quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

ENTREVISTA / DÊNIS DE MORAES: “O Brasil é a vanguarda do atraso da América Latina"


Considerado um dos mais lúcidos observadores dos fenômenos da comunicação de massa no Brasil, o professor do Departamento de Estudos Culturais e Mídia da Universidade Federal Fluminense (UFF) Dênis de Moraes, tem se dedicado a estudar como os governos de origens populares da América Latina enfrentam o monopólio midiático, com legislações e políticas públicas mais democráticas e inclusivas. Ele tem pesquisado, também, o potencial da rede mundial de computadores como nova arena de embates pela hegemonia política e cultural.
Nesta entrevista à MídiaComDemocracia, o autor de A Batalha da Mídia e Mutações do visível: da comunicação de massa à comunicação em rede critica o imobilismo dos sucessivos governos brasileiros frente à necessidade de se democratizar a comunicação, o que coloca o país em descompasso com seus vizinhos latinoamericanos. E condena, em especial, a falta de políticas consequentes de inclusão digital e de fortalecimento da internet como ferramenta já indispensável à pluralidade de vozes sociais.
Para ler a entrevista de Dênis de Moraes clique aqui

MÍDIA & SOCIEDADE: Propaganda trata espectador como milionário idiota


De que forma a publicidade veiculada na mídia poderia contribuir para o desenvolvimento da sociedade? Essa é uma das principais questões que deveriam frequentar com prioridade as mesas dos dirigentes da mídia brasileira. E a reação a ela certamente contribuiria para a diminuição das tensões sociais causadas pela diferença entre o grau de aspirações populares e as demandas efetivamente atendidas pelas políticas públicas, por exemplo.
Ainda não foi possível a aplicação de mecanismos capazes de medir o grau de frustrações e consequências físicas e psicológicas provocadas pelo péssimo atendimento médico-hospitalar à população de baixa e média renda, apesar da propaganda de que a política pública de saúde oferece acesso a todos – nem das enfermidades causadas à população pela existência de lixões à céu aberto em 61% dos 5 568 municípios brasileiros (dados de 2010).
O primeiro sociólogo do planeta a examinar causas e efeitos da excessiva individualização com o suicídio foi Emile Durkheim (1858-1917). Ele examina dois tipos de individualismo: o excessivo, que resulta num egoísmo ilimitado; e o menos excessivo, que também não deixa de ser tão perigoso como o primeiro. No segundo quartel do século 19 não havia uma mídia tão profunda quanto perversa, programando a cabeça dos indivíduos como hoje. A presença da mídia na vida das pessoas hoje é tão profunda e delicada a ponto de as pessoas não programarem suas saídas de casa, cotidianamente, sem observarem as suas recomendações. Valores, princípios, melhores produtos, remédios, alimentação, roupas, taxas de juros, passeios – enfim, tudo passa pelo crivo da mídia.
Para ler o texto completo de Reinaldo Cabral clique aqui

ENTREVISTA / LUIS FERNANDO VERISSIMO: "A morte é uma sacanagem, sou contra"

 
Há pouco mais de um mês de volta à sua casa, em Porto Alegre, o escritor gaúcho Luis Fernando Verissimo não se recuperou totalmente do período de 24 dias de internação hospitalar -metade dele na UTI- em função de uma gripe que evoluiu para um quadro de infecção generalizada em novembro de 2012. Do hospital, além da mobilidade prejudicada, ele trouxe lembranças de devaneios provocados pela medicação recebida. “Tenho quase certeza de que não dancei uma valsa com a enfermeira que me ajudou a sair da cama pela primeira vez”, brinca. No início deste mês, Verissimo voltou a publicar suas crônicas (nos jornais O Globo, O Estado de S.Paulo e outros pelo país). Faz tratamento intensivo de fisioterapia e espera pelo dia em possa voltar a tocar sax, instrumento que o acompanha desde a adolescência.
Leia a entrevista clicando aqui

MÍDIA & RACISMO: Um país racista, mas sem racistas


Na hora de vender um carro que pode custar entre 105 mil (o modelo mais barato) e 570 mil reais (o mais caro), é natural que o vendedor tente cercar seus clientes de todo o conforto. E por conforto entenda-se, entre outras coisas, não ser importunado pela miséria ao seu redor. Afinal, por menos consciência social que as pessoas tenham, ser confrontado por uma criança vendendo balas ou pedindo dinheiro deixa qualquer um com culpa. Isso é o que deve ter passado pela cabeça do preconceituoso vendedor da concessionária BMW do Rio de Janeiro ao expulsar uma criança de sete anos de sua loja enquanto atendia os pais, interessados em comprar um carro.
Se o menino estava bem vestido, sabia se expressar e estava quietinho andando pela loja, a única explicação para a atitude do vendedor é o preconceito. O menino, filho adotivo de um casal branco (e certamente em boa situação financeira), é negro. A história rendeu matérias em jornais e emissoras de TV, mas a grande repercussão foi mesmo nas redes sociais, depois que a mãe criou a página “Preconceito não é mal-entendido, é crime”. Até domingo (27/1), a página de Priscila Celeste já contava com mais de 11 mil acessos ou, como se diz a linguagem do Facebook, a página foi “curtida” por 11 mil pessoas. Onze mil pessoas que reconhecem uma realidade sempre negada em nosso país: no Brasil existe preconceito de cor.
Para ler o artigo completo de Ligia Martins de Almeida clique aqui
Pode também ler o texto “Sobre mal-entendidos, preconceitos e hipocrisia” de Sylvia Debossan Moretzsohn clicando aqui

PERGUNTA QUE NÃO CALA: Quem matou Vladimir Herzog?



