma imagem, não é preciso nem prática nem habilidade para apertar o botão de qualquer aparelho e desse ato surgir uma imagem. Se ela é uma boa foto ou não, é outra historia. Mas esse não é o ponto. O ponto é que, hoje, a pior suspeita que se pode levantar sobre um fotógrafo é a de que ele manipulou sua imagem. O palavrão, hoje, se chama photoshop. E o fotógrafo que se atrever a deixar rastros de seu uso, no seu trabalho, passa a ser visto como amador.
Devo lembrar, porém, que a manipulação de imagens não é novidade. Mesmo nos desenhos das paredes da caverna de Lascaux os animais têm uma das quatro patas levantada para dar a percepção de que estavam se movimentando pelas pradarias perigordianas.
Para ler o texto completo de J. R. Duran clique aqui

Inviáveis soluções para as crises - Entrevista a David Harvey

O geógrafo britânico David Harvey é um dos principais intelectuais marxistas de hoje e está entre os vinte cientistas sociais mais citados em todo o mundo. Actualmente é professor na City University of New York e esteve no Brasil recentemente para o lançamento do seu livro O Enigma do Capital e as Crises do Capitalismo, publicado pela Editora Boitempo. A análise de Harvey sobre a crise no modo de produção capitalista tem sido sistemática nas últimas décadas, desde o livro clássico The Limits to Capital (Os Limites do Capital) publicado originalmente em 1982. O autor resgata o pensamento de Marx de forma complexa e ao mesmo tempo didáctica, para mostrar criticamente as contradições inerentes ao capitalismo, com a intenção de apontar possibilidades de superação deste modo de produção.    
Leia a entrevista a David Harvey aqui

Ocidente equipa serviços de espionagem de países que condena

As potências que no interior do Conselho de Segurança da ONU promovem resoluções em defesa dos Direitos Humanos ou para condenar o regime sírio, egípcio, líbio ou iraniano são as mesmas que venderam a esses regimes o material tecnológico necessário para vigiar e reprimir a oposição. A hipocrisia é uma regra de ouro: a comunidade internacional invoca os valores por um lado e, pelo outro, entrega os instrumentos tecnológicos usados para violar esses valores.
O artigo completo de Eduardo Febbro pode ser lido aqui

Taimane's Toccata - Uma interpretação surpreendente


Taimane começou a tocar o ukulele* aos cinco anos de idade. Mais tarde, participava como backing nas ruas com o grupo Waikiki Beach Boys. Taimane foi descoberta pelo lendário crooner havaiano Don Ho, e logo se tornou destaque em seu show. A partir daí, sua popularidade cresceu. Já se apresentou em Las Vegas, Califórnia, Canadá, Japão, Nova Zelândia e Samoa e tem igualmente participado em festivais internacionais de cinema. É também compositora e seu estilo de tocar é único. Tem a capacidade de transformar gêneros, do clássico ao rock, do clássico ao flamenco, sem nunca perder o estilo muito próprio. Suas performances são elegantes e vibrantes, e sua presença em palco é simultaneamente avassaladora e cativante, motivando o público a querer sempre mais. Veja sua interpretação no vídeo aqui
*O ukulele é um instrumento musical de cordas beliscadas, geralmente com 4 cordas de tripa ou, mais usualmente, com materiais sintéticos como nylon, fluorcarbono, entre outros. Tem sua origem no século 19 como uma versão do cavaquinho, instrumento levado pelos habitantes da Ilha da Madeira, quando estes emigraram para o Havaí para trabalhar no cultivo da cana-de-açúcar. Ukulele, no idioma havaiano, quer dizer “pulga saltitante”.

domingo, 25 de março de 2012

Dissecando o custo humano dos iPhones

O movimento norte-americano contra as más condições de trabalho nasceu no dia em que descobrimos como nossos tênis Nike eram costurados. Duas décadas mais tarde, descobrimos como nossos adorados iPhones são feitos, dando à Apple o seu próprio “momento Nike”.
Para ler o artigo completo de Eduardo Porter clique aqui

sábado, 24 de março de 2012

O que é narcisismo?

