quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Internet: antídoto contra segregação urbana?

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Uma pesquisa realizada em cinco favelas do Rio Janeiro – Rocinha, Cidade de Deus, Manguinhos e os complexos do Alemão e da Penha – apontou que 90% dos jovens dessas comunidades acessam a internet de seus computadores pessoais. Para o levantamento, foram entrevistados 2 mil jovens, e o estudo foi realizado em parceria pela Secretaria Estadual de Cultura, juntamente com a ONG Observatório de Favelas.
“Na rua, o jovem de favela é apenas ‘um jovem da favela’, não é um cidadão. Não possui sua cidadania reconhecida, seu corpo abrigado e sua vida respeitada. Agora, no seu Facebook ele se mostra, fala de si, identifica suas preferências, afirma seus gostos, enuncia seus conflitos, tudo isso porque não se sente só. Entra em contato com jovens parecidos com ele e diferentes dele”, destaca o professor e pesquisador Jorge Luiz Barbosa, autor do trabalho, em entrevista concedida à IHU On-Line por e-mail.
Jorge Luiz Barbosa é graduado e fez mestrado em Geografia na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Fez doutorado na Universidade de São Paulo e pós-doutorado em Geografia Humana pela Universidade de Barcelona – Espanha. É docente na Universidade Federal Fluminense e coordenador do Observatório das Favelas.
Confira a entrevista de Jorge Luiz Barbosa clicando aqui


terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

"Canção do amor sereno" - Lya Luft



Vem sem receio: eu te recebo
Como um dom dos deuses do deserto
Que decretaram minha trégua, e permitiram
Que o mel de teus olhos me invadisse.

Quero que o meu amor te faça livre,
Que meus dedos não te prendam
Mas contornem teu raro perfil
Como lábios tocam um anel sagrado.

Quero que o meu amor te seja enfeite
E conforto, porto de partida para a fundação
Do teu reino, em que a sombra
Seja abrigo e ilha.

Quero que o meu amor te seja leve
Como se dançasse numa praia uma menina.

LIBERDADE DE EXPRESSÃO: Um falso problema


A passagem de uma opositora do regime cubano pelo Brasil tem deixado um rastro de manifestações sobre a questão da liberdade de expressão. Reconhecidamente paga por instituições ligadas ao mercado capitalista, que insiste em recuperar a ilha para sua órbita, a jovem cubana faz as vezes de embaixadora da “liberdade e da democracia”, contando ao mundo sobre os problemas do regime cubano e do que chama de “completa falta de liberdade de expressão” no país. Isso, por si só já coloca uma questão: se ela pode falar ao mundo sobre o que considera ruim em Cuba e se pode manter um blog na rede mundial de computadores, como a liberdade estaria sendo negada? Contraditório.
Mas, outros elementos podem ser apontados nessa “batalha” da cubana por liberdade que inclui, inclusive, a defesa do bloqueio comercial ao seu país, o que, em última instância significa o uso da censura, nesse caso econômica. Ou seja. Para os opositores do socialismo ela pede liberdade, para os que acreditam no regime, censura. Nada de novo nesse pantanoso campo da chamada “liberdade”. Ao que parece, a liberdade só vale para quem compartilha do mesmo pensar.
Para ler o texto completo de Elaine Tavares clique aqui

Templo do livro, modelo em xeque


Bibliotecários do Reino Unido ficaram em polvorosa com uma recente declaração do escritor inglês Terry Deary. Autor de obras infantis e juvenis, publicadas inclusive no Brasil, ele disse: “As bibliotecas tiveram seu momento. Elas são uma ideia vitoriana e estamos na era digital. Ou mudam e se adaptam ou deverão ser fechadas. Muito da chiadeira atual é sentimentalismo.” A realidade de seu país em crise, onde as bibliotecas sofrem com corte de verba e encerramento de atividades e brigam com editoras pela questão do empréstimo de e-books, é bem diferente da brasileira.
Aqui, a briga é para zerar o déficit de bibliotecas. De acordo com o Censo Nacional de Bibliotecas Municipais, de 2010, 20% das cidades não contam sequer com uma sala de leitura. O dado é ainda mais preocupante nas escolas públicas. O Censo Escolar mostrou que 72,5% ficam devendo esse espaço para seus alunos – existe uma lei que determina que até 2020 essa questão seja resolvida. Outro desafio é a conquista de novos leitores. Segundo a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, 75% dos brasileiros jamais pisaram numa biblioteca. O mesmo levantamento mostrou que 20% dos entrevistados frequentariam uma, se houvesse livros novos. Mas nada convenceria 33% a fazer isso.
Para ler o texto completo de Maria Fernanda Rodrigues clique aqui

