segunda-feira, 31 de julho de 2017

Lana Del Rey - "Love"

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Para assistir à interpretação de "Love" na voz de  Lana Del Rey clique no vídeo aqui

Coreia do Norte aprendeu com Líbia a nunca entregar suas armas nucleares, diz chefe de inteligência

This undated picture released from North Korea's official Korean Central News Agency (KCNA) on January 12, 2014 shows North Korean leader Kim Jong-Un (front L) inspecting the command of Korean People's Army (KPA) Unit 534.    AFP PHOTO / KCNA via KNS    REPUBLIC OF KOREA OUT   THIS PICTURE WAS MADE AVAILABLE BY A THIRD PARTY. AFP CAN NOT INDEPENDENTLY VERIFY THE AUTHENTICITY, LOCATION, DATE AND CONTENT OF THIS IMAGE. THIS PHOTO IS DISTRIBUTED EXACTLY AS RECEIVED BY AFP    ---EDITORS NOTE--- RESTRICTED TO EDITORIAL USE - MANDATORY CREDIT "AFP PHOTO / KCNA VIA KNS" - NO MARKETING NO ADVERTISING CAMPAIGNS - DISTRIBUTED AS A SERVICE TO CLIENTS        (Photo credit should read KNS/AFP/Getty Images)

O ex-senador americano Dan Coats, diretor de Inteligência Nacional do governo Trump, causou grande surpresa na última sexta-feira no Fórum de Segurança de Aspen ao falar a verdade sobre a política externa norte-americana.
O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, 33, não é louco, segundo Coats. “Há uma lógica por trás de seus atos”, afirma. Segusndo ele, o líder do país asiático baseia suas ações no fato de os EUA já terem demonstrado que a Coreia do Norte precisa manter seu arsenal nuclear para garantir “a sobrevivência do regime”. 
Para ler o texto completo de Jon Schwarz clique aqui

Com 5% de aprovação, Michel Temer já não luta por sobrevivência, mas por sobrevida

Brazil's President Michel Temer arrives for a ceremony to announce the airports' franchise programme, at the Planalto Palace in Brasilia, Brazil on July 27, 2017. Brazilian President Michel Temer's popularity fell from 10 percent in March to a meager 5 percent, according to a poll released on Thursday in the prelude to the voting at the Chamber of Deputies to decide if a corruption report against the conservative leader advances to the supreme court. / AFP PHOTO / Sergio LIMA (Photo credit should read SERGIO LIMA/AFP/Getty Images)

"Se continuar assim,eu vou dizer a você, para continuar 7%, 8% de popularidade, de fato fica difícil passar três anos e meio”. A frase é menos irônica do que profética. Foi proferida pelo então vice-presidente da República, em setembro de 2015, em um encontro com empresários em São Paulo, sobre a aprovação de Dilma Rousseff, divulgada dias antes pelo Datafolha. A então presidente acabava de atravessar o mês de agosto, época de maus agouros na política brasileira, com sua pior avaliação
Para ler o texto completo de Matheus Pichonelli clique aqui

Geopolítica: a Rússia volta ao Caribe

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Acossada por Washington na Europa Oriental, Moscou dá o troco na Nicarágua: investimentos em Saúde, uma base do Glonass (alternativa ao GPS) e um canal que pode ofuscar o do Panamá.
Para ler o texto completo de Vinicius Mendes clique aqui

Por que o tempo parece passar mais devagar no auge da paixão - ou durante momentos traumáticos?

David Eagleman pesquisou a sensação de "câmera lenta" para saber se o tempo passa mais lentamente em alguns momentos da vida

"Tive um acidente de carro e vi tudo acontecer em câmera lenta. Vi o espelho retrovisor cair, a expressão no rosto do outro motorista e o capô sendo esmagado." Relatos como esse são comuns durante palestras do neurocientista e escritor americano David Eagleman. Pesquisador da Universidade Stanford, na Califórnia, ele é autor de livros como Incógnito - As Vidas Secretas do Cérebro. 
Para ler o texto completo clique aqui

As 20 melhores fotos feitas por drone no ano de 2017

20 imagens vencedoras do concurso de fotografia do Dronestagram

O drone é um equipamento que tem sido cada vez mais utilizado para captar imagens aéreas incríveis com muito mais facilidade. Além disso, essa tecnologia tem evoluído muito e as câmeras estão cada vez mais profissionais. Isso revolucionou o mundo da fotografia, e cada vez mais surgem diversos concursos para eleger as melhores imagens feitas com drone. Um dos mais prestigiados é o Concurso Internacional de Drone feito pelo site Dronestagram, que publica fotos feitas apenas com esta técnica. Abaixo, você vai ver as 20 melhores imagens da quarta edição do concurso.
 
