terça-feira, 30 de junho de 2020

"Teu corpo seja brasa" - Alice Ruiz

Alma Exposta": Teu Corpo Seja Brasa by Alice Ruiz


Teu corpo seja brasa

Teu corpo seja brasa e o meu a casa
que se consome no fogo
um incêndio basta
pra consumar esse jogo
uma fogueira chega
pra eu brincar de novo.

Alice Ruiz

Por que o bolsonarismo é um fascismo


Desde que protestos antifascistas tomaram as ruas contra a ofensiva autoritária de Bolsonaro, o debate público retomou uma questão fundamental: o bolsonarismo é uma forma de fascismo? A resposta é "sim" e deixar para trás este tabu, muito mais do que um mero exercício intelectual, é uma condição para reagir à altura da ameaça bolsonarista. 
Para ler o texto de Bruno Frederico Müller clique aqui

Leia "Mais um vexame federal: ministro cai antes da posse" de Ricardo Kotscho clicando aqui

Leia "Por que só Decotelli seria punido se a mentira é instrumento deste governo?" de Leonardo Sakamoto clicando aqui

Leia "Bolsonaro será alvo de pressão internacional por pandemia" de Jamil Chade clicando aqui

Leia "Bolsonaro busca se livrar do impeachment e salvar os filhos da cadeia" de Guilherme Boulos clicando aqui

Leia "Especialistas veem indícios de lavagem em declaração do imposto de renda de Bolsonaro" de Lúcio de Castro clicando aqui

Leia "O presidente marmota" de Miguel Paiva clicando aqui

Leia "Paulo Guedes, coautor do desastre" de Paulo Nogueira Batista Jr clicando aqui

Leia "Chumbo grosso no Ministério Público" de Malu Gaspar clicando aqui

Leia "Bolsonarismo fardado e de toga são dois braços do autoritarismo" de Pedro Estevam Serrano clicando aqui

Leia "José Dirceu: "Por que sou a favor da articulação e criação de uma Frente Democrática""  clicando aqui

Leia "FHC e o retorno do pêndulo: o liberalismo e a esquerda perante o fascismo" de Tarso Genro clicando aqui

Leia "Falsificando a recriação do centro" de Roberto Bueno clicando aqui

Leia "As políticas da desigualdade racial no Brasil: uma república erguida com cotas para os brancos" de Leonardo Fabri clicando aqui

Leia "A renda universal, um salário de novo tipo, deve ser a matriz para o futuro da organização da sociedade" Entrevista com Bruno Cava clicando aqui

Leia "O artigo que eu não terminei" de Alfredo Lima clicando aqui

Leia "A educação frente à pandemia e ao fascismo: duros combates nos aguardam" de Nora Krawczyk clicando aqui

Leia "Entre a vida e a morte sob tortura, violência policial se estende por todo o Brasil, blindada pela impunidade" de Breiller Pires clicando aqui

Leia "Austeridade, o grande dogma a ser combatido" de Paulo Kliass clicando aqui

Leia "Saúde, falta de estrutura e desigualdade: os riscos da volta às aulas em plena pandemia" de Nara Lacerda clicando aqui

"As decisões tomadas na China darão forma ao mundo do século XXI"

Xi Jinping preside reunião China-África

A afirmação é de Peter Frankopan, o primeiro grande historiador do novo século, porque é quem, de forma mais rápida e plena, se deu conta de que os ventos do século XXI vem da Ásia e, em particular, da China. 
Para ler o texto de Emir Sader clique aqui

Leia "David Harvey: Os sentidos do mundo" clicando aqui

Leia "Carta de Paris: ''A anexação da Cisjordânia por Israel marcará o fim da ONU''" de Leneide Duarte-Plon clicando aqui

Leia "Na França, a esquerda rejuvenesce em uma nova derrota de Emmanuel Macron" de Isabella Arria clicando aqui

Leia ""Temos que nos preparar para um século de desastres", adverte Pablo Servigne, teórico da colapsologia" clicando aqui

Leia "Fintan O'Toole: "É a primeira vez que os EUA provocam a impressão de ser um lugar digno de pena""  clicando aqui

Leia "'Ukrainegate' e seus desdobramentos apontam para extensa influência dos EUA na Ucrânia" de Gustavo Oliveira clicando aqui