Há uma foto do Ivo que é conhecida dos jornalistas da minha geração. Ele, um menino, está de costas olhando o retrato do pai na parede do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo. Há outra foto do Ivo que os que viram não se esquecem. Ele está, aos nove anos, à beira do túmulo do pai, olhando para a cova onde está depositado o caixão.
Na que está ontem [quarta, 23/1] nos jornais, Ivo é um homem, e já tem, se olharmos bem, os primeiros fios de cabelos brancos. Passaram-se 37 anos desde que ele enterrou o pai e vem repetindo a mesma pergunta que constrange o país: quem matou Vladimir Herzog?
Ivo hoje comanda o Instituto Vladimir Herzog com inúmeros trabalhos meritórios de defesa dos direitos humanos prestados ao país. Recentemente criou um sistema cujo objetivo é aumentar a proteção aos jornalistas que possam estar em situação de risco pelas apurações que fazem. Tem novos e belos planos de fortalecimento das instituições democráticas do Brasil.
Mas Ivo faz a mesma pergunta há 37 anos. Nestes muitos anos, caiu o general que comandava o II Exército, onde Vladimir foi assassinado, caiu a ditadura, veio o primeiro presidente civil, o segundo, o terceiro, o quarto, o quinto e, agora, é o sexto, ou a sexta. Entre esses presidentes, três foram presos por horas, dias ou anos pelo regime ditatorial. Poderiam ter tido o mesmo trágico destino de Vladimir Herzog, que, horas depois de se apresentar para prestar esclarecimentos que queriam dele, apareceu morto.
Para ler o texto completo de Miriam Leitão clique aqui

Entrevista com o prof. Antonio Nóvoa


O prof. Antonio de Sampaio Nóvoa está no seu segundo mandato como reitor da Universidade de Lisboa (períodos de 2006 a 2009 e 2009 a 2013) É um acadêmico muito conhecido no Brasil, sobretudo a partir de 1992, quando o seu texto "Formação de professores e profissão docente", capítulo do livro por ele organizado, Os professores e a sua formação, foi lançado em nosso país, tornando-se uma referência no campo acadêmico. A partir de então, algumas de suas obras como: O método (auto)biográfico e a formação, Profissão: professor, Vidas de professores, Reformas educativas e formação de professores e As organizações escolares em análise passaram a constar em grande parte da bibliografia de dissertações, teses, artigos e livros dos profissionais da educação. Sem dúvida, nestas duas últimas décadas tem sido um dos autores mais citados na área educacional brasileira, principalmente no campo da formação de professores.
Nóvoa é professor catedrático do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa e já lecionou em diversas universidades da Europa e dos Estados Unidos como professor convidado. É doutor em Ciências da Educação pela Universidade de Genebra e doutor em História pela Universidade de Paris IV-Sorbonne. Sua tese de doutorado constitui-se em um estudo sobre o desenvolvimento da profissão docente e marcou sua posição no campo da história da Educação. Ao lado disso, tem uma produção relevante na área da Educação Comparada.
Para ler a entrevista que o professor António Nóvoa concedeu à professora Lucíola Santos clique aqui

domingo, 27 de janeiro de 2013

MÍDIA E REDES SOCIAIS: Quando a mulherada grita com a TV e ela escuta


Diz-se por aí que, com a interferência da internet em outras mídias, estamos na era em que você grita com a TV e ela é obrigada a responder. O poder de transformar cada um em um veículo e unir pessoas que não se encontrariam muda a dinâmica das relações com a mídia e, principalmente, com quem a sustenta: os anunciantes.
Os anúncios publicitários não são apenas uma forma de vender produtos, são retratos da sociedade, que podem ser inovadores, propositivos, emocionantes ou reforçar o que existe de pior no meio em que são produzidos. A relação entre homens e mulheres, assim como é parte do dia a dia, é uma temática constante das peças publicitárias.
Para ler o artigo completo de Madeleine Lacsko clique aqui

sábado, 26 de janeiro de 2013

ROBERT KURZ: A pulsão de morte da concorrência


Há alguns anos que se tornou corrente no mundo ocidental a expressão "massacre em escolas". As escolas, outrora locais da educação mais ou menos autoritária, do erotismo púbere e das travessuras juvenis inofensivas, entram cada vez mais no campo de visão da esfera pública como palco de tragédias sangrentas. Certamente, relatos sobre alguns amoques já são conhecidos também do passado. Mas cabe aos excessos sanguinolentos actuais uma qualidade própria e nova. Eles não se deixam encobrir por uma névoa cinza de generalidade antropológica. Pelo contrário, trata-se inequivocamente de produtos específicos de nossa sociedade contemporânea.
Para ler o texo completo de Robert Kurz clique aqui

Mario Sergio Cortella: os problemas da educação no Brasil


O educador e filósofo Mario Sergio Cortella fala sobre os problemas da educação no Brasil. "Quatro são os grandes desafios da educação brasileira: a permanência na escola, a gestão democrática, a nova qualidade de ensino e educação de jovens e adultos".
Veja a entrevista de Mario Sergio Cortella nos três vídeos aqui

Sob o pretexto da cura


A medida que autoriza a internação compulsória de usuários de crack no estado de São Paulo é considerada um retorno aos séculos XIX e XX "quando se internavam os indesejáveis à ordem política a pretexto de curá-los". A opinião é do juiz de Direito e membro da Associação Juízes para a Democracia, João Batista Damasceno, crítico do papel que o Judiciário deve cumprir na tríade com o Ministério Público e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no caso das internações contra a vontade dos viciados.
Damasceno chama a atenção para o fato de que não é possível garantir a lisura dos laudos médicos. Outra questão é que a lei que regulamenta a Reforma Psiquiátrica, de 2001 - e é base da resolução do governo paulista que autoriza a internação compulsória - não se refere, em nenhum momento, a usuários de drogas, mas a pessoas com transtornos mentais.
Para ler a entrevista com João Batista Damasceno clique aqui

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

BARBARA KANAM - "Congo Rumba"


Ouça Barbara Kanam, a cantora da República do Congo interpretando "Congo Rumba" clicando aqui


Democracia em crise. Mas em vez dela, o quê?