Muitas vezes a palavra “narcisismo” é utilizada no senso comum de maneira pejorativa, para designar um excesso de apreço por si mesmo. Para a psicanálise, trata se de um aspecto fundamental para a constituição do sujeito. Um tanto de amor por si é necessário para confirmar e sustentar a autoestima, mas o exagero é sinal de fixação numa identificação vivida na infância.
A ilusão infantil de que o mundo gira ao nosso redor é decisiva nessa fase, mas para o desenvolvimento saudável é necessário que se dissipe, conforme deparamos com frustrações e descobrimos que não ser o centro do universo tem suas vantagens. Afinal, ser “tudo” para alguém (como acreditamos, ainda bem pequenos, ser para nossa mãe) é um fardo pesado demais para qualquer pessoa. Alguns, no entanto, se iludem com o fascínio do papel e passam sua vida almejando o modelo inatingível de perfeição. Pra ler o texto completo de Maria Laurinda Ribeiro de Souza clique aqui

O mundo que lê - Entrevista a Roger Chartier

A humanidade nunca leu tanto quanto hoje. Por um lado, a era digital faz com que os textos estejam mais disseminados. De outro, a população mundial é cada vez mais alfabetizada. Nesse cenário, descrito pelo historiador francês Roger Chartier, é papel da escola ensinar aos jovens que existem diferentes formas de ler para diferentes necessidades. E, se as salas de aula devem incorporar a presença de computadores, internet e tablets como ferramentas, também é fundamental que os professores continuem a trabalhar a leitura de livros clássicos. "Não porque eles são 'clássicos', mas porque, com outros, mas talvez melhor do que outros textos, ajudam a pensar sobre o mundo, natural ou social, a compreender as relações com os outros, a fazer as perguntas essenciais da existência e a desenvolver uma crítica às instituições, às informações, às autoridades", defende Chartier. Profundamente respeitado e estudado no Brasil e no mundo, Chartier é professor da Universidade da Pensilvânia e do Collège de France, diretor de estudos da École des Hautes Études en Sciences Sociales (Ehess), uma das mais importantes faculdades de história do mundo, e é considerado atualmente um dos principais pensadores no que se refere à história do livro e dos hábitos sociais de leitura. Em entrevista à repórter Carmen Guerreiro, o historiador francês fala sobre a importância das diferentes plataformas digitais para a leitura no mundo de hoje, e também frisa sua tese de que o texto muda de acordo com o meio no qual foi publicado - porque mudam também a formatação, a maneira de folhear ou fazer referências, a atenção que se exige. Além disso, o texto está sujeito ao próprio contexto de quem o lê. Para ele, classe social, idade, sexo, religião e outras características são fundamentais para determinar que tipo de leitura uma pessoa fará de um texto. Chartier lembra, no entanto, que na escola a leitura não pode ser reduzida a "exigências utilitárias". "Os livros devem também fazer sonhar, divertir, permitir a reflexão, desenvolver o espírito crítico", afirma.
Leia entrevista de Roger Chartier aqui

sexta-feira, 23 de março de 2012

O direito ao próprio corpo

Leis sobre sexualidade, aborto, eutanásia, esterilização, drogas, liberdade de expressão e privacidade, entre outras, muitas vezes limitam um direito que deveria ser fundamental para qualquer ser humano. O reconhecimento da autonomia do indivíduo sobre seu corpo é um dos principais desafios jurídicos atuais.
Para ler o texto completo de Túlio Viana clique aqui

quinta-feira, 22 de março de 2012

Documentário: Brasil uma história inconveniente


Portugal, Brasil e diversas nações africanas foram responsáveis pela maior emigração forçada da história da humanidade.
“Brazil: An Inconvenient History” é um documentário dedicado ao passado colonial do Brasil, realizado em 2000 por Phil Grabsky, para a BBC/History Channel. Ganhou um Gold Remi Award no Houston International Film Festival em 2001.
A "história inconveniente do Brasil" é uma história inconveniente de Portugal até 1808 (invasões francesas e fuga da corte para o Brasil) e do Brasil até 1888 (abolição oficial da escravatura) e dos diversos reinos africanos (capturavam e vendiam escravos aos traficantes). Uma história inconveniente para todos (à excepção dos próprios escravos).

CONTEXTO HISTÓRICO: ESTIMATIVAS GROSSEIRAS:

40% dos escravos capturados não sobreviviam ao percurso no interior do continente africano (até ao litoral onde eram vendidos)
15% dos escravos embarcados não sobrevivia à travessia do Atlântico
40% de todos os escravos que sobreviviam à travessia do Atlântico eram destinados ao Brasil.
4% e todos os escravos iam para os EUA.
Vindos de Angola, chegaram ao Brasil 10 vezes mais escravos do que os destinados aos EUA.
Chegou uma época em que a metade da população brasileira era constituída por escravos.
O Brasil teve o maior comércio de escravos.
O Brasil foi o último país a abolir a escravidão, em 1888.