Leia "Reino Unido endividou-se para proteger escravocratas" de Felipe Munhoz Martins clicando aqui

Leia ""Nova" forma de exploração da América Latina" de José Raimundo Trindade clicando aqui

Leia "O novo velho continente e suas contradições: A era dos crimes cibernéticos" de Celso Japiassu clicando aqui

Leia "Um boicote poderia matar o Facebook?" de James Clayton clicando aqui

Leia "Antropoceno: emergência e advertência global" de José Eustáquio Diniz Alves clicando aqui

Leia "Um programa pós-capitalista para além pandemia" de Cédric Durand e Razmig Keucheyan clicando aqui

Leia "Precários de todos os países, uni-vos" de Noriel Roubini clicando aqui

Leia "O valor da velhice e a humanização dos cuidados" de Marcello Farina clicando aqui

Leia "É seguro enviar crianças de volta à escola?" de Charlotte Gee clicando aqui

Leia ""Um passado que acreditávamos não mais voltar": os neofascismos e a atualidade de Primo Levi" de Diogo Justino clicando aqui

Leia "Especial Privatização da Água" de Mariana Serafini - com pesquisa de Alessandra Monterastelli, Ana Paula Sarabia e Guilherme Arruda clicando aqui

Perpetuum Jazzile: "África", "Wave" & "Aquarela do Brasil"

Africa Perpetuum jazzile - YouTube

Para assistir à interpretação de “África” pelo grupo coral esloveno Perpetuum Jazzile clique no vídeo aqui

Perpetuum Jazzile Wave LIVE 2010) YouTube4 - YouTube


Para assistir à interpretação de “Wave” clique no vídeo aqui

Perpetuum Jazzile & BR6 - Aquarela Do Brasil (live, HQ) - Invidious


Para assistir à interpretação de “Aquarela do Brasil” clique no vídeo aqui



Pepe Escobar - Índia-China: O Quebra-Cabeça Himalaico

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A fronteira indo-chinesa é um tabuleiro estratégico que vem se tornando cada vez mais complexo. 
Para ler o texto de Pepe Escobar clique aqui

Pesquisador americano analisa doutrina ideológica que une "gurus" de governos do Brasil, EUA e Rússia

Pesquisador americano analisa doutrina ideológica que une “gurus ...
Pesquisador americano analisa doutrina ideológica que une “gurus ...

Há um paralelo a ser feito entre os governos de RússiaEstados Unidos e Brasil, segundo o pesquisador Benjamin Teitelbaum, professor assistente da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos. Os três governos são influenciados e abrigam quadros políticos ligados a três intelectuais que exercem influência externa nas instituições governamentais: Steve Bannon, nos EUAAleksandr Dugin, na Rússia, e Olavo de Carvalho, no Brasil. 
Para ler o texto de Benjamin Teitelbaum clique aqui

O capitalismo no fio da navalha

O capitalismo no fio da navalha | Esquerda

As políticas de um regresso à normalidade arriscam-se a destruir-se a si próprias e a levar a uma trajetória em ziguezague das economias. De facto, não há simetria garantida entre os dois ramos da retoma em forma de V. 
Para ler o texto de Michel Husson clique aqui

segunda-feira, 29 de junho de 2020

"Teu corpo principia" - António Ramos Rosa

os meus refúgios: Teu corpo principia


Teu corpo principia

Dou-te
um nome de água
para que cresças no silêncio.

Invento a alegria
da terra que habito
porque nela moro.

Invento do meu nada
esta pergunta.
(Nesta hora, aqui.)

Descubro esse contrário
que em si mesmo se abre:
ou alegria ou morte.

Silêncio e sol – verdade,
respiração apenas.

Amor, eu sei que vives
num breve país.

Os olhos imagino
e o beijo na cintura,
ó tão delgada.

Se é milagre existires,
teus pés nas minhas palmas.

O maravilha, existo
no mundo dos teus olhos.

O vida perfumada
cantando devagar.

Enleio-me na clara
dança do teu andar.

Por uma água tão pura
vale a pena viver.

Um teu joelho diz-me
a indizível paz.

António Ramos Rosa

A volatilidade das classes médias que, pelos seus privilégios, elegem e depois se escandalizam com Bolsonaro

A volatilidade das classes médias que, pelos seus privilégios ...