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No ano frenético de 2011, os Indignados espanhóis e o Occupy Wall Street, dos EUA, foram protagonistas centrais. Levaram imensas multidões às ruas, para protestar contra o sequestro do futuro coletivo “por banqueiros e políticos”. Retomaram a denúncia do capitalismo, esquecida durante décadas em seus países. Reincluíram na agenda de debates temas esquecidos, como o crescimento das desigualdades e o surgimento de uma oligarquia financeira. Suas ideias influenciaram, em certo momento, as maiorias. Por isso, conquistaram espaços na mídia, entre os intelectuais e artistas. No entanto, sua capacidade de manter a mobilização inicial foi limitada. Iniciados respectivamente em maio e setembro, Indignados e Occupy refluíram cerca de dois meses depois. Desalojados das praças que ocupavam por repressão policial, não recobraram, até o momento, a antiga potência — nem para reunir multidões, nem para influenciar o debate público. Por que?
Para ler o artigo completo de Antonio Martins clique aqui

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Argentina: o porquê da campanha contra Cristina Kirchner


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Uma militante histórica da luta pelos direitos humanos narra o envolvimento Grupo Clarín com ditaduras, e tentativa de manter a qualquer custo monopólio da mídia.
Para ler a entrevista com Stella Calloni clique aqui

Palavra (En)Cantada

 
Palavra (En)Cantada é um documentário de longa-metragem (86), dirigido por Helena Solberg, que percorre uma viagem na história do cancioneiro brasileiro com um olhar especial para a relação entre poesia e música. Dos poetas provençais ao rap, do carnaval de rua aos poetas do morro, da bossa nova ao tropicalismo, Palavra (En)cantada passeia pela música brasileira até os dias de hoje, costurando depoimentos de grandes nomes da nossa cultura, performances musicais e surpreendente pesquisa de imagens.
Conta com a participação de Adriana Calcanhotto, Antônio Cícero, Arnaldo Antunes, BNegão, Chico Buarque, Ferréz, Jorge Mautner, José Celso Martinez Correa, José Miguel Wisnik, Lirinha (Cordel do Fogo Encantado), Lenine, Luiz Tatit, Maria Bethânia, Martinho da Vila, Paulo César Pinheiro, Tom Zé e Zélia Duncan. Imagens de arquivo resgatam momentos sublimes de Dorival Caymmi, Caetano Veloso e Tom Jobim.
Para ver o documentário clique aqui

Amílcar Cabral foi assassinado há 40 anos - conversas sobre Amílcar


Para a gente que, no início dos anos 60, frequentava a Casa de Estudantes do Império – e, depois do seu fim, se refugiou nos cafés mais próximos, como a Mimo ou o Rialva, o nome de Amílcar Cabral surgia como quase mitológico. Talvez por isso, pelas conversas e histórias em seu redor, a sua morte causou-me, não só a natural indignação perante o assassínio de um grande dirigente, mas também a mágoa de quem perde um amigo que não chegou a conhecer. Por tudo isso, Amílcar Cabral e os factos do 20 de Janeiro surgiam, naturalmente, sempre que falava com gente que com ele se tinha cruzado, no PAIGC. Dessas conversas se tece este relato:
“Quando o conheci, numa casa da Rua Actor Vale, em Lisboa, não o associei a esse Amílcar Cabral de cujo trabalho na Guiné já tínhamos ouvido os ecos. O engenheiro que me apresentaram não parecia capaz de fazer nada disso…”.
Para ler o texto completo de Diana Andringa clique aqui

Poesia vs. Histórias em quadrinhos?


A notícia cujo título estampava “ler poesia é mais útil para o cérebro que livros de autoajuda”, na Folha de São Paulo, me faz agora pegar um afluente ou um desvio. Antes, vale a pena recuperar o texto da boa-nova.
“Ler autores clássicos, como Shakespeare, William Wordsworth e T.S. Eliot, estimula a mente e a poesia pode ser mais eficaz em tratamentos do que os livros de autoajuda, segundo um estudo da Universidade de Liverpool publicado nesta terça-feira (15).
Especialistas em ciência, psicologia e literatura inglesa da universidade monitoraram a atividade cerebral de 30 voluntários que leram primeiro trechos de textos clássicos e depois essas mesmas passagens traduzidas para a ‘linguagem coloquial’.
Os resultados da pesquisa, antecipados pelo jornal britânico Daily Telegraph, mostram que a atividade do cérebro ‘dispara’ quando o leitor encontra palavras incomuns ou frases com uma estrutura semântica complexa, mas não reage quando esse mesmo conteúdo se expressa com fórmulas de uso cotidiano.
Para ler o texto completo de Urariano Mota clique aqui

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

FERNANDO PESSOA: "É fácil trocar as palavras..."



"É fácil trocar as palavras,
Difícil é interpretar os silêncios!
É fácil caminhar lado a lado,
Difícil é saber como se encontrar!
É fácil beijar o rosto,
Difícil é chegar ao coração!
É fácil apertar as mãos,
Difícil é reter o calor!
É fácil sentir o amor,
Difícil é conter sua torrente!

Como é por dentro outra pessoa?
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.

Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição
De qualquer semelhança no fundo."
 
