segunda-feira, 30 de abril de 2018

"Frutos e flores" - Marina Colasanti

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Frutos e flores

Meu amado me diz
que sou como maçã
cortada ao meio.
As sementes eu tenho
é bem verdade.
E a simetria das curvas
Tive um certo rubor
na pele lisa
que não sei
se ainda tenho.
Mas se em abril floresce
a macieira
eu maçã feita
e pra lá de madura
ainda me desdobro
em brancas flores
cada vez que sua faca
isso me acontece

Marina Colasanti

A Guerra Fria voltou

Flickr

Além de aumentar pesadamente os investimentos em armas nucleares, a nova política dos EUA abandona o terrorismo como alvo prioritário e elege Rússia e China, aliadas do Brasil nos BRICS, como ameaças potenciais. 

Para ler o texto completo de Marcelo Zero clique aqui

O machismo que silencia

O machismo que silencia

Para escritora estadunidense Rebecca Solnit, os ‘silenciamentos’ no dia a dia vão de pequenos incidentes sociais à morte violenta com os feminicídios. 
Para ler o texto completo de Ana Luiza Matos de Oliveira clique aqui

Num Brasil de duas Constituições concomitantes, a democracia é incompleta

Wikimedia Commons

Entrevista especial com Fábio Konder Comparato pode ser lida clicando aqui

Camila Cabello - "Never Be the Same"

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Para assistir à interpretação de "Never Be the Same" na voz de Camila Cabello clique no vídeo aqui

O Encontro de Marx com a Economia Política

 

Nesta versão abreviada do segundo capítulo do recém-lançado livro 'Another Marx: Early Writings to the International', Marcello Musto acompanha os passos de Karl Marx no ano em que viveu em Paris, uma etapa marcante que abriu os horizontes da sua investigação e mudou para sempre os fundamentos da ciência econômica. 

Para ler o texto completo de Marcello Musto clique aqui

Como reforçar os ecossistemas de informação?

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Quando o intelectual Umberto Eco morreu há três anos, o mundo não conhecida expressões como pós-verdade e fake news, embora essas palavras ainda não tivessem sido formuladas já se anunciavam como práticas nas redes interconectadas. Talvez por isso em uma das suas últimas entrevistas concedida ao jornal El País em 2015, Eco dizia que a função do jornalismo no futuro seria dizer o que era ou não verdade na internet. 
Para ler o texto completo de Pedro Varoni clique aqui

"O que vejo não é apenas..." - Casimiro de Brito

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O que vejo não é apenas
o azul das águas que derramas
quando me elevo e em ti
caio. Vejo também o vento
modelando o teu dorso de gazela.
O que bebo em ti não é apenas
um vinho raro. São vinhas que me invadem
com suas raízes, joelhos e bocas;
vitrais perfumados onde se reflectem
árvores que sobre ti
declinam.

Casimiro de Brito

As duas Coreias realmente querem se entender

Getty Images

Os presidentes das duas Coreias se encontraram pela primeira vez em onze anos, um passo prévio à futura reunião entre Kim Jong-un e Donald Trump. A vontade de aproximação é mútua. 

Para ler o texto completo de Daniel Iriarte clique aqui

Boulos: "É hora do MTST ocupar a política. Estamos em uma encruzilhada histórica, não é possível se omitir"

Guilherme Boulos, pré-candidato pelo PSOL à Presidência.

O pré-candidato à Presidência pelo PSOL diz que pretende construir uma nova forma de fazer política, que enfrente o mercado e os bancos, com a participação popular. 

Para ler a entrevista de Guilherme Boulos clique aqui

O conveniente silêncio de políticos e da Lava Jato sobre o ataque aos lulistas em Curitiba

CURITIBA, PR, 28.04.2018  LULA-CURITIBA O acampamento Marisa Leticia, localizado na rua Padre João Wislinski, bairro Santa Cândida, onde ficam integrantes da vigília Lula Livre, foi atacado a tiros na madrugada deste sábado. (Foto: Paulo Lisboa / Brazil Photo Press/Folhapress)