CONTEXTO HISTÓRICO: TRÁFICO DE ESCRAVOS PARA O BRASIL:

Portugueses, brasileiros e mais tarde holandeses dominaram um comércio que envolveu a movimentação de milhares de pessoas.
O comércio de escravos estava solidamente implantado no continente Africano e existiu durante milhares de anos. Nações Africanas como os Ashanti do Gana e os Yoruba da Nigéria tinham as suas economias assentes no comércio de escravos.
Quando Catarina de Áustria (1559) autoriza o tráfico de escravos para o Brasil o comércio de escravos oriundos da África, que antes era dominado pelos Africanos, passa a ser também dominado por Europeus.
O tráfico de escravos para o Brasil não era exclusivo de comerciantes brancos europeus e brasileiros, mas era uma atividade em que os pumbeiros, que eram mestiços, negros livres e também ex-escravos e não só se dedicavam ao tráfico de escravos como controlavam o comércio costeiro -- no caso de Angola, também parte do comércio interior -- para além de fazerem o papel de mediadores no comércio de escravos da África Atlântica. Refira-se Francisco Félix de Sousa, alforriado aos 17 anos, foi considerado o maior traficante de escravos brasileiro.

CONTEXTO HISTÓRICO: OS PRIMEIROS ESCRAVOS E A LEGALIZAÇÃO DA ESCRAVATURA:

A coroa Portuguesa autorizou a escravatura com a bênção papal, documentada nas bulas de Nicolau V, Dum e Divino Amorecommuniti, ambas de 1452, que autorizavam os portugueses a reduzirem os africanos à condição de escravos com o intuito de os cristianizar.
A regulamentação da escravatura era legislada nas ordenações manuelinas, a adopção da escravatura vinha assim tentar ultrapassar a grande falta de mão de obra, que também se verificava por toda a Europa, devido à recorrência de epidemias muitas provenientes de África e do Oriente. até a primeira metade do século XV a população portuguesa apresentou queda demográfica constante.
Diversas nações africanas tinham as suas economias dependentes do tráfico de escravos e viam o comércio de escravos com os europeus como mais uma oportunidade de negócio.
O mais antigo registro de envio de escravos africanos para o Brasil data de 1533 quando Pero de Góis, Capitão-Mor da Costa do Brasil, solicitou ao Rei a remessa de 17 negros para a sua capitania de São Tomé (Paraíba do Sul/Macaé)
Seguidamente, por Alvará de 29 de Março de 1559, D. Catarina de Áustria, regente de Portugal, autorizou cada senhor de engenho do Brasil, mediante certidão passada pelo governador-geral, a importar até 120 escravos.

CONTEXTO HISTÓRICO: COMO O AFRICANO SE TORNAVA ESCRAVO

Quando os portugueses chegaram a África encontraram um mercado africano de escravos largamente implementado e bastante extenso.
Os africanos eram escravizados por diversos motivos antes de serem adquiridos:
- prisioneiro de guerra
- punição para quem fosse condenado por roubo, assassinato, feitiçaria e, às vezes, adultério
- penhora, as pessoas eram penhoradas como garantia para o pagamento de dívidas.
- rapto individual ou de um grupo pequeno de pessoas no ataque a pequenas vilas,
- troca de um membro da comunidade por comida
- como pagamento de tributo a outro chefe tribal
A taxa de mortalidade dos africanos no percurso que faziam desde o local em que eram capturados até ao litoral onde eram vendidos ou embarcados estima-se em 40/%. Durante a travessia do Atlantico a taxa de mortalidade era menor e situa-se em cerca de 15%.
Para ver o documentário “Brazil: An Inconvenient History” clique aqui

"O socialismo jurídico" de Engels e Kautsky

O socialismo jurídico é uma das obras clássicas do marxismo sobre a relação entre o direito e o capitalismo. “Engels e Kautsky dedicam esta obra justamente a combater o socialismo dos juristas – ou o socialismo por meio do direito. O direito é, irremediavelmente, uma forma do capitalismo. Assim sendo, é a revolução – e não a reforma por meio de instituições jurídicas – a única opção realmente transformadora das condições das classes trabalhadoras”, diz o professor Alysson Leandro Mascaro (Direito/USP).
Para ler o texto completo clique aqui 