Pesquisador observa as diferentes nuances do que compreende por ‘classes médias’ e reflete sobre seus valores e orientações política. 
Para ler a entrevista com Adalberto Cardoso clique aqui

Leia "TCU prepara absolvição de generais do exército que queimaram r$ 273 milhões em negócio bilionário" de Rafael Neves clicando aqui

Leia "Pandemia desnuda perversidades do capital contra trabalhadores" Entrevista com Ricardo Antunes clicando aqui

Leia "Pela Folha, não visto amarelo" de Tereza Cruvinel clicando aqui

Leia "Para quem valem as leis? É preciso cobrar o STF pela defesa da nossa Constituição" de Paulo Cannabrava Filho clicando aqui

Leia "Trabalho no pós-pandemia: dados de uma catástrofe" de José Álvaro de Lima Cardoso clicando aqui

Leia "A luta pelas águas do Brasil não terminou" de Marcos Helano Montenegro clicando aqui

Leia "Revista Diálogo Educacional v. 20, n. 65 (2020)" clicando aqui

'Os humanos não estão preparados para proteger a natureza', diz filósofo alemão Peter Sloterdijk

O filósofo alemão Peter Sloterdijk - LightRocket via Getty Images

O filósofo d afirma que a humanidade está aprendendo uma nova "gramática comportamental" para lidar com as mudanças climáticas e vê elementos dela na reação global ao coronavírus. 
Para ler sua entrevista clique aqui

Leia "[Cartas do velho mundo] 29.06.20 - Três eleições em meio à pandemia" de Antonio Martins clicando aqui

Leia "Podem ou querem os ricos salvar o mundo?" de Boniface Pascal clicando aqui

Leia "Nada a esconder? (1)" de 0110001 clicando aqui

Leia "A refeudalização do capitalismo digital" Entrevista com Adam Arvidsson clicando aqui

Leia "A capacidade de sermos estúpidos também nos torna imprevisíveis para os robôs" de Marta García Aller clicando aqui

Leia "Tecnologias quânticas. A revolução 4.0 do século XXI" de Mario Ramon Duarte clicando aqui

Leia "África: Os danos colaterais da covid-19 no campo da saúde" de  Kim West clicando aqui

Leia ""Donald Trump é o pior criminoso da história, inegavelmente", diz Noam Chomsky"  clicando aqui

Leia "Ocasio-Cotez, vitória de uma democrata rebelde" de Javier Biosca Azcoiti clicando aqui

Leia "A ilusão de uma rápida recuperação da economia americana" de James K. Galbraith clicando aqui

Leia "Há 80 de seu assassinato: Trotsky e seus três biógrafos" de Mário Maestri clicando aqui

Leia "Dr. Hamblin: O Ar Condicionado pode espalhar o coronavírus?" de James Hamblin clicando aqui

Pomplamoose : "Oh, Pretty Woman"

Oh, Pretty Woman | Roy Orbison | Pomplamoose - YouTube

Para assistir à interpretação de "Oh, Pretty Woman" pela banda Pomplamoose clique no vídeo aqui

O regimento escolar e a desigualdade de oportunidades na educação moçambicana

Moçambique: Escolaridade obrigatória alargada para 9ª classe ...

O artigo trata da regulamentação escolar como instrumento de repreensão e discute a desigualdade de gênero e de oportunidades na educação, considerada como direito fundamental do cidadão e instrumento para a integração do indivíduo na vida socioeconômica e política. O estudo objetiva expor os mecanismos sancionatórios consagrados pelas escolas moçambicanas, a partir de uma aproximação da realidade brasileira e apontar as construções socioculturais convencionadas pelas comunidades daquele país que afetam a igualdade educacional, o sucesso escolar e a progressão de estudos dos alunos. Metodologicamente, a pesquisa é bibliográfica, desenvolvida por meio da revisão de literatura na perspectiva da democracia e justiça escolar. Além disso, considera dois aspectos que fundamentam parte do insucesso escolar em Moçambique: o primeiro discute a expulsão como repreensão expressa na regulamentação escolar; o segundo debate as desigualdades educacionais de gênero. Constatou-se que, no primeiro aspecto, a expulsão de alunos é prevalecente, é uma sanção predominantemente aplicada nas escolas, transgredindo as normas regulamentares internacionais e nacionais que postulam o direito à educação. No segundo, observou-se que os problemas que afligem as meninas são considerados injustos, quando observados de acordo com as Políticas Educacionais. Diante disso, entende-se que a implementação de políticas de assistência às alunas e a contínua educação sexual e reprodutiva em idade escolar, são temas que devem permear todo o processo educativo moçambicano. 
Para ler o texto completo de Júlio Magido Velho Muara e Flávia Obino Corrêa Werle clique aqui