Quarenta e oito horas após um homem disparar pelo menos seis vezes – provavelmente, com uma pistola calibre 9 milímetros, que até agosto passado era de uso restrito às Forças Armadas – contra manifestantes que acampam em Curitiba para protestar contra a prisão de Luiz Inácio Lula da Silva, na madrugada de sábado, ferindo duas pessoas, um eloquente silêncio emana da provinciana capital do Paraná e de outros pontos do Brasil.
É imensa a lista dos que preferiram calar-se a vir a público repudiar um ataque armado a manifestantes políticos, acontecido quando a maioria dormia. 
Para ler o texto completo de Rafael Moro Martins clique aqui

Alok, Zeeba e IRO - "Ocean"

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Para assistir à interpretação de "Ocean" por  Alok, Zeeba e IRO clique no vídeo aqui

É possível medir impacto e confiança no jornalismo?


Jay Rosen, professor de Jornalismo da Universidade de Nova York, publicou há alguns dias em seu perfil no Twitter o que ele chamou de pontos-chave de sua palestra no International Journalism Festival em formato de thread.
(Parêntese 1: Thread, que em tradução livre significa ‘linha’ — no sentido de linha de discussão — foi uma das mais significativas atualizações que o Twitter fez nos últimos tempos, a meu ver. Além de incluir um texto mais longo de um mesmo autor, ela mostra também toda a discussão feita sobre o assunto, ou seja, os replies dados por outras pessoas. Pelo menos no campo do Jornalismo, tenho visto excelentes threads e o fato de Jay Rosen ter compartilhado sua palestra “em formato de thread” ratifica a relevância desse recurso). 
Para ler o texto completo de Lívia de Souza Vieira  clique aqui

A forma como hoje trabalhamos "é muito disfuncional"

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Vamos pagar um preço pela forma como estamos a trabalhar atualmente, não só do ponto de vista da performance, mas também da saúde, afirma José Soares. O professor catedrático de fisiologia escreveu um livro com estratégias para minimizar o stress causado por ambientes profissionais desgastantes diz que não é líder quem quer, mas quem pode. 
Para ler a entrevista de José Soares clique aqui

domingo, 29 de abril de 2018

"Na língua dos pássaros uma expressão tinge a seguinte..." - Manoel de Barros

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Na língua dos pássaros uma expressão tinge a seguinte.
Se é vermelha tinge a outra de vermelho.
Se é alva tinge a outra dos lírios da manhã.
É língua muito transitiva a dos pássaros
Não carece de conjunções nem de abotoaduras
E por não ser contaminada de contradições
A linguagem dos pássaros só produz gorjeios.

Manoel de Barros

Assédio é sobre poder; combate é coletivo

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A curva do calcanhar, o comprimento do vestido, as pernas roliças, o corte de cabelo. Elogios a pedaços do seu corpo começaram a chegar pelo e-mail da jovem estagiária. Eram enviados pelo chefe, que intercalava as mensagens picantes com ordens de pauta. Mais tarde viriam o convite para jantar, para ir até a casa dele, para uma conversa a dois.
O que fazer? Ignorar poderia significar retaliação e até demissão. Ficar com as piores pautas, não assinar as reportagens, perder oportunidades de viagens, de fazer entrevistas relevantes. Ser dispensada por um motivo qualquer. Ter a ascensão profissional podada. 
Para ler o texto completo de Eleonora de Lucena clique aqui

MPB4 e Zeca Pagodinho - "Olê olá"

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Para assistir à interpretação de "Olê olá" pelo MPB4 e Zeca Pagodinho clique no vídeo aqui

Giorgo Agamben: "O estado de exceção se tornou norma"

O filósofo italiano Giorgio Agamben fotografado na Espanha em 2014.

O pensador italiano, que publica no Brasil ‘O Fogo e o Relato’, fala de filosofia, de arte, de poesia e da tendência política do mundo atual. 