quarta-feira, 21 de março de 2012

Arquétipos e caricaturas do negro no cinema brasileiro

Um dos questionamentos mais frequentes feitos ao cinema brasileiro por intelectuais e artistas negros é o de que nossos filmes não apresentam personagens reais individualizados, mas apenas arquétipos e/ou caricaturas: “o escravo”, “o sambista”, “a mulata boazuda”. A acusação é pertinente, embora o cinema brasileiro moderno prefira em geral personagens desse tipo, esquemáticos ou simbólicos, negros ou não.
Para ler o texto completo de João Carlos Rodrigues clique aqui

segunda-feira, 19 de março de 2012

Sistema educacional é um importante instrumento a perpetuar a desigualdade


O Brasil chegou a ser, há não muito tempo atrás, o país com a pior distribuição de renda em todo o mundo. Embora essa situação tenha melhorado nos últimos anos, continuamos em uma posição muito ruim – o nono pior índice de Gini (1) entre 107 países relacionados pelo Banco Mundial – e estamos evoluindo muito lentamente. Em apenas cinco países os 10% mais pobres têm uma participação na renda nacional menor do que os 10% mais pobres no Brasil e em apenas dois países os 10% mais ricos abocanham uma fração da renda nacional maior do que no Brasil.
Para ler o artigo completo de Octaviano Helene, clique aqui

sábado, 17 de março de 2012

Fenômeno Kony: redes, manipulação e resposta

O ineditismo de um vídeo de 29 minutos não é o único fator que faz de KONY2012 um fenômeno da internet. Com mais de 100 milhões de “views” em menos de uma semana, o documentário produzido pela organização humanitária californiana Invisible Children tornou-se o “viral” de difusão mais rápida desde o surgimento da internet, e a campanha de captação de recursos mais bem sucedida dos últimos anos.
Personagens reais, celebridades como Oprah, Rihanna, exércitos de jovens lindos e loiros interagindo com políticos “do bem” compõem uma trama nada simples mas com uma mensagem clara: Precisamos parar KONY! E faremos isso pela mobilização da opinião pública para a autorização da instalação de uma base militar americana em Uganda que vai…parar KONY. (Stop KONY!)
Para ler o artigo completo de Marina Barros clique aqui

Mais estudos desmentem emissoras de TV

A ANDI - Comunicação e Direitos e o Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social publicaram o documento “Mídia e infância: o impacto da exposição de crianças e adolescentes a cenas de sexo e violência na televisão” que, em dez páginas, faz o levantamento dos principais estudos elaborados em diversos países sobre o tema.
A pesquisa apresenta estudos sobre os impactos da exposição de crianças e adolescentes a cenas televisivas de sexo e violência desenvolvidas há várias décadas em diversos países. A conclusão é que, majoritariamente, o contato regular de garotos e garotas com conteúdos inadequados pode levar a sérias consequências, como comportamentos de imitação, agressão, medo, ansiedade, concepções errôneas sobre a violência real e sexualização precoce.
Para ler o texto completo de Cecília Bizerra clique aqui

Artigos Científicos: Revendo tradições

Os cientistas usam cada vez mais a internet para criar ferramentas que auxiliam na pesquisa e em sua divulgação. A mais recente novidade, que promete abalar tradições, é o site Peerage of Science(PoS). Criada por biólogos finlandeses, a página é uma espécie de plataforma de troca de favores que apresenta uma nova – e mais rápida – maneira de submeter artigos, proceder com a revisão por pares e selecionar trabalhos para publicação. O site funciona como uma comunidade virtual. Qualquer um que prove ser um pesquisador pode subir seu artigo para ser avaliado pelos mais de 500 cientistas de mais 30 países que compõem o corpo de revisores e, quem sabe, receber uma oferta de publicação em um dos periódicos cadastrados no projeto.
Para ler o artigo completo de Sofia Moutinho clique aqui

Onde você mostra o seu machismo?

Em 2004, cerca de quarenta organizações da sociedade civil, entre ONGs e movimentos sociais, uniram-se numa campanha chamada “Diálogos Contra o Racismo”. Foram produzidos artigos, cartazes e vídeos, disponíveis num website. O mote inicial da campanha é muito sagaz: “Onde você guarda o seu racismo?”. A resposta é ainda mais: “Não guarde, jogue fora”. A ideia é que não há racismo sem racistas. Quer dizer, além de uma série de políticas públicas pró-igualdade racial, ainda é preciso levar de fato as pessoas a refletirem sobre seu próprio racismo.
Por mais que ainda haja muito (e muito mesmo) o que avançar na luta anti-racista, é evidente que algumas pequenas vitórias já podem ser observadas. As mais significativas são, na minha opinião, o fato de muita gente hoje se envergonhar de ser racista e os desdobramentos dete fato: O CONAR puniu e retirou do ar (ainda que de forma limitada) propagandas de teor racista. Há cotas em diversas universidades brasileiras, mesmo que este ainda seja um assunto polêmico.
O mesmo não acontece, infelizmente, com o machismo.
Para ler o artigo completo de Marília Moschkovich clique aqui