domingo, 24 de fevereiro de 2013

A blogueira cubana e o fracasso da diplomacia da desintegração


A gira da blogueira cubana Yoani Sanchez pelo Brasil tem se revelado, até o momento, uma exitosa campanha de ‘over’ exposição midiática dela, numa tentativa de distorcer a gigantesca função histórica libertadora da Revolução Cubana e, também, numa fracassada operação da diplomacia da desintegração. Trata-se de uma ação geopolítica da direita para tentar impedir a crescente presença política de Cuba na América Latina e Caribe por meio de vários projetos de cooperação, mas, sobretudo, pela criação da Celca (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), da qual Cuba é hoje presidente e onde foram derrotados pelos povos da região todos os esforços da agressiva política dos EUA para isolar a ilha caribenha. Começo por reivindicar 1% do espaço midiático dado a ela, para discutir este outro ponto de vista.
Para ler o artigo completo de Beto Almeida clique aqui

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Cuba: os cinco anos cruciais

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Nos primeiros dias deste mês, os cubanos foram às urnas com a missão de eleger os deputados das assembleias municipais e provinciais do parlamento da ilha, última instância em que o voto direto dos cidadãos pode decidir. Os índices de votação, como é usual, ultrapassaram 90% e todos os candidatos de todos os municípios terminaram eleitos, como também é usual.
Os habitantes da ilha votaram como votam sempre, com a mesma rotina e talvez sem muita consciência do que está começando nesta consulta eleitoral. Porque no dia 24 deste mesmo mês se produzirá, no sistema eleitoral cubano, o último ato tradicional estipulado pelo processo, com o qual se iniciará a nova legislatura: a eleição, por parte dos 612 deputados já escolhidos, dos integrantes da Assembleia Nacional, que constitucionalmente regerá os destinos do Estado nos próximos cinco anos.
Para ler o texto completo de Leonardo Padura clique aqui

A educação como caminho

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A educação das juventudes – assim mesmo, no plural – é a tarefa mais urgente que temos pela frente, pois delas dependerá a mudança para uma sociedade mais justa e sustentável. “A juventude perpassa culturas, etnias, classes sociais, acesso a bens ou não. Como fazer, junto com as juventudes, a transição para a sustentabilidade?” – pergunta a antropóloga Raquel Trajber nesta entrevista, ocorrida no âmbito da pesquisa qualitativa Política Cidadã, que o instituto Ideafix produziu para o IDS (Instituto Democracia e Sustentabilidade).
“Não precisamos começar tudo de novo, mas potencializar o que tem de transformador na humanidade, os valores que promovem a vida”, diz ela, lembrando não haver um modelo único, mas “várias buscas e experiências de sociedades sustentáveis”. Coordenadora de educação ambiental do ministério da Educação durante sete anos, Raquel está desde 2011 trabalhando com educação informal voltada para jovens no Imas (Instituto Marina Silva), em Brasília.
Para ler a entrevista com Raquel Trajber clique aqui