Fernando Pessoa

 

Lee Siegel: Pessoas vendáveis e pessoas invendáveis


As sociedades têm um inconsciente, como as pessoas, e às vezes as sociedades tomam rumos inconscientes que horrorizariam as pessoas se elas tomassem consciência de para onde realmente estão seguindo. Quando Mussolini chegou ao poder, inocentemente prometeu fazer os trens circularem no horário. Todos queriam que os trens circulassem no horário. Ninguém teve consciência de quanto custaria essa pontualidade.
Nos últimos anos, a sociedade americana veio criando um sistema de dois níveis que está dividindo o país em dois grupos: pessoas vendáveis e pessoas invendáveis. Esse movimento divisório se desenrola em muitas áreas da vida americana, mas em nenhuma é mais influente, e venenoso, do que na educação pública. No entanto, ele parece ser apenas mais uma técnica benigna para nos tornar mais felizes e mais eficientes.
Para ler o texto completo de Lee Siegel clique aqui

CIÊNCIA: Pesquisa pública, publicação privada


"Publicar ou apodrecer”: a sentença do zoologista Harold J. Coolidge resume a vida de um pesquisador. Pouco importa, para seu prestígio acadêmico, que seu modo de ensinar seja brilhante, seus estudos sejam bem fundamentados ou que ele seja gentil com os colegas: a avaliação do trabalho de pesquisa repousa de forma definitiva apenas na soma e na qualidade dos artigos publicados nas revistas científicas. A exposição ordenada dos resultados, passando pela humilhação da releitura por especialistas no assunto – o que chamamos normalmente de releitura dos pares, ou peer-review–, é a chave para isso.
As publicações são especializadas de acordo com a área de pesquisa. Assim, um especialista em história moderna da França tem à escolha uma dezena de revistas nacionais, e cerca de uma centena de periódicos acolhem os trabalhos de pesquisa feitos em física. Para escolher em que porta bater é preciso adaptar as pretensões, levando em conta o fator do impacto da revista, quer dizer, seu valor no mercado do saber. Esse valor é fundado não na audiência, mas no número médio de citações dos artigos da dita revista em outros artigos científicos. É conveniente acertar o alvo: muito baixo (uma revista pouco conhecida), e o artigo não será apreciado de acordo com seu valor, independentemente de sua qualidade; muito alto (as melhores publicações), e ele pode ser bloqueado durante meses pelos avaliadores, para no final ser recusado. Por ser feroz a concorrência entre as equipes de pesquisa, corre-se, então, o risco de ser ultrapassado na linha de chegada.
Para ler o texto completo de Richard Monvoisin clique aqui

O que o filme "Lincoln", de Spielberg, não diz sobre Lincoln

O filme “Lincoln”, de Steven Spielberg, que acaba de estrear no Brasil, narra como esse presidente de forte lembrança popular lutou contra a escravidão e pela transformação dos escravos em trabalhadores. O que a obra cinematográfica não conta, porém, é que Lincoln também lutou por outra emancipação: que os escravos e os trabalhadores em geral fossem senhores não apenas de sua atividade em si, mas também do produto resultante de seu trabalho.
Para ler o texto completo de Vicenç Navarro clique aqui

O neoliberalismo está acabado? Pense bem antes de responder


Observando, atônito, as lições desaprendidas na Grã-Bretanha, na Europa e nos Estados Unidos, me chama a atenção que toda a estrutura do pensamento neoliberal seja uma fraude. As demandas dos ultra-ricos se vestiram de teoria econômica sofisticada e foram aplicadas independentemente de seu resultado. O completo fracasso desta experiência em escala mundial não é impedimento para que se repita. Isto não tem nada a ver com a economia. Tem absolutamente a ver com o poder. A análise é de George Montbiot, do The Guardian e pode ser lida clicando aqui

Trailer do filme "Orgulho de Ser Brasileiro" - Adalberto Piotto

 
O documentário “Orgulho de Ser Brasileiro” discute o sentimento envolto na mais emblemática frase que se ouve no país – e que dá título ao filme - a partir de depoimentos de vários brasileiros. Numa narrativa de busca pessoal entrevistas com Romero Brito, Fernando Henrique Cardoso, o técnico de futebol Carlos Alberto Parreira, a geneticista Mayana Zatz, o filósofo Roberto Romano, o dramaturgo Gerald Thomas, a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, o escritor Ferréz, os músicos Max de Castro e Simoninha, o jornalista e empresário radicado na Flórida Carlos Borges, a corretora de Imóveis em Miami Yara Gouveia, o colunista de vinhos Didú Russo, o ex-ministro da Saúde Adib Jatene e o arcebispo católico Dom Angélico Bernardino se dividem em depoimentos ao longo do documentário questionando o Brasil e se questionando sobre a cultura dos brasileiros e o momento do país. Ancorado numa narrativa dinâmica com fotografia conceitual que explora vários ângulos dos entrevistados e depoimentos reveladores, o filme é permeado por trechos do hino nacional interpretado por Badi Assad. Num formato provocativo, promete ir muito além do “Ouviram do Ipiranga” ou do sentimento-padrão de que “o brasileiro é o melhor povo do mundo” a que nos acostumamos. Não é ufanista. É pra discutir. Não é contra o Brasil. É a favor. É real. Feito por brasileiros. Sem intermediários.  
Por Ferréz
Para ver o trailer clique aqui

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Manuel Castells: por que surgiu o Partido do Futuro

Portugal, março de 2012: mobilizados contra cries e inspirados nos protestos espanhóis, milhares de jovens saem às ruas e criam movimento "geração à rasca"
Dia 8 de janeiro, anunciou-se na internet a criação do “Partido do Futuro”, um método experimental para construir uma democracia sem intermediários, que substitua as instutuições atuais, deslegitimadas na mente dos cidadãos. A repercussão cidadã e midiática tem sido considerável. Só dia do lançamento, e apesar da queda do servidor por ter recebido 600 visitas por segundo, a iniciativa (http://partidodelfuturo.net) teve 13 mil seguidores no twitter, 7 mil no facebook e 100 mil visitas no YouTube. Jornais estrangeiros e espanhóis, fizeram eco de uma “entrevista coletiva do Futuro” que anuncia o triunfo eleitoral de seu programa: democracia e ponto.
Para ler o texto completo de Manuel Castells clique aqui

No Mali, um novo atoleiro do Ocidente?