E a multimídia chega à investigação científica

A proliferação das câmeras digitais e celulares capazes de gravar imagens em movimento, a disseminação da internet em banda larga e a popularidade dos repositórios de vídeos como o YouTube estão aos poucos dando novos contornos à prática científica. Mais do que mero material de apoio, os vídeos para internet são hoje inspiradores de pesquisas, suporte para a apresentação de resultados e ferramenta de acesso ao objeto de estudo.
Para ler o artigo completo de Bernardo Esteves clique aqui

segunda-feira, 12 de março de 2012

O renascer do Estado-Nação

A crise financeira mundial abalou o mito do fim dos Estados nacionais. Quem socorreu os bancos, injetou liquidez, promoveu incentivos fiscais e estabeleceu as redes de segurança para os desempregados, para impedir uma catástrofe crescente? Quem está reescrevendo as regras de fiscalização e a regulamentação do mercado financeiro para evitar outro incidente? Quem recebe a maior parte da culpa por tudo o que corre mal? A resposta é sempre a mesma: os governos nacionais. O artigo completo de Dani Rodrik pode ser lido aqui

URGENTEMENTE - Eugénio de Andrade


URGENTEMENTE

É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.


É urgente destruir certas palavras,
Ódio, solidão e crueldade,
Alguns lamentos,
Muitas espadas.

É urgente inventar a alegria,
Multiplicar as searas,
É urgente descobrir rosas e rios
E manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz
Impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
Permanecer.

Eugénio de Andrade, Antologia Breve

Fukushima: a crise que não termina

Um ano depois da tragédia, o entulho ainda se acumula, não há reconstrução, o perigo nuclear persiste. E novas revelações mostram que nos dias seguintes à catástrofe a situação esteve mesmo fora de controlo.
Para ler o artigo completo de Tomi Mori clique aqui

domingo, 11 de março de 2012

A família contemporânea em cena: novos pais, novos filhos - Mário Corso e Diana Lichtenstein Corso

Acabou a era da estabilidade no casamento, casa-se com essa esperança, mas poucos estão dispostos a grandes sacrifícios para esse fim. A parentalidade e a intimidade doméstica precisaram ser reinventadas depois de retiradas dos clichês familiares nos quais repousavam. A força das famílias contemporâneas nasce de laços distantes da hierarquia e da tradição: na ficção, os pais são tidos como idiotas, mas são amados; as mães se distraem e ausentam, mas costumam ser consideradas inteligentes e atenciosas; os filhos são endemoniados, mas justos. Aos pequenos cabe construir-se através de muita fantasia, aprendendo a administrar conflitos domésticos, problemas conjugais dos pais, ausências. Desde as histórias tradicionais de crianças que se fizeram sozinhas como as garotas de O Jardim secreto e Matilda , até o irreverente menino de Onde vivem os monstros, elas tiraram forças para seguir adiante a partir da capacidade de fantasiar e brincar. As grandes elaborações infantis ocorrem num território que percorre paisagens como o País das Maravilhas, a Terra do Nunca e o quarto de brinquedos de Toy Story. Entre esses recursos de criatividade e magia, o humor, que chegou até mesmo a transformar os clássicos contos de fadas, é a grande estrela, através da qual a autoridade parental é invocada e contestada ao mesmo tempo. Assista à palestra de Diana Lichtenstein e Mário Corso no vídeo aqui

Ensino religioso em escolas públicas?

Do ofício de jornalista, surgiu o interesse de aprender e pesquisar mais. Foi então um caminho sem volta. Há 20 anos, a jornalsita Stela Guedes Caputo resolveu seguir carreira acadêmica para aprofundar seus estudos sobre religião e escola, mais precisamente sobre terreiros de candomblé, crianças e escolas. Stela resolveu fazer mestrado, doutorado e pós-doutorado. Hoje, ela integra o quadro docente da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
O estudo virou livro. Educação nos terreiros (Editora Pallas) será lançado no corrente mês de Março.
Em entrevista à revistapontocom, Stela adianta algumas conclusões de seu estudo. Traça uma breve historiografia do Ensino Religioso no Brasil e, em particular, no Rio de Janeiro. Mostra a importância de a sociedade conhecer o tema e se posicionar.
Leia a entrevista completa concedida a Marcus Tavares aqui

sexta-feira, 9 de março de 2012

Bilhete de Chico Buarque à diarista é considerado magistral

Um grupo de semioticistas da UNICAMP estudará a despensa de Chico Buarque. “As compras de supermercado dele são geniais”, disse um deles.