Para ler o texto completo de Francesc Arroyo clique aqui

HUMOR: Explicando o filme "A forma da água"

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Divirta-se com a explicação do filme "A forma da água" clicando aqui

The Handmaid's Tale e o namoro firme entre televisão e literatura

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Se a televisão existisse como a conhecemos há 100 anos talvez Steinbeck ou Hemingway tivessem ousado fazer literatura com imagens e som. A especulação é legítima quando se ouve Salman Rushdie afirmar que muita da literatura mais estimulante está a ser escrita para séries televisivas. É um mundo novo a desafiar fronteiras quando se estreia a segunda temporada de The Handmaid’s Tale,obra que ganha vida para lá da sua criadora, Margaret Atwood.
Para ler o texto completo de Isabel Lucas clique aqui

Igualdade entre mulheres e homens reduziria fome no mundo, diz ONU


As mulheres rurais são um terço da população mundial e por suas mãos passa metade da produção global de alimentos. Mas, para que serve esse protagonismo? É o que estatísticas internacionais nos convidam a analisar.
Para ler o texto completo de María Julia Mayoral clique aqui

sábado, 28 de abril de 2018

"Frente a frente" - Eugénio de Andrade

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Frente a frente

Nada podeis contra o amor,
Contra a cor da folhagem,
contra a carícia da espuma,
contra a luz, nada podeis.

Podeis dar-nos a morte,
a mais vil, isso podeis
- e é tão pouco



Eugénio de Andrade

TV Al Jazeera mostra os podres da Rede Globo

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A TV Al Jazeera, do Qatar, confundida — ou por má-fé ou ignorância córnea — com o grupo terrorista Al Fafa, fez uma reportagem sobre os podres da Rede Globo. A emissora do mundo árabe foi à forra, após ser alvo de fake news da mídia brasileira. 
Para assistir ao vídeo clique aqui

Novo ataque a tiros abre temporada de caça e abate de petistas no Paraná

Manifestante segura blusa com sangue do ataque desta madrugada.

Por volta das 4h deste sábado, o acampamento em apoio a Lula, em Curitiba, foi atacado a tiros. O sindicalista Jefferson Lima de Menezes foi ferido no pescoço e encaminhado, em estado grave, para o Hospital do Trabalhador. Outra pessoa, atingida por estilhaços, foi socorrida e liberada. A Polícia Civil recolheu cápsulas de pistola 9 mm no local. 
Para ler o texto completo de Leonardo Sakamoto clique aqui

Mais Séneca e menos ansiolíticos

Mais Séneca e menos ansiolíticos

Vaidade sem controle, obsessão pela segurança, aceleração tecnológica ... Por que tantas pessoas procuram na filosofia da Antiguidade respostas para o mundo em que vivemos? 

Para ler o texto completo de Juan Arnau clique aqui

Estudantes negros enfrentam o racismo de professores e colegas em universidades

Estudantes negros enfrentam o racismo de professores e colegas em universidades

De xingamentos de ‘escravos’ a brincadeiras com os cabelos, negros convivem com ataques de racismo. 

Para ler o texto completo de Giorgia Cavicchioli e Matheus Moreira clique aqui


Suite Greek dance «Sirtaki» pela Companhia russa de Ballet Igor Moiseyev

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Para assistir à interpretação de Suite Greek dance «Sirtaki» pela Companhia russa de Ballet Igor Moiseyev clique no vídeo aqui

A descolonização de um museu

terra brasilis, invasão, etnocídio e apropriação cultural, 2015 desenho feito com pemba branca (giz utilizado em rituais de Umbanda) e lápis dermatografico sobre algodão preto 100 x 150 cm

Faz falta a Lisboa um grande museu sobre a expansão marítima e todas as suas consequências. E também faz falta um museu que descolonize definitivamente os museus, que devem ser lugares de conhecimento e não lugares ao serviço de narrativas encomiásticas.
Faz falta a Lisboa, outrora capital de um Império colonial, um grande museu sobre o processo da expansão marítima e suas consequências. Todas as consequências: dos aspectos náuticos e comerciais, aos evangelizadores, colonizadores, escravizadores, traficantes. E tanto lá, aonde se chegou e ficou mais século menos século, como cá, até aos dias de hoje, nas práticas e valores das instituições de cultura e de conhecimento. Um museu desses não é fácil, porque tem de se confrontar com o passado de um forma problemática e ainda com o que têm sido os museus de história neste país. Ou seja, com o passado do país e com as maneiras de lidar com esse passado. 
Para ler o texto completo de André Barata clique aqui

"Flor de Açucena" - Thiago de Mello

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Flor de Açucena

Quando acariciei o teu dorso,
campo de trigo dourado,
minha mão ficou pequena
como uma flor de açucena
que delicada desmaia
sob o peso do orvalho.