O confinamento é 'o maior experimento psicológico da história', diz especialista em trauma

Hoof - INGE WACHTELAER via BBC - INGE WACHTELAER via BBC

Estima-se que pelo menos 2,6 bilhões de pessoas foram colocadas sob alguma forma de quarentena em março. Isso representa um terço da população mundial. Em meados de junho, a covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, já havia contaminado mais de 9 milhões de pessoas e matado pelo menos 470 mil. Alguns países da Europa e Ásia começaram a relaxar suas medidas de contenção, mas na América Latina muitos continuam com severas restrições. Esses longos meses de confinamento podem levar a consequências psicológicas em grande parte da população. Segundo Elke Van Hoof, professora de psicologia da saúde na Universidade de Vrije, em Bruxelas, e especialista em estresse e trauma, estamos diante do "maior experimento psicológico da história". A falta de atenção das autoridades à assistência psicológica durante a pandemia fará o mundo pagar o preço, diz ela. 
A seguir, veja trechos da entrevista de Elke Van Hoof clicando aqui

LIVRO - Frantz Fanon: "Pele negra, máscaras brancas"

Frantz Fanon: Pele negra máscaras brancas - Download - Geledés

Houve uma época em que um professor universitário norte-americano que tentasse abordar a obra de Frantz Fanon em um ambiente acadêmico estaria sujeito a perder o emprego. Naqueles anos turbulentos das décadas de 1960 e 1970, a situação era diferente na América do Sul. No Chile, por exemplo, as idéias de Fanon estavam sendo ensinadas nas salas de aula, e uma leitura cuidadosa da Pedagogia do Oprimido de Paulo Freire revela o quanto essa obra sofreu a influência de Fanon. Nos anos de 1990 era possível estudar Fanon e Freire em cursos como Teologia Política, Filosofia da Libertação e Pensamento Social e Político, e os estudiosos em todo o mundo estão agora compreendendo a relação entre Fanon e outros intelectuais brasileiros como Alberto Guerreiro Ramos e Abdias do Nascimento. Esta tradução de "Peau noire, masques blancs" não é, portanto, a primeira vez que Fanon será ouvido no mundo lusófono.
Para ler o Prefácio completo bem como o conteúdo integral do livro clique aqui

domingo, 28 de junho de 2020

"Daqui te escrevo" - Adão Cruz

Anjo Nice: Setembro 2018


Daqui te escrevo

Daqui te escrevo
onde o mar não existe
onde as mãos do silêncio
não tardam a entrar
no silêncio da tarde.
Daqui te escrevo
nesta tarde de silêncio
onde a memória da tarde
arde em silêncio
no mar das tuas mãos.
Daqui te escrevo
onde o deserto é imenso
e a sede do mar cresce em silêncio
no silêncio da tarde.
Daqui te escrevo
onde o mar não existe
e o deserto é imenso.
Daqui te escrevo
desta tarde sem fim
onde arde a cidade sem mar.
e o deserto sem cidade.
Daqui te escrevo
onde arde em silêncio
na tarde das tuas mãos
todo o silêncio da tarde.

Adão Cruz

Um país em estado de melancolia

Alexandre Rezende/Divulgação

É imenso o que temos perdido nos últimos tempos: dezenas de milhares de vidas, incontáveis empregos, projetos pessoais e coletivos, liberdade, tranquilidade, qualquer horizonte restante de expectativa. Diante de tão dramática perda, o mais razoável seria estarmos agora em luto, recolhidos num processo de assimilação e elaboração das muitas dores que nos acometem. Mas é isso, de fato, o que temos vivido coletivamente? Com tanto ruído, tanto tumulto, tanto celeuma, será possível afirmar que o país está em luto? Ou estaremos entregues a um estado tão doloroso quanto o luto, mas bem menos eficaz, bem mais patológico, a melancolia? 
Para ler o texto de Julián Fuks clique aqui