 
1. Ugo, o marinheiro - França
20 imagens vencedoras do concurso de fotografia do Dronestagram

2. Formação de gelo - Islândia
20 imagens vencedoras do concurso de fotografia do Dronestagram

3. Pôr do sol nas Cataratas do Iguaçu - Argentina
20 imagens vencedoras do concurso de fotografia do Dronestagram

4. Amanhecer na Mercury Tower - Rússia 
20 imagens vencedoras do concurso de fotografia do Dronestagram

5. A Cidade Antiga de Sigiriya - Sri Lanka
20 imagens vencedoras do concurso de fotografia do Dronestagram

6. Próximo passo - França
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7. Deserto de Tatacoa - Colômbia
20 imagens vencedoras do concurso de fotografia do Dronestagram

8. A estrada infinita para a Transilvânia - Romênia
20 imagens vencedoras do concurso de fotografia do Dronestagram

10. A estrada infinita para a Transilvânia - Romênia
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11. Duas vacas - África do Sul
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12. Paz - Espanha
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13. Selva de concreto - Emirados Árabes Unidos
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14. La Vijanera - Espanha
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15. Ponte para motocicletas sobre o rio - Tailândia
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16. Surfista português - Portugal
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17. Colheita de verão na Provença - França
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18. Fim da linha - Estados Unidos
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19. Vista suas roupas para o esporte - Laos
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20. Labirinto espanhol - Espanha
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"Ser mulher negra, no Brasil, é sinônimo de luta"

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A uma semana da Marcha do Orgulho Crespo, diretora da Anistia Internacional no Brasil fala sobre militância e combate ao racismo no país. 
Para ler a entrevista de Juliana Wernech clique aqui

domingo, 30 de julho de 2017

"Adormecer... " - Casimiro de Brito

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Adormecer
assim: inclinado
sobre um rio
em repouso.
A mão esquerda
caída em palma
no crânio; a boca
no ombro no aroma
da pele; o joelho
e a mão direita
na coxa no canteiro ainda
molhado. Acordar assim: ouvir
o breve adágio do corpo amado
a respiração pouco a pouco mais tumultuosa
sob os lençóis subitamente visitados
pelo sol da manhã. 

Casimiro de Brito

"A cota é um elemento forte de justiça", diz ex-ministro Renato Janine


Na avaliação do filósofo e ex-ministro da Educação Renato Janine Ribeiro, "a cota é um elemento forte de justiça". Para o professor aposentado de Ética e Filosofia da USP, estabelecer cotas para camadas mais pobres da sociedade corrige um erro histórico do Brasil. 
Para ler a entrevista de Renato Janine Ribeiro clique aqui