Mas meu coração cresceu
e cantou como um menino
deslumbrado pelo brilho
estrelado dos teus olhos.

Thiago de Mello 

LEONARDO BOFF- O pior do golpe: impossibilitar o Estado Social brasileiro

Agência PT
Leonardo Boff com o Adolfo Perez Esquivel, Prêmio Nobel da Paz  (1980) 

Os fatos recentes: a proibição do Prêmio Nobel da Paz Adolfo Perez Esquivel (1980) e de outros notáveis da política, de visitar o ex-Presidente Lula, um prisioneiro político e amigo de todos os que queriam vê-lo, é a prova mais cabal de que vivemos sob um regime de exceção jurídico-mediático. As togas comandam. A juíza Catarina Lebbos, braço direito do juiz Sérgio Moro, revela traços de crueldade e desumanidade ao proibir um médico de examinar o estado de saúde do ex-presidente. Não estou seguro mas desconfio de que tal ato seja até criminoso, passível de punição. 
Para ler o texto completo de Leonardo Boff clique aqui

Sete bate-papos cabeçudos (e descontraídos) sobre alimentação

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Publicidade infantil, rotulagem, tributação, direito humano à alimentação adequada, conflito de interesses, amamentação e uma conversa desgourmetizadora com Rita Lobo.
A alimentação se transformou num dos problemaços do século 21 (e olha que o que não falta nesse século são problemas). Cada vez mais há evidências de associação entre o que consumimos e algumas das doenças que mais têm limitado e levado vidas. Como mostramos aqui no Joio, a indústria de ultraprocessados não poupa esforços na hora de aumentar a confusão sobre o que podemos e devemos comer.
Para tentar diminuir um pouco essa fumaça, listamos abaixo sete bate-papos que oferecem alguns caminhos. As conversas foram realizadas no estande da Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável durante o Congresso Brasileiro de Nutrição, entre 18 e 21 de abril, em Brasília.
Você verá que os papos são longos, já que os assuntos são complexos. Mas vale a pena trocar de vez em quando aquela série no computador por um desses bate-papos. Ou chamar os amigos para ver um pedaço e depois discutir.
Para assistir aos 7 vídeos clique aqui

Direito penal nos outros é refresco

A supporter of Brazilian President Dilma Rousseff holds a balloon depicting the president of the Brazilian Social Democracy Party (PSDB) Aecio Neves and a sign reading "Cunha out" - referring to the president of the lower house of the Brazilian Congress Eduardo Cunha- during a demo in front of the National Congress in Brasilia, on April 17, 2016. Rousseff risks being driven from office if the lower house votes in favor of an impeachment trial Sunday. / AFP / BETO BARATA (Photo credit should read BETO BARATA/AFP/Getty Images)

É com certa preocupação que se assiste à euforia demonstrada por alguns políticos, intelectuais e formadores de opinião do campo progressista com a notícia de que a 1º Turma do Supremo Tribunal Federal recebeu a denúncia contra o senador mineiro Aécio Neves (PSDB) e o tornou réu pelos crimes de corrupção passiva e obstrução de justiça.
Falta-lhes a percepção de que o mesmo estado policial que hoje criminaliza Aécio é aquele que ontem prendeu o ex-presidente Lula, e que antes disso alimentou a besta do impeachment e a criminalização de tantos outros líderes populares ao longo da história. Mais grave ainda: episódios como esse servem para dar legitimidade a essa expansão do poder punitivo e habilitam o discurso de que o processo de criminalização da política (e da vida como um todo) não é seletivo – uma amostra disso é o editorial de O Globo intitulado Aécio convertido em réu abala teoria persecutória do PT, publicado no último dia 18. A verdade é que o processo de criminalização é sempre seletivo, mesmo quando atinge os poderosos. 
Para ler o texto completo de Rafael Fagundes clique aqui

Ginástica artística: uma coreografia espantosa

Resultado de imagem para 2015央视春晚武术《江山如画》 表演者:张震 吴京 冉千鑫 孙瑛等

Para assistir à coreografia espantosa em ginástica artística clique no vídeo aqui

Qual o papel das redes na manipulação da opinião pública?