Não chore ainda pela Primavera Árabe

Tunis, 6 de fevereiro: multidões tomam as ruas em protestos contra o assassinato de Chokri Belaid, líder político laico e à esquerda
Na Tunísia, em dezembro de 2010, um único indivíduo acendeu a chama da revolução popular contra um ditador corrupto. A revolta foi prontamente seguida por uma explosão similar no Egito, contra um tirano parecido. O mundo árabe estava atônito e a opinião pública mundial tornou-se imediatamente muito simpática a essas expressões-“modelo” das lutas ao redor do planeta por autonomia, dignidade e um mundo melhor.
Três anos depois, ambos países estão atolados em lutas políticas acirradas. A violência interna cresce rapidamente; há grande incerteza sobre onde tudo irá parar, e em benefício de quem. Existem particularidades em cada país, aspectos que repercutem em outras revoltas pelo mundo árabe e árabe-islâmico, e outros que podem ser comparados ao que está acontecendo na Europa – e, até certo ponto, em todo o mundo.
O que aconteceu? Devemos começar com o levante popular inicial. Como ocorre muitas vezes, ele foi iniciado por jovens corajosos, que protestavam contra atos arbitrário dos poderosos — localmente, nacionalmente, internacionalmente. Nesse sentido, eram antiimperialistas, anti-exploração e profundamente igualitários. É possível estabelecer uma clara comparação com os tipos de manifestações que se espalharam pelo mundo entre 1966 e 1970, e que se tornaram conhecidas como a “revolução mundial de 1968”. Como naquela época, os protestos tocaram algo profundo em seu país país e atraíram vasto apoio popular, espraiando-se muito além do pequeno grupo que os iniciou.
Para ler o texto completo de Immanuel Wallerstein clique aqui

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

O mito do capitalismo “natural”

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O modelo capitalista de sociedade premia e estimula o comportamento individualista, utilitário e egoísta. Diversos pensadores, como o economista Alan Greespan, acreditam que tal comportamento apenas reflete a verdadeira essência da natureza humana e, portanto, não há muito a fazer a respeito. Entretanto, essa visão do ser humano foi moldada ao longo da história e, na verdade, os estudos de hoje discordam da noção de que somos essencialmente individualistas e agressivos.
Alguns filósofos, como Thomas Hobbes, John Locke e Adam Smith, contribuíram para a consolidação da ideia de que o ser humano é, por natureza, racional, autônomo, utilitário e voltado principalmente para a satisfação egoísta de seus próprios interesses. As principais instituições políticas e econômicas que hoje moldam a sociedade foram fundadas a partir desses preceitos sobre a natureza humana.
O modelo social adotado pelos princípios capitalistas põe em cena uma perspectiva de Estado-Nação que tem como objetivo estimular as forças do livre mercado e proteger a propriedade privada. O homem é então considerado um indivíduo autônomo e racional que, ao optar por viver em sociedade, acredita que esta é a melhor forma de proteger seus próprios interesses, evitando assim um estado de selvageria natural representado pela expressão hobbesiana “guerra de todos contra todos”.
Para ler o texto completo de Rafael Azzi clique aqui

Assange defende aumento massivo de meios de comunicação


Em entrevista à Carta Maior, concedida na embaixada do Equador no Reino Unido, Julian Assange fala sobre seu novo livro, que está sendo publicado no Brasil, e analisa o atual momento da mídia mundial. “O abuso que grandes corporações midiáticas fazem de seu poder de mercado é um problema. Nos meios de comunicação, a transparência, a responsabilidade informativa e a diversidade são cruciais. Uma das maneiras de lidar com isso é abrir o jogo para que haja um incremento massivo de meios de comunicação no mercado”, defende.
Para ler a entrevista de Julian Assange clique aqui

A batalha da esquerda e as redes sociais


Consideram-se redes sociais como Facebook e suportes como Youtube exemplos do grande alcance da democratização da informação, sem perceber que se tratam de empresas privadas que, por meio de uma tecla lá de seus centros de controle, podem eliminar um conteúdo subversivo e fazer desaparecer um usuário. Já há muitos casos para contar.
Para  ler o texto completo de Pascual Serrano clique aqui

África: decolagem ou rapina colonial


Londres - A África foi sinônimo durante décadas de guerra, genocídio, corrupção, fome e extrema pobreza, um continente de extraordinária beleza natural abandonado por Deus. Esta imagem está mudando graças a uma sequência de bons dados econômicos. Segundo a revista especializada britânica The Economist, seis dos países com maior crescimento do mundo nos últimos dez anos foram africanos. A empresa de consultoria estadunidense McKinsey aponta para a mesma direção com uma medição diferente. Neste século XXI, o Produto Interno Bruto (PIB) da África cresceu o dobro que nas décadas perdidas de 80 e 90.
A bonança estratégica é a chave destes índices de crescimento econômico em um momento em que o mundo desenvolvido segue lutando com a austeridade e o sobre endividamento. Graças a este boom, a segunda economia do leste do continente, a Tanzânia, crescerá 7% este ano e o próximo, enquanto que duas de suas nações mais pobres e atribuladas, Serra Leoa e Gana, deverão apresentar índices de 14 e 7,8%, respectivamente. Moçambique, Etiópia, Uganda, Quênia, Serra Leoa e Somália são outros países tocados pela varinha mágica do petróleo e do gás que beneficiou antes Nigéria e Angola.
Para ler o texto completo de Marcelo Justo clique aqui