 

Enquanto os aviões de guerra franceses bombardeiam Mali, uma estatística simples fornece o contexto-chave: essa nação africana ocidental de 15 milhões de habitantes é o oitavo país em que as potências ocidentais — apenas nos últimos quatro anos — estão bombardeando e matando muçulmanos, desde o Iraque, Afeganistão, Paquistão, Iêmem, Líbia, Somália e as Filipinas (sem contar as numerosas tiranias letais sustentadas pelo Ocidente nessa região). Por razões óbvias, a retórica de que o Ocidente não está em guerra com o mundo islâmico soa cada vez mais falsa com cada nova expansão desse militarismo. Mas nessa campanha maciça de bombardeio, vê-se que as lições mais importantes sobre a intervenção ocidental são persistentemente ignoradas.
Para ler o artigo completo de Glen Greenwald clique aqui

Filme "Além das montanhas": Corpo e exorcismo no século XXI

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Um grande filme entra em cartaz em São Paulo sob o risco de ser esmagado pelos blockbusters infanto-juvenis e pelos “filmes do Oscar”. Estou falando de Além das montanhas, do romeno Cristian Mungiu, um dos destaques da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo de 2012.
Escrevi com entusiasmo sobre ele na ocasião, e de lá para cá minha admiração não diminuiu. Trata-se, para dizer sucintamente, de um drama de exorcismo ambientado numa remota aldeia da Romênia. Para ser mais exato, num convento católico ortodoxo onde não há luz elétrica nem utensílios modernos. É lá que se reencontram duas jovens amigas e talvez ex-namoradas, Alina (Cristina Flutur) e Voichita (Cosmina Stratan), depois que a primeira passou um tempo na Alemanha trabalhando de garçonete.
Para ler o artigo completo de José Geraldo Couto clique aqui

Vivemos em uma ditadura ou em uma democracia?


Vivemos em uma ditadura ou em uma democracia? A pergunta tem, para o ensaísta francês Hervé Kempf, uma resposta sem concessões: as sociedades ocidentais vão a caminho da ditadura. Os modelos que regem hoje as sociedades democráticas do ocidente são democracias de papelão pintado que só obedecem a um amo: o sistema financeiro. Seu poder absoluto por sobre todas as coisas não só cria desigualdades abismais entre os indivíduos, mas também, e sobretudo, levou o planeta à crise ecológica que põe hoje em perigo a permanência da espécie humana.
Essa é a tese central do último livro com o qual Hervé Kempf fecha a trilogia que iniciou com dois livros famosos: “Como os ricos destroem o Planeta” e “Para salvar o planeta, sair do capitalismo”. O livro que fecha este ciclo é, a partir do título, uma declaração de guerra contra aqueles que usam a democracia para enriquecer: “Chega de oligarquia, viva a democracia”.
Para ler a entrevista a Hervé Kempf clique aqui

Uma crise ideológica está por trás da atual política fiscal e financeira


A maneira mais clara de analisar algum sistema financeiro é fazer a pergunta do “de quem e para quem“. Isso porque sistemas financeiros são basicamente um conjunto de dívidas e credores. Na atual economia neorrentista, os 99% (trabalhadores, consumidores) devem ao 1% (possuidores de títulos, acionistas, grandes proprietários). O objetivo é monopolizar o privilégio de criação de dinheiro que permite extrair juros e outras taxas por suprir a economia com o crédito necessário.
Para ler o artigo completo de Michael Hudson clique aqui

sábado, 19 de janeiro de 2013

Mercantilização na saúde e no ensino superior


A divulgação recente de más notícias sobre o desempenho de empresas atuantes da área da saúde e do ensino superior traz à tona o necessário debate a respeito da preocupante mercantilização dos serviços públicos em nosso País. À medida que parcela expressiva destes setores passou a ser composta de corporações capitalistas, os impactos negativos se fazem sentir pela maioria da população.
Para ler o artigo completo de Paulo Kliass clique aqui

Duas interpretações de ILYEOKA - "Simply Falling" & "Say Yes"



Além de cantora, a americana de origem nigeriana, LYEOKA é poeta, ativista e educadora. Com uma voz forte e sensual, sua música é uma mistura de Jazz, Soul e R & B.
Ouçam sua interpretação “Simply Falling” clicando aqui
Podem também escuta-la em "Say Yes" clicando aqui

OCUPAR WALL STREET: Quando a teoria torna a prática delirante


O filósofo Slavoj Žižek já havia prevenido os acampados do Zuccotti Park: “Não se apaixonem por vocês mesmos. Passamos um bom momento aqui, mas, lembrem-se, os carnavais não custam caro. O que conta é o dia seguinte, quando precisamos retomar nossa vida normal. E é quando nos perguntamos: alguma coisa mudou?”
Para ler o texto completo de Thomas Frank clique aqui

Para acabar de vez com a Lusofonia

A lusofonia é a última marca de um império que já não existe. E o último impedimento a um trabalho adulto sobre as múltiplas identidades dos países que falam português
Lusofonia é um conceito vago, demasiado vago - e uma versão kitsch de uma boa relação de Portugal com os países que foram colónias, que são ex-colónias. Alimentada pela esquerda mais retrógrada e pela direita mais nacionalista e nostálgica do império, a lusofonia tem uma história, balizada por alguns acontecimentos.
Para ler o texto completo de António Pinto Ribeiro clique aqui

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

A cultura do estupro ronda a Índia


Protests After Death of Gang Rape Victim, New Delhi, India - 02 Jan 2013
Até 16 de dezembro de 2012, Jyoti Singh Pandey era apenas uma estudante universitária de 23 anos a caminho de casa após uma sessão de cinema em Nova Délhi. Naquela noite, porém, foram-lhe brutalmente roubados o próprio corpo, a identidade, os direitos humanos. Estuprada por seis homens em um ônibus em movimento, com requintes sórdidos de tortura com uma barra de metal, a jovem indiana resistiu por 13 dias após a agressão – e morreu no dia 29 de dezembro. A Índia tremeu com enérgicas manifestações e protestos que se alastraram por diversas cidades do país.
Nessa semana, cinco homens foram acusados oficialmente perante a Justiça indiana – três se declararam inocentes. O sexto suspeito é um adolescente de 17 anos, que será julgado em uma corte juvenil. Enquanto os julgamentos se desenrolam a portas fechadas, resta a lembrança de Jyoti Singh Pandey como símbolo para as milhares de mulheres violentadas diariamente na Índia. “Jyoti detonou uma revolução social”, diz a filósofa indiana Vandana Shiva.
Para ler o texto de Vandana Shiva clique aqui