LEBLON – “Socorro, por favor deixa um guisadinho de abóbora com carne para o fim de semana. Obrigado, Chico.” Escrito na última sexta-feira por Chico Buarque e endereçado à sua diarista Maria do Socorro, o bilhete veio a público ontem e foi imediatamente considerado excepcional por boa parte da crítica brasileira.

Na Folha, o crítico Roberto Kaz ressaltou como a tensão dialética empregada por Chico desnuda as contradições da sociedade brasileira. “Há na mensagem esse magma complexo que nos define – delicadeza e opressão, gentileza e comando, flor e aço. É toda a relação ambígua entre as classes que se dá a ver nestas 15 palavras”, apontou.
Para ler o texto completo clique aqui

quinta-feira, 8 de março de 2012

O trabalho é virtual, mas o mundo é real

Numa passagem de "O Capital”, Karl Marx afirma que a manufatura separou o trabalhador dos meios de produção, assim como quem aparta o caracol da sua concha. Ocorre que tal molusco, lembra o autor, não consegue sobreviver sem sua proteção natural. A partir da imagem criada por Marx, o sociólogo Ricardo Antunes, professor do Departamento de Sociologia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp, definiu o título do seu mais novo livro, "O caracol e sua concha – ensaios sobre a nova morfologia do trabalho”. A obra, a ser lançada na semana que vem pela editora Boitempo, dá continuidade às suas reflexões sobre o mundo do trabalho, registradas em outros dois livros: "Adeus ao trabalho?” (1995) e "Os sentidos do trabalho” (1999). Na mais recente produção, Antunes, considerado um dos mais destacados sociólogos marxistas da atualidade, analisa as transformações ocorridas nesse universo e as conseqüentes implicações nos planos social e político.
Para ler o texto completo de Manuel Alves Filho clique aqui

Cientista revela ameaças e pressões que cercam ciência climática

Em novo livro, Michael Mann explica como indústria dos combustíveis fósseis e céticos do clima combatem evidências do aquecimento global – e como lutar contra esse lobby expôs o pesquisador a intimidação, abusos e ameaças de morte. “É uma técnica clássica do movimento dos negadores, descobri, e eu não quero dizer apenas aqueles que rejeitam a ideia do aquecimento global, mas aqueles que insistem que fumar não causa cêncer ou que a poluição industrial não está ligada à chuva ácida”, diz o cientista.
Para ler o artigo completo de Jéssica Lipinski clique aqui

terça-feira, 6 de março de 2012

O contributo africano: valorizar o resultado otimista de uma história péssima

A forte presença africana em Lisboa dissolve-se no final do século XIX para regressar com a imigração da metade do século XX. Renovada, continuou porém assente numa base de descriminação. Os negros que ajudaram a construir este país habitam ainda maioritariamente na periferia, destinados a uma invisibilidade obscena na representação da sociedade portuguesa. O etnólogo francês Jean-Yves Loude regressou à “cidade negra” para um workshop sobre a figura de Lisboa na literatura (pode consultar aqui o programa), e insiste em contrariar a manipulação dos factos que rasura o contributo africano dos grandes feitos do mundo.
Em Lisboa Cidade Negra o narrador descobre uma cidade cheia de sinais desta presença africana e mostra-nos o privilégio dos lisboetas. Os seus livros revelam narrativas silenciadas, e reflectem sobre o resultado cultural de uma história violenta. Com a sua companheira Viviane Lièvre, escolheram uma vida de viagem na aprendizagem da alteridade, promovendo um diálogo entre mundividências complementares que repõem alguns dados sobre o valor de África na história universal. Numa sala do belíssimo palácio Belmonte que tanto Tejo nos devolve, revisitamos uma Lisboa povoada de escravos, o que ficou depois disso, os seus livros e uma revolta antiga contra os preconceitos. 
Leia entrevista a Jean-Yves Loude aqui