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

ENTREVISTA / ROBERT DARNTON: Dos enciclopedistas aos bibliotecários

 
O iluminismo é o principal tema de estudo do historiador americano Robert Darnton, 73, autor de vários títulos sobre como a difusão do conhecimento alimentou revoluções no século 18. É de certa forma inspirado nos ideais dos enciclopedistas que Darnton comanda ele também uma revolução.
Como diretor do imenso complexo de bibliotecas da Universidade Harvard, ele encabeça a criação da DPLA (Digital Public Library of America, sigla para biblioteca pública digital americana), que a partir de abril vai reunir e compartilhar gratuitamente na internet o acervo e obras de milhares de bibliotecas e universidades do país.
A DPLA é a resposta de Darnton e da academia à violação de direitos autorais representada pelo Google Books, que lucra com os livros repassados para a rede.
“Vamos fazer diferente”, diz Darnton, que vê a biblioteca digital como o seu projeto mais ambicioso, algo a ser feito “por séculos”.
Para ler a entrevista de Robert Darnton clique aqui


domingo, 17 de fevereiro de 2013

Internet: mundo infinito ou condomínio fechado?

Fundador e diretor do Centro de Tecnologia e Sociedade da Escola de Direito da FGV, o professor Ronaldo Lemos é hoje um dos maiores pesquisadores da cultura digital no país. Ele trafega pelos temas internet, direitos autorais e propriedade intelectual na mesma medida em que se interessa por música, pelo tecnobrega paraense (objeto de uma de suas pesquisas mais conhecidas) e a proliferação de lan houses e tablets.
Lemos foi uma das figuras-chave na iniciativa e elaboração do projeto de lei que cria o Marco Civil da Internet no Brasil. Também fundou o site Overmundo, para mostrar como se faz trabalho colaborativo, livre e compartilhado. E ainda gerencia o Creative Commons no país, as licenças públicas para produção de conteúdos diversos.
Nesta entrevista, concedida no Rio, durante o Global Congress – uma conferência com a missão de construir uma agenda propositiva global na área de propriedade intelectual –, Lemos aponta que a tarefa dos próximos anos é selecionar e tornar disponíveis os conteúdos que vão “rodar” nas já onipresentes ferramentas tecnológicas.
Para ler a entrevista de Ronaldo Lemos clique aqui


RIOT, o novo espião social da internet

O caráter político do aparato sobressai já no nome: ele chama-se RIOT — revolta, motim, ou manifestação, em inglês. Trata-se de um software com enorme capacidade de obter informações sobre pessoas; identificar seus atos e comportamentos; prever suas ações futuras. Desenvolvido pela Raytheon, a quinta maior empresa privada de serviços militares do mundo, colhe e cruza informações a partir das redes sociais — em especial Facebook, Twitter, Instagram e Fourquare. Segundo seus criadores, é capaz de analisar “trilhões de entidades” — indivíduos, grupos, comunidades, organizações — no ciberespaço. Foi apresentado em abril de 2012 ao governo norte-americano, numa conferência nacional sobre “inovações secretas e reservadas”. É um dos sinais de que a internet permanece como um espaço em permanente disputa. Ela multiplica a potência das ações libertadoras, antiautoritárias e pós-capitalistas; mas pode ser utilizada para estabelecer controle social opressivo e high-tech.
Para ler o texto completo de Antonio Martins clique aqui