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Muito além de influenciar uma eleição presidencial: investigação da 'influência russa' revelou algo cuja complexidade só começamos a desconfiar. 
Para ler o texto completo de Antonio Luiz M. C. Costa clique aqui

Educação no mercado: Kroton vai às compras


Margarida Salomão, deputada federal, reflete sobre a aquisição da Somos Educação pela Kroton Educacional e os riscos que se projetam sobre a educação pública. 
Para ler seu texto clique aqui

sexta-feira, 27 de abril de 2018

"Figos" - Herberto Helder

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Figos

A maneira correta de comer um figo à mesa
É parti-Io em quatro, pegando no pedúnculo,
E abri-Io para dele fazer uma flor de mel, brilhante, rósea, úmida,
desabrochada em quatro espessas pétalas.

Depois põe-se de lado a casca
Que é como um cálice quadrissépalo,

E colhe-se a flor com os lábios.
Mas a maneira vulgar
É pôr a boca na fenda, e de um sorvo só aspirar toda a carne.

Cada fruta tem o seu segredo.
O figo é uma fruta muito secreta.
Quando se vê como desponta direito, sente-se logo que é simbólico:
Parece masculino.
Mas quando se conhece melhor, pensa-se como os romanos que é
uma fruta feminina.

Os italianos apelidam de figo os órgãos sexuais da fêmea:
A fenda, o yoni,
Magnífica via úmida que conduz ao centro.
Enredada,
Inflectida,
Florescendo toda para dentro com suas fibras matriciais;
Com um orifício apenas.

O figo, a ferradura, a flor da abóbora.
Símbolos.

Era uma flor que brotava para dentro, para a matriz;
Agora é uma fruta, a matriz madura.

Foi sempre um segredo.
E assim deveria ser, a fêmea deveria manter-se para sempre secreta.

Nunca foi evidente, expandida num galho
Como outras flores, numa revelação de pétalas;
Rosa-prateado das flores do pessegueiro, verde vidraria veneziana
das flores da nespereira e da sorveira,
Taças de vinho pouco profundas em curtos caules túmidos,
Clara promessa do paraíso:
Ao espinheiro florido! À Revelação!
A corajosa, a aventurosa rosácea.

Dobrado sobre si mesmo, indizível segredo,
A seiva leitosa que coalha o leite quando se faz a ricota,
Seiva tão estranhamente impregnando os dedos que afugenta as
próprias cabras;
Dobrado sobre si mesmo, velado como uma mulher muçulmana,
A nudez oculta, a floração para sempre invisível,

Apenas uma estreita via de acesso, cortinas corridas diante da luz;
Figo, fruta do mistério feminino, escondida e intima,
Fruta do Mediterrâneo com tua nudez coberta,
Onde tudo se passa no invisível, floração e fecundação, e maturação
Na intimidade mais profunda, que nenhuns olhos conseguem
Devassar
Antes que tudo acabe, e demasiado madura te abras entregando
a alma.

Até que a gota da maturidade exsude,
E o ano chegue ao fim.

O figo guardou muito tempo o seu segredo.
Então abre-se e vê-se o escarlate através da fenda.
E o figo está completo, fechou-se o ano.

Assim morre o figo, revelando o carmesim através da fenda púrpura
Como uma ferida, a exposição do segredo à luz do dia.
Como uma prostituta, a fruta aberta mostra o segredo.
Assim também morrem as mulheres.

Demasiado maduro, esgotou-se o ano,
O ano das nossas mulheres.
Demasiado maduro, esgotou-se o ano das nossas mulheres.
Foi desvendado o segredo.
E em breve tudo estará podre.
Demasiado maduro, esgotou-se o ano das nossas mulheres.

Quando no seu espírito Eva soube que estava nua
Coseu folhas de figueira para si e para o homem.
Sempre estivera nua,
Mas nunca se importara com isso antes da maçã da ciência.
Soube-o no seu espírito, e coseu folhas de figueira.
E desde então as mulheres não pararam de coser.
Agora bordam, não para esconder, mas para adornar o figo aberto.
Têm agora mais que nunca a sua nudez no espírito,
E não hão-de nunca deixar que o esqueçamos.
Agora, o segredo
Tornou-se uma afirmação através dos lábios úmidos e escarlates
Que riem perante a indignação do Senhor.
Pois quê, bom Deus! gritam as mulheres.
Muito tempo guardamos o nosso segredo.
Somos um figo maduro.
Deixa-nos abrir em afirmação.
Elas esquecem que os figos maduros não se ocultam.
Os figos maduros não se ocultam.
Figos branco-mel do Norte, negros figos de entranhas escarlates do Sul.
Os figos maduros não se ocultam, não se ocultam sob nenhum clima.
Que fazer então quando todas as mulheres do mundo se abrirem na
sua afirmação?
Quando os figos abertos se não ocultarem? 