segunda-feira, 5 de março de 2012

Tiziano Terzani: De correspondente de guerra a militante da paz


Tiziano Terzani era um italiano de Florença que amava a Ásia. Foi um dos jornalistas de maior prestígio internacional, mas ao longo da vida deixou o trabalho como correspondente de guerra para tornar-se um pacifista militante. Baseado em Bangkok, na Tailândia, percorreu o Oriente em função de seu trabalho, tendo cobrido eventos dramáticos, inclusive a Guerra do Vietnã. Suas experiências mudaram seus valores e sua concepção de vida.
Desde o fim da Guerra Fria, uma nova ordem mundial se desenha. Em um mundo étnica, cultural e religiosamente diverso, o número de conflitos que emergem a partir das diferenças entre as civilizações que o compõem é preocupante e, por vezes, estarrecedor. Há 10 anos, a humanidade assistia a um dos eventos mais impactantes e evidentes deste estado de desagregação em que se encontram os povos e suas nações. No esteio dos atentados do 11 de Setembro, Tiziano se opunha fortemente às empresas militares dos Estados Unidos e seus aliados no Afeganistão e no Iraque.
Na época, após os fatos e em virtude dos discursos de ódio que viu espocar em todos os meios de comunicação, Tiziano redigiu a uma série de cartas que foram publicadas pelo jornal italiano Corriere della Serra, nas quais questionava o sentido de uma “Guerra contra o Terror” e respondia a outros jornalistas que defendiam a reação americana. Essas cartas, mais tarde, foram reunidas e o jornalista tentou publicá-las. Encontrou as portas das editoras americanas e britânicas “devidamente” fechadas. Diante das negativas, publicou o livro na internet [versão em inglês]. O texto foi posteriormente traduzido a diversas línguas. As cartas são seu legado, um chamado à reflexão e uma defesa da paz.
Alguns trechos das cartas traduzidos para o português podem ser lidas aqui

Anonymous e a guerra de informação digital


Presente há vários anos na cena do hacking contestatório, Anonymous ganhou fama quando, em 2010, em plena ofensiva oficial contra o fundador do Wikileaks, Julian Assange, o grupo atacou as empresas multinacionais que tinham se somado ao boicote instrumentalizado pelo governo dos EUA contra todas as fontes de financiamento do Wikileaks: os portais de Amazon, PayPal, Visa, MasterCard e Postfinance, a filial dos serviços financeiros dos correios suíços, foram bloqueados pela operação Payback montada por Anonymous contra essas empresas que, sem ter nenhuma ordem judicial, trataram de impedir que o dinheiro chegasse a Wikileaks. Era a primeira vez na história que se realizava uma ofensiva dessa magnitude não mais em nome do ciberanarquismo, mas sim em defesa de certa forma de liberdade.
Para ler o artigo completo de Eduardo Febbro clique aqui

sábado, 3 de março de 2012

Como apimentar sua defesa de dissertação ou tese


Defesas de dissertação ou tese são, geralmente, monótonas e estressantes. Mas nem sempre precisam ser assim. Veja algumas dicas de como "apimentar" sua defesa e deixá-la mais divertida, clicando aqui

"Tudo será a internet". Físico faz previsões de como vamos viver daqui 10 anos


Esqueça tudo o que você já viu e ouviu sobre futurologia. Robôs, inteligência artificial, realidade aumentada, nanotecnologia e tantas outras coisas, que antes só eram vistas nos filmes de ficção científica, hoje já são realidade. E mais: estamos prestes a entrar em uma era onde tudo estará conectado.
São essas as palavras do físico norte-americano e professor da Universidade de Nova York, Michio Kaku, que, em palestra no último dia da Campus Party (11/02), em São Paulo, anunciou algumas previsões tecnológicas que estarão em nossas vidas daqui dez anos, entre elas a extinção dos computadores, a construção de órgãos humanos em laboratórios e até mesmo a cura para o câncer.


Mas antes, um breve parágrafo: você sabe por que os cientistas elaboram tantas teses? E por que devemos acreditar que essa revolução eletrônica está tão perto de acontecer? Segundo o próprio Kaku, a riqueza das coisas vem da ciência, mas ela não é uniforme, e sim em forma de "ondas". O exemplo citado é de que as grandes crises econômicas que marcaram as gerações fizeram parte de um processo chamado "bolha": com o aumento das invenções, as melhorias de vida continuam a crescer até gerar um efeito reverso ao crescimento, ou seja, os recursos não são suficientes para suprir a demanda, criando, assim, um sistema para reduzir custos. Quando esses custos não são contidos, o resultado final vem em forma de crise nas bolsas de valores mundiais, "estourando" a bolha.
Para ler o artigo completo clique aqui

sexta-feira, 2 de março de 2012

Macau e o Patuá (língua crioula de base portuguesa)