O desconforto com as cotas é patente e emerge um racismo de reação

Angela Alonso

30/07/2017
  
O Brasil agora gosta de se definir como multicultural. O nome antigo era "democracia racial", mas o sentido permanece: não temos conflitos étnicos. A harmonia na diversidade é um mito nacional e, como todos os mitos, encobre e revela. Encobre a desigualdade entre os grupos étnicos e revela a dificuldade coletiva em tratar do assunto.
O mito passou a ser denunciado. A Flip deste ano é exemplar. Não por eleger escritor negro (Machado de Assis já foi homenageado), mas por ter 30% dos conferencistas de sua cor.
A ação tem impacto simbólico, mas as artes sempre patrocinaram a ascensão dos negros. Habilidades ("talento") e esforço ("mérito") individuais lhes facultaram galgar o pódio –em música (Gilberto Gil), dança (Ismael Ivo), artes plásticas (Emanoel Araújo). Mas chegar ao topo é excepcional. Negros como protagonistas de novela são recentes. E raros. Comuns são representações que os associem aos trabalhos subalternos, à pobreza e à criminalidade.
Nos esportes, onde corpos e aptidões natas são fator de distinção, as possibilidades se abrem, mas restritas a áreas de baixo investimento inicial. Faltam negros nos esportes de elite: esgrima, equitação, iatismo, automobilismo. Até o futebol, esporte coletivo mais democrático, vem restringindo o ingresso. A profissionalização impôs adestramento precoce do corpo, e aí o que se come, onde se treina limita a ascensão apenas pelo "talento".
Se nessas carreiras periféricas a desigualdade se impõe, nas que concentram o mando social, o abismo se alarga. Dos Poderes da República, o Legislativo é o mais poroso aos negros, mas a Câmara dos Deputados nunca foi presidida por um. Um país de maioria negra nunca teve presidente negro. No Judiciário, a exceção Joaquim Barbosa confirma a regra.
A democracia racial faz mais água onde está o dinheiro. Além da disparidade de renda, a supremacia branca é patente nas posições de comando de recursos públicos e privados. E se reproduz. O direito de herança transmite um patamar básico de superioridade econômica dos brancos de uma geração a outra. Filhos de negros saem da maternidade em desvantagem.
Mas desigualdade não é apenas vício de origem. Repõe-se ao longo da vida. A escolarização deveria anulá-la, mas a reforça. Filhos da elite social se beneficiam de terapias corretivas, formação complementar e frequência a instituições privadas de qualidade superior às públicas. Escolas –e as famílias que as frequentam– se declaram contra discriminações, mas basta entrar nelas para ver de que cor são seus alunos.
Estes herdeiros, bem preparados a vida toda, se tornam maioria nos cursos superiores de maior prestígio: engenharia, medicina, direito. Assim, a escolarização superior repõe o privilégio da elite social branca.
O debate sobre cotas nas universidades, que causou barulho recente na USP, precisa ser entendido à luz desse padrão de reprodução da desigualdade étnica.
Argumentos liberais, em favor de talento e mérito, ignoram que negros sempre largam atrás e sofrem mais obstáculos no percurso. Os que chegam ao vestibular são grandes maratonistas sociais. Mas por mais "talentosos" e "esforçados" que sejam, poucos cruzarão por si a linha de chegada dos cursos concorridíssimos, como a medicina.
As cotas não compensam a escravidão –é impossível. Tentam garantir aos negros de hoje chances genuínas de ascender a posições de prestígio e poder social.
Se as cotas vierem a ser mesmo efetivas, vão pôr em xeque os mecanismos de hierarquização étnica ativos aqui e agora. E também a propalada harmonia interétnica. Ou se crê que tudo seguirá como dantes quando o cirurgião, o empresário, o governante forem negros?
O desconforto com as cotas é patente. Contestações se fazem em nome do universalismo (há brancos pobres) e da livre competição (como se ela existisse).
Junto emerge um racismo de reação. Os negros que acessam as escolas públicas de elite vêm sendo expulsos por mecanismos de rebaixamento, via humilhação. Outra alternativa extrema, já aplicada ao ensino básico, seria o abandono da universidade pública pela elite social. A existência de cursos privados de excelência em direito (FGV), engenharia (Insper) e medicina (Einstein) aponta a exequibilidade desse caminho.
A mera existência de celeuma em torno das cotas desmente o mito da democracia racial. A desestabilização desse regime sólido e longevo de reprodução da desigualdade étnica não virá sem reações. O racismo explícito é apenas uma delas. 

FONTE: Aqui

A voz de Diva para esconjurar o racismo

Diva Guimarães e Conceição Evaristo

Até sexta-feira, diversidade da Flip era algo mais aferível por números, até que a professora falou. 