Herberto Helder

Jornalismo de Guerra, a arma silenciosa do Imperialismo

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Com o avanço da internet no campo da conectividade pessoal, a fabricação de notícias falsas ganhou corpo, principalmente as que têm um caráter político-militar. Assim, a sanha do imperialismo em conquistar novos mercados passou a utilizar um jornalismo ficcional, mas com toda a roupagem de realista para a produção de “notícias” que possam beneficiar os países centrais no seu intuito de dominar outros povos. Esse projeto que hoje é tratado como mais um meio militar de ação tem sido denominado como “jornalismo de guerra”. 
Para ler o texto completo de João Claudio Platenik Pitillo clique aqui

HUMOR: Nunca deixe seu marido trabalhar no telemarketing!

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Divirta-se com este vídeo bem humorado "Nunca deixe seu marido trabalhar no telemarketing!" clicando aqui

Sete bailarinos no intestino de Ingmar Bergman

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Antecipando o centenário do nascimento do cineasta sueco, Olga Roriz estreia esta sexta-feira, no Festival DDD — Dias da Dança, uma peça que se afunda nos abismos de uma obra dominadora sem se deixar dominar por ela. 
Para ler o texto completo de Inês Nadais clique aqui

Prisão de Lula é devastadora para a Justissa!

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Carolina Moura Lebbos é a Juíza de três provas que debocha de um Prêmio Nobel!

Há dezesseis dias, Lula é um preso político do Estado de exceção que tomou o Brasil. O resultado prático desta prisão, contudo, não foi bem avaliada nem pelo judiciário, nem pelos opositores políticos de Lula. O tão abominado “jeitinho” brasileiro, marca por muitos anos dos nossos políticos, agora é usado pela Justissa em sua cruzada moralista contra a esquerda. Mostra, pois, que qualquer crítica a este nosso traço cultural é apenas preconceito. Desde o primeiro grau, até Carmem Lúcia, a prisão de Lula foi concertada unicamente a partir do princípio do “eu posso, eu faço”. Desde a falta de provas, apresentações espalhafatosas para a mídia, vazamentos ilegais até a decisão vergonhosa dos três desembargadores de Porto Alegre, havia ainda, internacionalmente, um fio de respeito pelas instituições brasileiras. Diversos jornais e analistas estrangeiros se postavam com cuidado para falar do tema. Era sim, o processo brasileiro, eivado de irregularidades e claramente político, mas era custoso ao mundo ocidental olhar para o Brasil e ver a história da Europa recontada. Tudo na lava a jato é semelhante às perseguições dos tribunais nazistas e fascistas. O Velho Mundo não estava preparado para aceitar que o fascismo estava de volta, e pelas mãos dos (supostamente) mais “educados” e “cultos”. 
Para ler o texto completo de Fernando Horta clique aqui

Alex Castro: Abaixo a normalidade

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Só existe um “Outro” que pode ser excluído porque existe uma normalidade intolerante que o define fora dela. A ideia da “normalidade” nos parece tão normal ao ponto de ter sempre existido, mas ela não é tão normal assim.O conceito de “normal” tem a mesma idade do trem e da fotografia. E, assim como a humanidade viveu muito bem obrigado por milhares de anos sem andar de trem e sem tirar fotos, viveu também sem a ideia da normalidade. 
Para ler o texto completo de Alex Castro clique aqui

Se fosse meu aluno, Moro ia ao pau!