O negativismo crítico de Michel Houellebecq


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Talvez Michel Houellebecq seja o maior fenômeno literário europeu depois de José Saramago. Seus livros vendem muito, tanto na França quanto em outros países e diz-se que a mudança de editora que protagonizou em 2005 movimentou uma das maiores somas do mercado editorial europeu, chegando próxima de 1 milhão de euros. Nascido em 1956, o autor envolve-se em inúmeras polêmicas e seus romances são ou odiados ou idolatrados por milhares de leitores ao redor do mundo. Nisso, Houellebecq é comum; é um autor bem sucedido do nosso tempo. No Brasil, estão disponíveis os romances Partículas elementares (Ed. Sulina, 1999), Extensão do domínio da luta (Ed. Sulina, 2011), Plataforma (Ed. Record, 2002), A possibilidade de uma ilha (Ed. Record, 2006) e O mapa e o território (Ed. Record, 2012). Há ainda publicado em português o volume Um escritor no fim do mundo (Ed. Record, 2011), uma interessantíssima narrativa de viagem de autoria de Juremir Machado da Silva, que é tradutor e amigo de Houellebecq e junto com ele viajou à Patagônia.
Para ler o texto completo de Alexandri Pilati clique aqui

“Façam uso de mim para valorizar o nosso património que é do mundo”

Makamba N'goma
Abordando a música como um ponto de conexão social numa cidade pós-colonial onde empreendedores culturais utilizam o termo político de lusofonia, busco compreender como alguns músicos migrantes oriundos de países ‘lusófonos’ em Lisboa interagem neste processo, aos níveis de comunidade, associações voluntárias e instituições governamentais. De maneira geral, a minha pesquisa mostra uma falta de reconhecimento pela contribuição de músicos migrantes de língua portuguesa à cultura expressiva de Lisboa. Surpreendentemente, muitos se não todos os entrevistados, vêem alguma futura relevância no conceito de lusofonia. Eles apelam para instituições supranacionais -como a CPLP- e para os governos nacionais, pedindo apoio estructural para promover e divulgar toda a cultura expressiva de países de língua portuguesa, e indicando que as músicas migratórias destes países devem ser consideradas como parte integral da história cultural e do patrimônio de Portugal.
Para ler o texto completo de Bart Paul Vanspauwen clique aqui

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

As mudanças climáticas e o mito do progresso humano


Clive Hamilton em seu "Réquiem por uma Espécie: Por que resistimos à verdade sobre a mudança climática", descreve um alívio sombrio que vem de aceitar que a "catastrófica mudança climática é praticamente certa". Esta obliteração de "falsas esperanças", diz ele, exige um conhecimento intelectual e um conhecimento emocional. O primeiro é atingível. O segundo, por significar que aqueles que amamos, incluindo os nossos filhos, estão quase certamente fadados à miséria, insegurança e sofrimento dentro de poucas décadas, senão de alguns anos, é muito mais difícil de adquirir. Aceitar emocionalmente um desastre iminente, atingir a compreensão visceral que a elite do poder não vai responder de forma racional à devastação do ecossistema, é tão difícil de aceitar como nossa própria mortalidade. A luta existencial mais difícil do nosso tempo é a de ingerir esta terrível verdade - intelectualmente e emocionalmente - e continuar a resistir às forças que estão nos destruindo.
Para ler o texto completo de Chris Hedges clique aqui

Aaron Swartz, guerrilheiro da internet livre


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O (suposto) suicídio do gênio da programação e ativista Aaron Swartz não é somente uma tragédia, mas um sinal da enorme dimensão do conflito político e ideológico envolvendo defensores de uma Internet livre e emancipatória, de um lado, e grupos organizados dentro do sistema que pretendem privatizar e limitar o acesso à produção intelectual humana, de outro. Neste sábado (12/01), colunistas de cultura digital de diversos jornais escreveram sobre a morte do jovem Swartz, aos 26 anos, encontrado morto em um apartamento de Nova Iorque (ler os textos de John Schwartz, para o New York Times; Glenn Greenwald, para o The Guardian; Virginia Heffernan, para o Yahoo News; e Tatiana Mello Dias, para o Estadão). Diante da turbulenta vida do jovem Swartz e seu projeto político de luta pela socialização do conhecimento, difícil crer que o suicídio tenha motivações estritamente pessoais, como uma crise depressiva. A morte de Swartz pode significar um alarme para uma ameaça inédita ao projeto emancipatório da revolução informacional. O sistema jurídico está sendo moldado por grupos de interesse para limitação da liberdade de cidadãos engajados com a luta de uma Internet livre. Tais cidadãos são projetados midiaticamente como inimigos desestabilizadores da ordem (hackers). Os usuários da Internet, sedados e dominados pela nova indústria cultural, pouco sabem sobre o que, de fato, está acontecendo mundo afora.
Para ler o artigo completo de Rafael A. F. Zanatta clique aqui
Leia também o artigo "Perdão, Aaron Swartz" de Eliane Brum clicando aqui