Para ler o texto de de A. O. clique aqui

O momento mais emocionante da #Flip2017 (Festa Literária Internacional de Paraty ) veio pela voz do público no Território Flip/Flipinha: "A pele que habito". Com a palavra, Diva Guimarães neste vídeo aqui

Silêncio da rua contra Temer não é condescendência, mas perda de fé no país


O governo Temer comemora que as ruas não estejam coalhadas de gente pedindo sua cabeça, tal qual ocorreu com Dilma Rousseff. De forma cínica, seus apoiadores afirmam que isso é uma prova de que a população entende que ele tem agido corretamente para tirar o país da crise e confia em sua honestidade.
Para ler o texto completo de Leonardo Sakamoto clique aqui

Século 21 tem crescimento de guerras civis, e internet está por trás disso

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Século 21 tem crescimento de guerras civis, e internet está por trás disso

RICARDO BONALUME NETO

29/07/2017 

RESUMO Após declínio na década de 1990, número de guerras civis dispara. Conflitos atuais têm características novas, com objetivos transnacionais e predomínio de ideologia extremista. Estudiosos começam a analisar impacto da internet nas insurgências, tema abordado pelo manual de contraguerrilha das Forças Armadas dos EUA.
*
Especialistas acreditam que a democracia na Polônia ainda corre risco , mas, ao menos por ora, o pior passou. Contrariando seu partido –o nacionalista e conservador Direito e Justiça (PiS)–, o presidente Andrzej Duda vetou duas das três leis que reduziriam os poderes do Judiciário.
Há pouca dúvida de que as manifestações tiveram papel decisivo nessa decisão surpreendente. Dezenas de milhares de poloneses vinham protestando pelo país, e os atos se intensificaram no final de semana passado. O Parlamento, controlado pelo PiS, aprovou as três leis no dia 21, sexta-feira.
Também há pouca dúvida de que a internet contribuiu para a formação das multidões. A hashtag #3xNie se multiplicou nas redes sociais, e seu significado ("três vezes não") indicava com clareza o que parcela expressiva da população esperava de seu presidente.
Nem sempre, porém, as redes sociais estão do lado democrático da história. No artigo "The New New Civil Wars" (as novas novas guerras civis, publicado em maio na "Annual Review of Political Science"), a cientista política Barbara F. Walter, professora da Universidade da Califórnia em San Diego, afirma: "Estamos em uma nova fase da guerra civil, em que religião e ideologia parecem ter papel predominante, e uma nova tecnologia –a internet– parece influenciar o comportamento de formas inéditas e ainda inexploradas".
Hoje, de acordo com Walter, as guerras civis são disputadas majoritariamente em países muçulmanos (cerca de 65% delas, contra 40% de 1989 a 2003), a maioria dos grupos rebeldes defende leituras radicais do islamismo (antes, facções se organizavam em torno de etnias ou razões socioeconômicas) e quase todos perseguem objetivos transnacionais, e não locais.
Embora a tecnologia ofereça oportunidades a todos os atores políticos –cidadãos, grupos rebeldes, milícias radicais, organizações civis, governos, países estrangeiros–, é no contexto de turbulência social que seus efeitos se mostram mais imprevisíveis. Como diz Walter, ainda não há muitos estudos sobre a revolução que as novas ferramentas de comunicação podem provocar nas guerras civis.
MANUAL
Isso não significa que o tema tenha sido sumariamente ignorado. Na mais recente versão do manual de contraguerrilha do Exército e do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA (obra conjunta), de 2006, o general do Exército David Petraeus incluiu uma análise sobre as redes sociais e sua importância para os grupos insurgentes.
A versão anterior de um manual do tipo havia sido publicada 20 anos antes pelo Exército e 25 pelos Marines. Um atraso curioso, pois os fuzileiros navais foram pioneiros no combate das chamadas "small wars" (do espanhol "guerilla", ou pequenas guerras).
Os marines, até a Segunda Guerra (1939-45), passavam boa parte do tempo lutando contra nativos em vários continentes, com ênfase na América Central e no Caribe.
Um livro divertido –e politicamente incorreto hoje– é o clássico "Small Wars "" Their Principles and Practice" (guerrilhas, princípios e prática), do coronel britânico Charles Edward Callwell, publicado em 1899, mas com a melhor edição, revista e ampliada, datando de 1906.
"Pequenas guerras incluem a guerra de 'partisans', que geralmente surge quando soldados treinados são empregados para lidar com a sedição e insurreições em países civilizados; elas incluem campanhas de conquista, quando uma grande potência adiciona o território de tribos bárbaras às suas possessões; e incluem expedições punitivas contra tribos na fronteira de colônias distantes", escreveu o coronel, que depois do livro chegaria a general.
Petraeus teve bons professores. No prefácio do novo manual ("The U.S. Army and Marine Corps Counterinsurgency Field Manual", o manual de contraguerrilha do Exército e do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA), em parceria com James Amos, general fuzileiro naval, escreveu:
"Este manual toma um enfoque geral para as operações contra insurgências. O Exército e Corpo de Fuzileiros Navais reconhecem que cada insurgência é contextual e apresenta seu próprio conjunto de desafios. Você não pode lutar contra ex-partidários de Saddam [Hussein] e extremistas islâmicos do mesmo modo que teria lutado contra o Viet Cong, os Moros ou os Tupamaros [guerrilhas do Vietnã, das Filipinas e do Uruguai, respectivamente]."