Leia "'Boca suja' de Bolsonaro tem papel expressivo na construção de sua imagem" de Álvaro Magalhães Pereira da Silva e Ana Rosa Ferreira Dias clicando aqui

Leia "Somos 70%?" de Kátia Gerab Baggio clicando aqui

Leia "Zona de Turbulência" de Alfredo Saad Filho clicando aqui

Leia "Caso Queiroz: desembargadores do TJ do Rio decidiram peitar o STF ao proteger Flávio Bolsonaro" de João Filho clicando aqui

Nicos Poulantzas: Sobre o impacto popular do fascismo

Nicos Poulantzas

Comentário sobre a dimensão, a natureza e as razões do enraizamento do fascismo nas massas populares. 
Para ler o texto de Nicos Poulantzas clique aqui

Coldplay: NPR Music Tiny Desk Concert

Coldplay: NPR Music Tiny Desk Concert - YouTube

Para assistir à interpretação de "Cry Cry Cry", "Viva La Vida", "Broken", "1999" e "Champion Of The World" pelo Coldplay clique no vídeo (18:00) aqui

A solidão nas grandes cidades em belíssimas imagens

Johannes Nickel Alan Schaller Street Photography


Alan Schaller é um fotógrafo residente em Londres e conhecido por suas fotografias em que apresenta imagens com luz e sombra de alto contraste e arquitetura deslumbrantes. Nesta série chamada 'Metropolis', Schaller lida com temas de isolamento e solidão em um ambiente urbano. As fotografias nos levam ao coração de uma cidade desconhecida. Os humanos parecem pequenos e insignificantes em comparação com o espaço que os domina. Não podemos nem dizer as expressões em seus rostos, todos eles estão correndo pela agitação da cidade.As composições únicas impressionantes e o humor distinto tornam a fotografia de Schaller verdadeiramente única. O trabalho do fotógrafo foi amplamente elogiado e apresentado em veículos como 'The Independent' e 'The Financial Times'. 

A fotografia de Alan Schaller captura a solidão urbana

A fotografia de Alan Schaller captura a solidão urbana

A fotografia de Alan Schaller captura a solidão urbana
“Antes de começar a série, passei muito tempo trabalhando em retratos 
e em fotografias de rua mais “convencionais ”e queria levar meu 
trabalho para uma direção diferente. Depois de pensar e experimentar, 
decidi buscar a representação da vida humana no contexto de forma, 
luz e abstração”, disse Schaller em entrevista ao My Modern Met em 
2017.“ Para mim, o desafio era dizer algo sobre as pessoas sem focar 
diretamente nelas ”.



A fotografia de Alan Schaller captura a solidão urbana
A fotografia de Alan Schaller captura a solidão urbana



A fotografia de Alan Schaller captura a solidão urbana




Schaller mencionou que a maioria da série foi feita sem que as 
pessoas retratadas percebessem. Para esse fim, ele usa uma 
câmera Leica que é pequena, silenciosa e discreta. “Às vezes, a 
intensidade do contato visual pode levantar uma fotografia. 
Honestamente, as pessoas muito raramente ficam chateadas. ”

A fotografia de Alan Schaller captura a solidão urbana

O que pode ser tão impactante na fotografia de Schaller é a mensagem 
com a qual muitos podem se identificar. "Em todo o mundo, as pessoas 
estão substituindo as relações reais pelas digitais. Para alguém que 
passa muito tempo observando e capturando a vida humana, é difícil 
presenciar a maneira como estamos nos perdendo no mundo das mídias 
sociais e a vida na cidade grande.", diz ele. Embora a série seja filmada 
principalmente em Londres, onde Schaller reside, ela ressoa com os 
espectadores de Paris a Tóquio e São Paulo.
A fotografia de Alan Schaller captura a solidão urbana

A fotografia de Alan Schaller captura a solidão urbana

 
A fotografia de Alan Schaller captura a solidão urbana

A fotografia de Alan Schaller captura a solidão urbana


A fotografia de Alan Schaller captura a solidão urbana

Sinofobia já é um fenômeno global

Clientes durante a abertura de uma loja da Huawei no início deste ano em Xangai.