Django Livre: além do didatismo


DJANGO UNCHAINED
Mais um filme de Quentin Tarantino chega às telas, e mais uma vez a polêmica se instaura sobre a glorificação da violência, o espetáculo divertido da morte. Desta vez, ao invés de reescrever a morte de Hitler, como fez em Bastardos Inglórios, o cineasta e roteirista propõe nada menos do que reescrever a história da escravidão nos Estados Unidos. Em uma entrevista à televisão, quando perguntado pela enésima vez sobre a violência em sua filmografia, o diretor explodiu. Não aguentava mais a mesma questão.
Em Django Livre, de fato, ele retrata muito, muito sangue, além de corpos cortados, pedaços de vísceras voando, pessoas chicoteadas e comidas por cachorros. Como se trata de uma vingança (Django, um escravo liberto, quer matar aqueles que o mantiveram em cativeiro e o separaram de sua esposa), o espectador é convidado a torcer pelo herói, a vibrar com ele. Na sala de cinema em que assisti ao filme, algumas pessoas aplaudiam com satisfação cada morte provocada por Django (Jamie Foxx).
Para ler o texto completo de Bruno Carmelo clique aqui
Para ler "Será Django Libertado o filme mais negro de sempre?" uma análise de Raquel Ribeiro,  clique aqui
Leia também o texto "Tarantino mostra escravidão sem concessões em "Django Livre", seu faroeste espaguete" de Natalia Engler, clicando aqui

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

MÍDIA & RELIGIÃO: A Rede Globo e os evangélicos


Artigo publicado na Folha de S.Paulo sobre um encontro entre líderes evangélicos e o responsável por projetos especiais da Globo, Amauri Soares, durante o qual esses líderes, incluindo o mais falante deles, Silas Malafaia, solicitariam a criação de uma heroína evangélica em novela da emissora como reparo à imagem negativa de personagens evangélicos, permite-nos analisar o fato sob vários aspectos para não perpetuar o erro que posturas como a desses líderes acabam reforçando: que os evangélicos precisam de bajulação para recuperar sua autoestima, uma vez que sempre foram estigmatizados pela principal emissora de TV do país.
O principal aspecto, a meu ver, que traduz o erro de análise por parte dos pastores, é de fundo teológico: quem precisa da TV Globo, e demais emissoras, não são os evangélicos, e muito menos a sua mensagem, para reverter qualquer prejuízo que novelas e outros produtos dessas emissoras historicamente tenham imposto à religião evangélica.
Quem precisa das televisões são os líderes religiosos, cujo principal objetivo é o crescimento de seus impérios ministeriais iniciados de forma tímida, tendo ganhado a dimensão atual pela inserção de programas nas grades televisivas a um custo milionário, patrocinado pelos fiéis que adquirem os produtos ofertados durantes esses programas com a promessa de que, assim fazendo, os “parceiros” ministeriais ou mantenedores serão abençoados por Deus. A teologia da prosperidade, que permeia todos esses programas, criou um sistema autótrofo, ou seja, capaz de se sustentar a partir de elementos produzidos em seu interior, independentemente de fatores externos. Como isso é possível?
Para ler o artigo completo de Clóvis Luz clique aqui

MARKETING POLÍTICO: Será a publicidade o motor da História?


O filme chileno No, de Pablo Larraín, foi exibido pela primeira vez no Brasil em outubro do ano passado, numa sessão exclusiva para convidados, na abertura da 36ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Agora, no final de dezembro, entrou em circuito comercial. Grande vencedor da Quinzena dos Realizadores de Cannes 2012, o filme confirma nas salas brasileiras a sua carreira internacional vitoriosa. Agrada a espectadores de várias idades e vários recortes culturais.
Se o leitor habitual da página A2 do Estadão ainda não viu, deveria ver. O debate retratado na tela é do mais alto interesse para quem procura acompanhar os rumos políticos da democracia. O que é que a empurra numa direção ou noutra? Em que cadinho são sintetizadas as decisões coletivas? Qual o papel que a publicidade – ou, em termos um pouco mais amplos, o chamado marketing político – desempenha nesse jogo?
Para Karl Marx e Friedrich Engels, a luta de classes era o motor da História (grafada com H maiúsculo). Segundo a gente depreende do enredo brilhante de No, a coisa não é bem assim: o motor da história é uma mensagem bonita, vibrante de euforia, que “venda” bem. É nisso que o povo quer embarcar, é isso que o povo quer “comprar”. Moral da história (com h minúsculo), o motor da História, prezados camaradas, é a publicidade. Por essas e outras, o filme dá o que pensar – e dá margem a indagações um tanto perturbadoras.
Para ler o texto completo de Eugênio Bucci clique aqui

REDES SOCIAIS: Influência 2.0


O fenômeno foi detectado acima da linha do Equador. Em abril de 2012, a revista Wiredpublicou matéria a respeito. No fim de novembro, um texto no website da Harvard Business Review lhe fez eco e, em seguida, uma colunista do Financial Times orientou sua ironia britânica ao assunto. O centro da polêmica é o índice Klout, criação de Joe Fernandez, um empreendedor de São Francisco, a mesma cidade na qual Alfred Hitchcock filmou Vertigo. A cria gerou polêmica, e alguma vertigem, porque o tal índice foi desenvolvido para medir o grau de influência de qualquer indivíduo (eu, tu, ele, nós, vós e eles) nas redes sociais, ou pseudossociais.
O índice Klout, como outros similares, é calculado a partir de uma base de variáveis que inclui o número de seguidores no Twitter, a frequência de atualizações, o número de recomendações, o índice Klout de amigos e seguidores etc. A escala varia de 1 a 100: 1 equivale a um atestado de inexistência digital; valores próximos de 20 indicam a insignificância social do indivíduo; valores próximos de 100 são atribuídos aos luminares do nosso tempo, como, por exemplo, a celebridade pop Justin Bieber.
Para ter um índice Klout decente é necessário frequentar as redes sociais, dedicar tempo e energia a indicar os mais incríveis restaurantes japoneses no Facebook e a inserir aforismos filosóficos em até 140 caracteres no Twitter. Entretanto, isso não basta: é preciso também que as pérolas, em fatos e fotos, viajem pelas redes sociais e sejam reproduzidas por outros usuários.
Para ler o texto completo de Thomaz Wood Jr clique aqui