O livro tem instruções sensatas e que podem parecer óbvias, mas não para instituições conservadoras, que mudam lentamente, como as Forças Armadas.
Vide a distinção entre práticas de sucesso e outras malsucedidas. É bom "enfatizar a inteligência", "colocar o foco na população, nas suas necessidades e na segurança" ou "ampliar a área segura". Não é bom "enfatizar [...] a morte e a captura do inimigo, em vez de prestar segurança e lidar com a população".
Isso traz um eco de Vietnã, de "contagem de corpos" (ruim) ou de ganhar "corações e mentes" (bom)? Exato. Mas a segunda estratégia foi implantada tarde demais. O país e sua população tinham sido devastados por bombardeiros e pela artilharia –as duas armas mais letais e as menos indicadas na contrainsurgência. Bombas e granadas não ganham nem corações nem mentes; elas os explodem.
INTERNET
Se essa distinção remetia ao passado, o trecho sobre redes sociais olhava para o futuro, hoje presente. "Para uma insurgência, uma rede social não é apenas uma descrição de quem é quem na organização. É um retrato da população, de como ela é composta e de como seus membros interagem uns com os outros", diz o manual.
O melhor título de um livro sobre o tema é "Learning to Eat Soup with a Knife: Counterinsurgency Lessons from Malaya, Vietnam, and Iraq" (aprendendo a tomar sopa com faca: lições de contrainsurgência da Malásia, do Vietnã e do Iraque), escrito pelo tenente-coronel americano John Nagl.
Ele mostra como a capacidade de aprender algo novo e improvisar fez os britânicos terem sucesso na Malásia, enquanto a incapacidade correspondente levou os americanos a fracassar no Vietnã. Na era das redes sociais, o aprendizado pelas Forças Armadas, pela polícia e pelas autoridades que lidam com insurreições e atentados terroristas tem que ser cada vez mais rápido; as organizações do Estado devem aprender depressa como tomar sopa com faca.
As orientações poderiam soar fora de moda no quadro da década de 1990. O número de guerras civis e guerrilhas tinha diminuído com o término da Guerra Fria e o fim dos seus conflitos "quentes" entre União Soviética e EUA –as guerras por procuração, ou seja, por intermediários, sem envolvimento direto das grandes potências.
No século 21, porém, a praga voltou a se alastrar. Em países como o antigo Zaire (hoje República Democrática do Congo), a Líbia, o Iêmen, Ruanda, Somália, Sudão, Mali, Sri Lanka e até mesmo na Ucrânia, proliferaram os combates, em geral alimentados pelas verdadeiras "armas de destruição de massa": fuzis da antiga União Soviética (AK-47, AKM e AK-74) e as armas portáteis antitanque RPG ("granadas propulsadas por foguete").
Ou os mais de 50 mil tanques produzidos no leste europeu outrora comunista. Em muitos países, essas armas são mais disseminadas que a Coca-Cola.
Mas não são apenas as armas. Essas guerras se tornam mais intensas por causa da internet e da disseminação em massa de celulares e computadores baratos. Nas democracias, redes sociais facilitam a organização de protestos. É só convidar e se conectar aos demais manifestantes.
Ocorre que a tendência também vale para o agrupamento numa guerra civil e para arregimentação por parte de grupos terroristas .
Pesquisa publicada na revista científica americana "Science" mostrou algo surpreendente. O Estado Islâmico pode ter uma visão medieval sobre o lugar das mulheres na sociedade, mas a presença do grupo em redes sociais mostra que o papel das mulheres é crucial no recrutamento e na máquina de propaganda. Existem mais homens envolvidos nos ataques terroristas, mas são as mulheres que constituem a cola operacional.
As redes sociais também facilitam o financiamento dos insurgentes. Não falta gente disposta a apoiar um grupo rebelde do Sudão ou da Libéria –pelo charme da coisa, por convicção ou só para gastar o dinheiro do papai rico.
E, como a internet é global, o terror, a guerrilha ou a insurgência também podem agir globalmente; o 11 de Setembro de 2001 só iniciou a moda.
Guerrilha e redes sociais viraram tema de pesquisa acadêmica. Além da já citada Barbara F. Walter, é o que estuda Elisabeth Jean Wood, professora de ciência política de Yale. Ela conduziu levantamentos em El Salvador, Peru, Sri Lanka e Serra Leoa. "Esses processos reconfiguram redes sociais de diversas maneiras, criando redes, dissolvendo algumas e mudando a estrutura de outras", concluiu.
Até em um país pobre –e o mais novo do planeta–, como o Sudão do Sul, as mídias sociais incitam conflitos e são facilmente acessíveis: três em cada quatro jovens têm acesso a Facebook, Twitter e WhatsApp, e cerca de 60% deles usaram as redes para incitar ódio contra supostos "inimigos" –isto é, gente de outras etnias.
Mesmo na supostamente mais civilizada Europa, as redes disseminaram ódio. Foi o que se viu na Ucrânia, onde conflitos iniciados em 2014 deixaram dezenas de mortos. A carnificina também apareceu ao vivo e a cores nas telas de celulares e computadores.
Como sabe todo brasileiro que acompanha a crise política atual, não faltam boatos e mentiras, desinformação e ódio ideológico, especialmente nas redes sociais. O mundo está repleto de "coxinhas" e "mortadelas".