Patuá macaense, também chamada Crioulo macaense, Patuá di Macau, Papia Cristam di Macau, Doci Papiaçam di Macau ou ainda de Macaista Chapado, é uma língua crioula de base portuguesa formada em Macau a partir do século XVI, influenciada pelas Línguas chinesas, malaias e cingalesas. Sofre também de alguma influência do inglês, do tailandês, do espanhol e de algumas línguas da Índia. Actualmente continua a ser ainda falado por um pequeno número de macaenses que vivem em Macau ou no estrangeiro, na sua maioria já com uma idade avançada. A maioria do vocabulário do Patuá é derivado do português e também do malaio e de crioulos de base portuguesa formados na Península Malaia (nomeadamente o Kristang), da Língua sinhala, de crioulos Indo-Portugueses e do Cantonês. Exemplos de palavras de origem portuguesa: Macau, casa (casa), mae (mãe) e filho (filho); de origem malaia: sapeca (moeda) e copo-copo (borboleta); de origem cingalesa e indiana: fula (flor) e lacassa ("vermicelli"); e de origem cantonensa: amui (rapariga) e laissi (os chamados "pacotes vermelhos").
Exemplo de um poema em patuá:

Patuá
Tradução para português
Nhonha na jinela
A moça na janela
Co fula mogarim
Com uma flor de jasmim
Sua mae tancarera
Sua mãe é uma Chinesa pescadora
Seu pai canarim
Seu pai é um Indiano Português

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Patuá_macaense

Veja o interessante vídeo aqui

52' no mundo do samba: uma homenagem pelo centenário de Nelson Cavaquinho


No programa de estreia, Diogo Nogueira recebe a cantora Beth Carvalho e o músico Hamilton de Holanda para homenagear o centenário do grande filósofo do samba, Nelson Cavaquinho. Músicas como "Juízo Final", "A Flor e o Espinho" e, claro, "Folhas Secas" fazem parte do repertório.
Boêmio e amante de sua escola de samba Mangueira, Nelson Cavaquinho cantava na noite, para quem quisesse ouvi-lo e a ele não interessavam fama e fortuna. Com sua voz rouca, seu toque único no violão e seus temas tristes, como morte e sofrimento, Nelson Cavaquinho fez história.
Delicie-se, curtindo 52’ no mundo do samba, clicando aqui

quinta-feira, 1 de março de 2012

Turista Acidental - Affonso Romano de Sant'Anna


Turista Acidental


Fui fotografado à minha revelia,
em frente a um templo egípcio
no Metropolitan Museum de Nova York.
À minha revelia,de novo, fotografado fui
na 5a.Avenida às três e meia da tarde.

Assim, um sem- número de vezes
em frente ao Coliseu,
nas ruínas de Machu Pichu,
perto da Torre de Londres,
junto à Catedral de Colônia,
sobre as pedras da Acrópole ,em Atenas,
nas mesquitas de Istambul
e, evidente, em Juiz de Fora.

Guardado estou
em álbuns
japoneses, italianos,americanos,alemães, franceses
argentinos, senegaleses,
disperso
desatento
como se aquele corpo
não fosse meu.

Quando mostram as fotos aos parentes e vizinhos
sou pedra-porta-árvore-sombra-paisagem.

Ninguém, reunindo as fotos, perguntará:
-Quem é este constante figurante
no flagrante do alheio instante?

Disperso-dispersivo estou.

Que álbum conterá a unidade perdida
revelada do negativo
perambulante que sou?


Affonso Romano de Sant’Anna

Rubem Alves - O papel do professor & Mário Sérgio Cortella- Ser um bom professor


Rubem Alves acredita que o papel do professor é ensinar o aluno a pensar provocando a curiosidade da criança ou adolescente. Para ver sua opinião clique aqui
Para Mário Sérgio Cortella só é um bom ensinante quem for um bom aprendente. Para ver sua opinião clique aqui

O encenador e o teatro do nosso tempo


O encenador gaúcho, morto no dia 15 de janeiro, foi seguramente um dos mais importantes e atuantes pensadores do teatro brasileiro. Dotado de uma rara capacidade de se envolver com segurança e inteligência nos aspectos práticos e teóricos dessa atividade tão complexa, quanto multifacetada, Fernando Peixoto conseguiu, em seus artigos, ensaios e espetáculos, pesquisar e formular as mais representativas questões da cena contemporânea.
Para ler o artigo completo de Theotonio de Paiva clique aqui

  © Blogger template 'Solitude' by Ourblogtemplates.com 2008

Back to TOP