Bolsonaro escolheu a China como um inimigo externo para culpá-la por suas falhas na gestão da pandemia. 
Para ler o texto de Rosana Pinheirp-Machado clique aqui

LIVRO - Wilhelm Reich e Claude Alzon: "Casamento indissolúvel ou relação sexual duradoura?"

Calaméo - 242319060 Wilhelm Reich Claude Alzon Casamento ...

Para ter acesso ao clássico "Casamento indissolúvel ou relação sexual duradoura?" de Wilhelm Reich e Claude Alzon clique aqui

sábado, 27 de junho de 2020

"O silêncio e o crime" - Pedro Tierra

Laudo conclui que George Floyd morreu por asfixia - CartaCapital


O silêncio e o crime

Meu nome

                      É 
                                  George Floyd!

I can’t breathe! In Minneapolis.


Mas se quiser gritar
pode me chamar de

Evaldo dos Santos Rosa!

(Músico. Teve o carro
alvejado por 80 tiros
quando se dirigia com a família
para uma festa de aniversário de crianças.
“Calma, amor, é o Exército.” 
Ainda disse a mulher quando ouviu
a primeira rajada de tiros atingir o carro da família.
Em Guadalupe, Zona Oeste do Rio).


Meu nome

                  É
                               George Floyd!

I can’t breathe! In Minneapolis.

Mas se quiser gritar
pode me chamar de

                               Ágatha Félix!

(8 anos. Alvejada por um tiro nas costas.
Voltava de um passeio com a mãe.
Fazendinha, Complexo do Alemão, Rio).

Meu nome

                   É
                               George Floyd!

I can’t breathe! In Minneapolis.

Mas se quiser gritar
pode me chamar de

                               Marcus Vinicius!

(14 anos. Alvejado nas costas por um tiro de fuzil.
Ainda lúcido, no hospital:
“Mãe eu sei quem atirou em mim,
foi o blindado mãe.
Ele não me viu com a roupa da escola?

No Complexo da Maré, Rio).







Meu nome

                  É

                               George Floyd!

“I can’t breathe! In Minneapolis.

Mas se quiser gritar
pode me chamar de

                               João Pedro!

(14 anos. Alvejado por um tiro de fuzil.
Ao invadirem a casa, os policiais já podiam ver o grupo
de adolescentes deitados no chão da sala, para se proteger.
A porta e as janelas eram de vidro transparente.
Os jovens podiam ver os policiais.
Os policiais podiam vê-los e ouvi-los pedindo socorro.
No Complexo do Salgueiro, em S. Gonçalo, Rio).


Meu nome

                   É
                               George Floyd!

I can’t brathe! In Minneapolis.

Mas se quiser gritar
pode me chamar de

                               Guilherme Silva Guedes!

(15 anos. Sequestrado. Assassinado com dois tiros na cabeça.
“Um carro preto pegou esse garoto perto da casa dele,
depois ele foi encontrado morto, após umas 3 ou 4 horas.
E tinha ali uma tarjeta, que é a identificação do policial militar
ao lado dele ou sobre o corpo do menino.”

Palavras do Coronel Álvaro Camilo secretário-executivo da PM.
O crime aconteceu em Vila Clara, São Paulo).
Todos negros. Todos pobres.
Todos pobres. Todos negros.

Talvez pela cor da noite,
talvez pela cor das estatísticas.

Todas brancas...

os cegos voluntários não enxergam
a lenda urbana que somos.
Tem um joelho sobre nossa garganta,
temos a cara amassada contra o meio fio:
a sarjeta onde desabam nossos mortos.

“O que pode o grito, se não se perpetua?!”
Insiste o poeta.
E um silêncio ensurdecedor
devora o grito.

Meu couro cortado com facas cegas,
coberto de cicatrizes,
será grito e mapa de medos,
tatuados na alma.  
Numa sarjeta de Minneapolis,
do Complexo do Alemão,
de Guadalupe,
da Maré,
de São Gonçalo,
de Vila Clara.

Todos negros, todos pobres.
Todos pobres, todos negros.

Pobres. Negros. Os que não pediram para nascer,
disputando nas quebradas retalhos de vida.
Curvados sobre a dor e sobre os mortos,
polindo sonhos amamentados
no leite da ira e dos incêndios...

Pedro Tierra

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