REDES SOCIAIS: O extraordinário virou banal

“Nunca conheci quem tivesse levado porrada. Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo”, ironizava Fernando Pessoa há um século, criticando o mundo de aparências dos ambientes sociais em que todos têm de ser belos, inteligentes e saudáveis o tempo todo.
O personagem de seu poema é tristemente familiar. Seja porque se sente porco, vil, parasita e sujo por não ter tido paciência para se arrumar. Seja porque se considera ridículo, absurdo, grotesco, mesquinho, submisso e arrogante por não saber se comportar de acordo com as novas etiquetas. Seja porque, covarde, ele se cala quando ofendido, para não ser ridicularizado ao reagir. Seja porque, endividado e motivo de piadas entre os que cruzam seu caminho, ele se angustia por não encontrar com quem se identifique.
Analisando suas redes sociais, ele reclama estar cercado de semideuses. Ninguém confessa infâmias, covardias ou fraquezas, nada que esteja abaixo do ideal. Só lhe resta desabafar que todo mundo com quem convive “nunca foi senão príncipe -todos eles príncipes- na vida...”.
Para ler o texto completo de Luli Radfahrer clique aqui

ENTREVISTA / JIM BOUMELHA: “É muito barato matar um jornalista hoje no mundo”

Os assassinatos por encomenda se tornaram uma ameaça maior à vida de jornalistas do que as guerras. O alerta é de Jim Boumelha, presidente da Federação Internacional dos Jornalistas (IFJ, na sigla em inglês). Ele cobra ações dos governos para frear as mortes e acusa as Nações Unidas de não tomarem medidas práticas que ajudem a reforçar a segurança dos profissionais que cobrem conflitos.

Um relatório divulgado pela IFJ no último dia 31 informa que 121 jornalistas foram assassinados em 2012 no exercício da profissão ou em represália por seu trabalho. O ranking de mortes é liderado por Síria (35 casos) e Somália (18), que vivem conflitos armados. O Brasil aparece em quinto lugar, com seis mortes – Eduardo Carvalho, do Última Hora News (MS); Valério Luiz, da rádio Jornal 820 (GO); o blogueiro Décio Sá (MA); Paulo Roberto Cardoso Rodrigues, do Jornal da Praça (MS); Mário Randolfo Marques Lopes, do Vassouras na Net (RJ); e Laécio de Souza, da Sucesso FM (BA).
Está à frente de países que passaram por guerras, como Iraque e Afeganistão.
Para ler a entrevista de Jim Boumelha clique aqui

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

MANUEL ALEGRE: "As Mãos"

As Mãos
Com mãos se faz a paz se faz a guerra.
Com mãos tudo se faz e se desfaz.
Com mãos se faz o poema – e são de terra.
Com mãos se faz a guerra – e são a paz.


Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedras estas casas, mas
de mãos. E estão no fruto e na palavra
as mãos que são canto e são as armas.

E cravam-se no Tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.

De mãos é cada flor, cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.

Manuel Alegre, O canto e as Armas, 1967

 


Quando a Educação para adultos funciona

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Ao contrariar métodos tradicionais e despertar alunos para aprendizado em convivência, escola revela: suposto “declínio” da EJA é consequência do tradicionalismo, não do desinteresse do público.
Para ler o artigo completo de Estevan Muniz clique aqui

A grande virada da resistência palestina

 
Mais de 250 mulheres e homens, sob o intenso frio do fim de madrugada de 11 de janeiro, fundaram Bab Al Shams (Porta do Sol), a mais nova vila palestina. Ali, no platô pedregoso de al-Tur, eles montaram, com a ajuda de ativistas de várias partes do mundo, dezenas de barracas para evitar a construção de novas casas para colonos israelenses. A construção da vila é uma iniciativa única e marca uma nova fase da resistência. Os palestinos, segundo a declaração distribuída durante a fundação da vila, não estão mais dispostos a esperar que o confisco de seu país se consume.
Para ler o artigo de Baby Siqueira Abrão clique aqui

A opção da Permacultura

  
Compreendida como um “sistema de permanência para uma nova cultura”, a permacultura propõe a sustentabilidade dos ecossistemas a partir de outra postura diante do uso dos recursos naturais e do consumo. Desenvolvida no Brasil há mais de 15 anos, esta prática avança com projetos de bioconstrução, construções ecologicamente corretas, “para retirar melhor proveito de sol, dos ventos, com o melhor conforto térmico e menor consumo de energia”, explica João Rockett. 
Para ler a entrevista de João Rockett clique aqui
 

domingo, 13 de janeiro de 2013

Comentários anônimos, atitudes covardes: é tempo de pararmos de beber este veneno digital

 
Comentários on-line são muitas vezes factualmente errados, mas o anonimato permite aos escritores usar uma linguagem vulgar e abusiva para apoiar as suas mentiras. Eles rodam muitas vezes no que tem sido chamado de "teste de qualidade" - aplicada com rigor, por exemplo, quando os editores de jornais se recusam a publicar cartas sem um nome e alguma forma de endereço. Então o que fazer?
Para ler o artigo completo de Robert Fisk clique aqui

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Fim da Linha: caos urbano e proposta para revertê-lo

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Vinte milhões de novos veículos bloquearão cidades brasileiras até 2020. Receita para evitar tal colapso é combinação doce-amarga de medidas.
Para ler o texto completo de Alexandre Costa clique aqui

Tecnologia: a incrível bicicleta-carro

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É movida a pedais ou baterias solares (para subidas). Protege o corpo, é estável, abriga da chuva e sol. Estará disponível a partir do dia 13 de janeiro de 2013. Sem poluir a cidade e com a facilidade de escolher que hora suar ou não, fica mais fácil pensar em um modo de transporte alternativo para chegar ao trabalho.
Para ler mais e assistir a uma demonstração deste revolucionário veículo veja o vídeo aqui 

Europa em crise: Portugal volta a exportar talentos

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Políticas ditadas pela “troika” elevam parcela dos que deixam o país a quase 10% da população e atingem, em especial, os mais qualificados. Brasil e África estão entre os principais destinos.
Para ler o artigo completo de Mario Queiroz clique aqui

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