Sou professor titular de Física numa universidade pública (Universidade Estadual de Maringá-UEM) desde 2001 e docente e pesquisador há quase 30 anos. Sou especialista em história e epistemologia da ciência, educação científica, além de processos de ensino-aprendizagem e análise de discursos. Orientei mais de 250 alunos de graduação, especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado, além de professores in-service. Conto tudo isso, como preâmbulo, não para me gabar, mas para salientar que li milhares de páginas de alunos brilhantes, medianos e regulares em suas argumentações de pesquisa.
Dito isso, passo a analisar duas pessoas que compõem o imaginário mítico-heróico de nossa contemporaneidade nacional: Sérgio Moro e Deltan Dallagnol. Em relação ao primeiro, Moro, trabalhei ativamente para impedir, junto com um coletivo de outros colegas, para que não recebesse o título de Doutor honoris causa pela Universidade Estadual de Maringá. Moro tem um currículo péssimo: uma página no sistema Lattes (do CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico ligado ao extinto MCT – Ministério da Ciência e Tecnologia). Lista somente 4 livros e 5 artigos publicados.
Mesmo sua formação acadêmica é estranha: mestrado e doutorado obtidos em três anos. Isso precisaria ser investigado, pois a formação mínima regulada pela CAPES-MEC (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Ministério da Educação) é de 24 meses para Mestrado e 48 meses para o Doutorado. Significa que “algo” ocorreu nessa formação apressada.. Que “algo” é esse, é necessário apurar com rigor jurídico. 
Para ler o texto completo de Marcos César Danhoni Neves clique aqui

"Festa" - Rui Knopfli

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Festa

Quando romper a manhã …
Não,
nada de estandartes desfraldados,
bandeiras a baloiçar-se ao vento.
Nem gritos, nem manifestações,
nem meetings no bulício da praça.
Tão-pouco a embriaguez desvairada,
a louca conquista da rua.
Quando romper a manhã,
saibamos erguer a fronte
ao sol puro.
Em silêncio olhar de frente,
na curva do horizonte,
o novo sol-nascente.
Saibamos recolher-nos
e, por um longo momento,
pesar,
respirar,
captar as múltiplas vivências
da tranquila alegria
que irá brotar ininterrupta,
quando romper a manhã.

Rui Knopfli
(poeta moçambicano)

'A dúvida da esquerda é se a renovação será dentro ou fora do PT'

Dilma

Historiador analisa os rumos do partido e do campo progressista diante da prisão do ex-presidente Lula. 
Para ler a entrevista de Lincoln Secco clique aqui

Onde vai parar a sandice golpista que assola o País?

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Em recente matéria, o jornal Folha de São Paulo, deu grande espaço em 16 de abril passado a dois pesquisadores da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Eles concluíram que “filosofia e sociologia obrigatórias derrubam notas em matemática”, nomeadamente dos estudantes de baixa renda matriculados no ensino médio. A professora pesquisadora é doutora júnior em economia e seus estudos atuais colocam ênfase em métodos quantitativos e macroeconomia. O professor que forma a dupla tem doutorado em economia, lecionou na Universidade do Texas e foi consultor “shot-term” (isto é, de curto prazo) do Banco Mundial para Angola e atualmente é pesquisador do IPEA e colaborador do Instituto Liberal. 
Para ler o texto completo de Zacarias Gama clique aqui

'Bombardeamos tudo que se movia': os ataques que ajudam a explicar o rancor histórico da Coreia do Norte com os EUA

Os bombardeios americanos foram um pesadelo para a população civil norte-coreana

"Tudo que se movia". Com essas palavras, o ex-secretário de Estado americano Dean Rusk definiu os alvos das bombas lançadas sobre a Coreia do Norte durante a Guerra da Coreia (1950-1953), uma missão batizada pelo Pentágono de Operação Estrangular. Segundo historiadores, foram três anos de ataques aéreos contínuos e indiscriminados, que arrasaram cidades e vilarejos da república comunista e mataram dezenas de milhares de civis.
Para ler o texto completo de Guillermo D. Olmo clique aqui

Qual a realidade social de jovens enquadrados na categoria 'nem-nem'

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Esta pesquisa, realizada na UFPR, investiga o perfil da parcela de jovens brasileiros que não estuda e também não trabalha. Segundo dados do IBGE de 2013, ela representa 28% da população entre 15 e 29 anos em alguns estados do país. Entre as conclusões, a autora destaca que a subcategoria “nem-nem” é inadequada por não refletir a realidade social desses jovens, que estão em situação de vulnerabilidade. 
Para ler o texto de Roseli Bregantin Barbosa clique aqui



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