À sombra dos grandes asteróides

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Nesta sexta-feira, a Terra viu-se em meio a um tiroteio cósmico. O petardo maior veio do Sul; o menor, do Leste. Eram objetos sem relação entre si, com órbitas distintas. Um, do tamanho de um prédio de apartamentos; o outro, bem menor, mas com mira mais precisa.
O asteróide maior errou o alvo por 28 mil quilômetros, como esperado, mas o meteoro russo roubou o espetáculo, caindo como bola de fogo entre os Montes Urais e explodindo em fragmentos, criando uma poderosa onda de choque que estourou vidraças, derrubou telhados e feriu 1,2 mil pessoas — a maior parte, vítima de vidros partidos.
Foi com certeza o meteoro mais intensamente documentado na História — capturado por inúmeros motoristas russos, com suas câmeras acopladas a celulares. O espetáculo marcou um dia extraordinário para o planeta. O objeto, que explodiu sobre a cidade industrial de Chelyabinsk, causou o maior impacto humano num século e foi o primeiro, nesse período, a provocar vítimas — ao menos 48 pessoas hospitalizadas.
O asteróide esperado há muito — o 2012 DA14 — passou por nós de modo inofensivo, como os cientistas haviam prometido.
O texto a seguir de Joel Achenbach|é sobre ele, a mística e as ameaças reais representadas por objetos semelhantes. Pode lê-lo clicando aqui


Toni Negri: as duas renúncias do Papa alemão

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Há mais de vinte anos, saiu a encíclicia Centesimus Annus, do Papa polonês Wojtyla, por ocasião do centenário da Rerum Novarum. Era o manifesto reformista, fortemente inovador, de uma Igreja que se pretendia, dali em diante, única representante dos pobres, depois da queda do império soviético. Àquele documento, meus companheiros parisienses do Futur Antérieur e eu dedicamos um comentário que era também o reconhecimento de um desafio. Teve por título “A V Internacional de João Paulo II”.
Vinte anos depois, o Papa alemão renuncia. Declara-se não só esgotado no corpo, e incapaz de se opor aos imbroglios e à corrupção da Cúria Romana, mas também impotente no ânimo para enfrentar o mundo. Esta abdicação, porém, só pode surpreender os curiais. Todos os que estão atentos aos assuntos da Igreja romana sabem que outra renúncia, bem mais profunda, dera-se antes. Ocorrera em parte sob João Paulo II, quando, com o apoio fervoroso de Ratzinger, a abertura aos pobres e o empenho por uma Igreja renovada pela libertação dos homens da violência capitalista e da miséria terminaram.
Fora pura mistificação, a encíclica de 1991? Hoje, devemos reconhecer que, provavelmente, sim. De fato, na América Latina a Igreja católica destruiu cada foco da Teologia da Libertação. Na Europa, voltou a reivindicar o ordo-liberalismus. Na Rússia e Ásia viu-se quase incapaz de desenvolver o discurso que a nova ordem mundial permitia. E nos países árabes e Irã viu os muçulmanos – em suas diversas seitas e facções – assumir o posto do socialismo árabe (e frequentemente cristão) e do comunismo ortodoxo, na defesa dos pobres e no desenvolvimento de lutas de libertação.
Para ler o texto completo de Toni Negri clique aqui

Por que a fome volta a rondar o mundo



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O mundo transita de uma era de abundância de alimentos a uma de escassez. Na última década, as reservas mundiais de grãos reduziram-se em um terço. Os preços internacionais da comida mais que dobraram, desencadeando uma febre pela terra e dando origem a uma nova geopolítica alimentar.
Os alimentos são o novo petróleo. A terra é o novo ouro. Essa nova era caracteriza-se pela carência dos alimentos e propagação da fome.
Do lado da demanda, o aumento demográfico, uma crescente prosperidade e a conversão de alimentos em combustíveis para automóveis, combinam-se para elevar o consumo a um grau sem precedentes.
Para ler o texto completo de Lester R. Brown clique aqui

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Racismo disfarçado

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Quem nunca ouviu uma piada de viés racista e deu uma boa risada? E quem nunca reproduziu uma piada, também de cunho racista, para um grupo de amigos? Mas o que esse tipo de brincadeira pode revelar acerca do preconceito racial presente em uma sociedade?
Essas são algumas das questões que o antropólogo e professor da Faculdade de Ciências e Letras da Unesp (Universidade Estadual Paulista), Dagoberto José Fonseca, busca responder no livro Você Conhece Aquela? A Piada, o Riso e o Racismo à Brasileira, publicado pelo Selo Negro Edições.
Em entrevista exclusiva ao caderno Escola, Fonseca explicita o racismo existente no Brasil e destaca que a própria ideia de uma sociedade miscigenada é contraditória.
Para ler a entrevista que ele concedeu a Erica Neves clique aqui