RICARDO BONALUME NETO, 56, jornalista, é autor de "A Nossa Segunda Guerra - Os Brasileiros em Combate, 1942-1945" (Expressão e Cultura) e de "Brazilian Expeditionary Force in World War II" (Osprey), com Cesar Campiani Maximiano. 

Fonte: Aqui

"Quero ter você" - Lu Carvalho e Diogo Nogueira

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Para assistir à interpretação de "Quero ter você" nas vozes de Lu Carvalho e Diogo Nogueira clique no vídeo aqui

Chiapas: viagem ao entorno do território zapatista

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Soldados armados até os dentes. Imensos tesouros arqueológicos. Presença maia em toda parte. Um escritor brasileiro visita, no sul do México, o mundo em que se move a guerrilha do EZLN.
Para ler o texto completo de Flávio Aguiar clique aqui

sábado, 29 de julho de 2017

Ouça aqui a nova música de Chico Buarque

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"Tua Cantiga", novo single de Chico Buarque, está disponível a partir de hoje em todas as plataformas digitais. A canção, que integra o álbum "Caravanas", tem letra de Chico e melodia do pianista Cristóvão Bastos, seu parceiro na hoje clássica "Todo o Sentimento", de 1987.
Para assistir à interpretação de “Tua Cantiga” clique aqui

Tua Cantiga

Quando te der saudade de mim
Quando tua garganta apertar
Basta dar um suspiro
Que eu vou ligeiro
Te consolar

Se o teu vigia se alvoroçar
E estrada afora te conduzir
Basta soprar meu nome
Com teu perfume
Pra me atrair

Se as tuas noites não têm mais fim
Se um desalmado te faz chorar
Deixa cair um lenço
Que eu te alcanço
Em qualquer lugar

Quando teu coração suplicar
Ou quando teu capricho exigir
Largo mulher e filhos 

Chico Buarque




Pouco tempo para evitar a grande barbárie

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O capitalismo está em crise global, mas os atores que poderiam oferecer uma alternativa parecem enfraquecidos e dispersos. Rosa Luxemburgo e Marcuse serão capazes de insinuar uma saída?
Para ler o texto completo de Eduardo Mancuso clique aqui

Violência no parto: as causas reais

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“As pacientes não têm mais rosto nem história, têm um número de prontuário — e são atendidas por profissionais que igualmente perderam sua identidade para a fria estrutura empresarial”.
Para ler o texto completo de Daniela Valle clique aqui

BOAVENTURA DE SOUSA SANTOS: Em defesa da Venezuela

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Estou chocado com a parcialidade da comunicação social europeia, incluindo a portuguesa, sobre a crise da Venezuela. 
Para ler o texto completo de Boaventura de Sousa Santos clique aqui

Mallu Magalhães - "Você Não Presta"

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Para assistir à interpretação de "Você Não Presta" na voz de Mallu Magalhães clique no vídeo aqui

"Dunkirk", ou como não fazer um filme de guerra

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Na obra de Christopher Nolan, conflito não é mais que um espetáculo — um pretexto sangrento para clímaces dramáticos, proezas técnicas e êxtases visuais de efeito anestesiante. Saudades de Kubrick, Coppola, Climov e Godard.
Para ler o texto completo de José Geraldo Couto clique aqui

Por que já não basta eleger o presidente

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Cada vez mais claro que, para superar maré conservadora, será preciso enfrentar Congresso, mídia e Judiciário. Isso exige intensa mobilização popular e uma Constituinte exclusiva.
Uma opinião de Mauri Cruz pode ser lida clicando aqui

Duas universdidades ameaçadas pelo racismo

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Por que os conservadores querem destruir a Unila e Unilab, voltadas à integração latinoamericana e com a África Negra. O que isso revela sobre um déficit da esquerda.
Para ler o texto completo de Andréia Moassab e Marcos de Jesus clique aqui

Novo filme mostra a brutalidade da guerra de rodrigo Duterte contra as drogas nas Filipinas

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi criticado por democratas e republicanos em abril por seu apoio entusiasmado a uma das violações de direitos humanos mais descaradas do mundo atual: a campanha assassina do presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, contra as drogas em seu país. Desde que Duterte assumiu o governo, em junho de 2016, esquadrões da morte compostos por policiais e justiceiros mataram mais de 7,000 pessoas, arrasando comunidades pobres em todo o país.
O documentário O Inferno de Duterte (Duterte’s Hell, no original em inglês), dirigido por Aaron Goodman e Luis Liwanag e produzido pela Field of Vision, mostra imagens fortes da ação da polícia filipina examinando e transportando cadáveres – e o sofrimento de familiares e amigos frente aos assassinatos patrocinados pelo governo. 
Para ler o texto completo de Alex Emmons e assistir ao documentário O Inferno de Duterte clique aqui

Como os Homo sapiens se espalharam pelo mundo

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Durante milhares de anos, pelo menos seis tipos de humanos convieram e habitaram esta Terra. É o que nos conta o livro 'Sapiens' ao narrar, misturando ciência e história, a saga de como chegamos até aqui. 
Para assistir à saga de como chegamos até aos dias de hoje clique no vídeo aqui

Christian Coelho: A necessidade de dizer Não

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A necessidade de dizer Não

Quando a realidade se torna insustentável, a poesia nos lembra da necessidade de dizer Não.  
Na primeira metade do século XX, retratando a Guerra Civil Espanhola, Manuel Bandeira escreveu o poema "No vosso e em meu coração", bradando poeticamente contra o fascismo, com a negação da Espanha de Franco e a afirmação de uma Espanha da criação e da liberdade: "Espanha no coração:/ No coração de Neruda,/ No vosso e em meu coração./ Espanha da liberdade,/ Não a Espanha da opressão./ Espanha republicana:/ A Espanha de Franco, não!"
O poeta retoma grandes nomes da história da arte espanhola como João da Cruz, Teresa de Ávila, Lope, Góngora, Góia, Cervantes, Picasso, Casals e "Lorca, irmão/ Assassinado em Granada!", contrapondo-os ao autoritarismo do franquismo e de outros períodos da nação, afirmando a "Espanha republicana,/ Noiva da Revolução!". É a poesia contra a traição, a Inquisição, o fascismo, a morte. A Espanha de Neruda e Lorca, sim; "A Espanha de Franco, não!".
 Em 1978, ainda sob o fascismo da ditadura brasileira, Belchior lançou o álbum "Todos os sentidos". A primeira música é a clássica "Divina comédia humana", céu e inferno dos amores, futebol, filosofia, Dante, Freud, Olavo Bilac... O genial poeta da canção, Dante dos trópicos, encerra lembrando que "Enquanto houver espaço, corpo e/ Tempo e algum modo de dizer não/ Eu canto". Em tempos sombrios, caro Brecht, canto, poesia. Palavras são navalhas, amar e mudar as coisas interessa mais e o novo sempre vem... Volta Belchior!
Em julho de 1988, ainda sob o fascismo da ditadura do general Pinochet, centenas de intelectuais e artistas participaram do "Chile cria", encontro internacional de arte, ciência e cultura pela democracia no país. O discurso de abertura foi pronunciado por Eduardo Galeano, intitulado "Nós dizemos não". O mestre da prosa poética inicia dizendo que "Viemos de diversos países, e estamos aqui, reunidos à sombra generosa de Pablo Neruda: estamos aqui para acompanhar o povo do Chile, que diz não. Nós também dizemos não."
"Dizemos não ao elogio do dinheiro e da morte", ele diz, na sequência. Denuncia o sistema assassino que transforma tudo em mercadoria, multiplicando a pobreza, a concentração da riqueza e também a solidão: "nós dizemos não a um sistema que nega comida e nega amor, que condena muitos à fome de comida e muitos mais à fome de abraços". A cultura dominante, cultura da mentira, do desvínculo e do desprezo, "especula com o amor humano para arrancar-lhe mais-valia".      
Por isso, é necessário dizer não ao medo, "Não ao medo de dizer, ao medo de fazer, ao medo de ser". Dizer não à "Neutralidade da palavra humana", indagando: "Seria bela a beleza, se não fosse justa? Seria justa a justiça, se não fosse bela? Nós dizemos não ao divórcio entre a beleza e a justiça, porque dizemos sim ao seu abraço poderoso e fecundo."
Dizendo não, estaremos dizendo sim: "Dizendo não às ditaduras, e não às ditaduras disfarçadas de democracias, nós estamos dizendo sim à luta pela democracia verdadeira, que a ninguém negará o pão e a palavra, e que será bela e perigosa como um poema de Neruda ou uma canção de Violeta Parra."
É necessário dizer não à cobiça, à indignidade, à liberdade do dinheiro; sim "a outra América possível", rebelde, justa, livre, solidária. Não "ao triste encanto do desencanto", sim à "esperança faminta e louca e amante e amada, como o Chile", como o Brasil, como a América Latina.
(Sobre o não chileno, vale a pena o filme "No", de Pablo Larraín, com Gael García Bernal, baseado na peça "El Plebiscito", de António Skármeta).
No Brasil atual, é necessário dizer Não. Como esses e muitos outros artistas, nós dizemos não. 
Não ao golpe político-econômico-jurídico-midiático. Não à ofensiva conservadora, à retirada de direitos, aos retrocessos. Não à espoliação, ao estado de exceção, à permanência da escravidão. Não à morte em larga escala, não ao pessimismo e à impotência, não ao desencanto do mundo.
A poesia, a canção, são "os anticorpos da nação", como disse o Tom Zé. Uma defesa contra o fascismo, uma "tradição penicilínica". "Um grão de poesia basta para perfumar todo um século", nos lembra José Martí.
Em tempos temerosos, "Havemos de amanhecer", caro Drummond. "Faz escuro mas eu canto/ porque a manhã vai chegar", das margens do Rio Amazonas do nosso Thiago de Mello para o resto do país.
Dizendo não, estamos dizendo sim.
Sim, na afirmação das potencialidades do Brasil. Da poesia, da canção, dos ritmos, do futebol poesia de Pasolini. Da síntese antropofágica. Da memória ancestral, criação e resistência. Das artes, dos corpos, dos gestos e afetos. Das ações, de saberes outros. Das sociabilidades nascidas do precário e das possibilidades de beleza e justiça.
Manhã utópica grávida de encontro, lembrança da vida.

Christian Coelho, inverno de 2017 

OBSERVAÇÃO - Um agradecimento especial ao Christian Coelho que tão gentilmente me cedeu seu texto para postá-lo no blog.

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