Mali: análise de Samir Amin

Eu sou daqueles que, por princípio, condenam qualquer intervenção militar das potências ocidentais nos países do Sul, dado que estas intervenções estão, por natureza, submetidas às exigências da alargamento do controlo do Planeta pelo capital dos monopólios que dominam o sistema.
A intervenção francesa no Mali é uma exceção à regra?
Sim e não.
É por essa razão que eu apelo a que seja apoiada, sem minimamente pensar, todavia, que ela irá trazer a resposta necessária à contínua degradação das condições políticas, sociais e econômicas não apenas do Mali, mas do conjunto dos países da região, que é ela própria o produto das políticas de extensão do capitalismo dos monopólios da tríade imperialista (Estados Unidos, Europa, Japão), sempre em ação, tal como é ela que está na origem da implantação do Islão político na região.
Para ler o texto completo de Samir Amin clique aqui


quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

A história secreta da renúncia de Bento XVI


Mais do que querelas teológicas, são o dinheiro e as contas sujas do banco do Vaticano os elementos que parecem compor a trama da inédita renúncia do papa. Um ninho de corvos pedófilos, articuladores de complôs reacionários e ladrões sedentos de poder, imunes e capazes de tudo para defender sua facção. A hierarquia católica deixou uma imagem terrível de seu processo de decomposição moral.
O artigo completo de Eduardo Febbro pode ser lido clicando aqui 

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

A fotografia escavando o subconsciente em forma de sonhos de Angela Bacon Kidwell

angela bacon kidwell fotografia sonhos surreal devaneios triste

Angela Bacon Kidwell é uma fotógrafa obcecada por explorar como o subconsciente dela se relaciona com os seus sonhos. Reunindo peças dos sonhos que ela se lembra durante o dia, ela constrói os cenários de suas fotos, recriando assim, parte de seus sonhos, mas acordada.
A fotografia de Kidwell, assim como os sonhos, é aberta a interpretações, com seus simbolismos longe de serem absolutos. Da minha parte, achei a sua série Traveling Dream bastante melancólica, com seus tons sépia ou cinzentos, com personagens que raramente mostram os seus rostos, com figuras borradas ou vistas através de sombras ou reflexos. Talvez mais perto de um pesadelo do que um sonho feliz, apesar de não haver nenhum aspecto realmente de terror (predominando o sentimento de solidão). Paradoxalmente, essa série de sonhos não é tão surreal assim, como a série Reveries (Devaneios), que toca mais no fantástico/surreal (mas mesmo assim, em muitas imagens com tons tristes).
Veja algumas de suas fotos clicando aqui


Flme "O crime da atriz" - Elza Cataldo

Uma atriz nada conformada com o reduzido papel que lhe foi designado pelo diretor, resolve mudar sua participação em uma peça teatral. Através de uma atuação impulsiva, tenta mostrar seu talento.
Para ver o filme de Elza Cataldo clique aqui 



Casa dos Estudantes do Império: berço de líderes africanos em Lisboa

Casa do Estudantes do Império actualmente, fotografia de joao carlos
Criada durante a ditadura salazarista, a Casa dos Estudantes do Império devia apoiar e controlar estudantes das colónias. Não conseguiu o controlo e a Casa teve um papel fundamental para as lutas de independência.
Quem passa hoje pela Avenida Duque D’Ávila, nº 23, na esquina com a Rua Dona Estefânia, na zona das Avenidas Novas no coração moderno de Lisboa, não se apercebe à primeira vista que aqui se situou a Casa dos Estudantes do Império (CEI). O edifício foi totalmente renovado e pintado de amarelo – e quase ninguém conhece a função que o prédio teve entre 1944 e 1965.
Alguns transeuntes interrogados pela reportagem da DW África não sabiam que ali funcionou a Casa dos Estudantes do Império. Só quando atraídas a ler os dizeres na placa colocada no pavimento se aperceberam da história especial do edifício.
Para ler o texto completo de João Carlos clique aqui


Pesquisador afirma que estrutura das escolas adoece professores

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"O ambiente escolar me dá fobia, taquicardia, ânsia de vômito. Até os enfeites das paredes me dão nervoso. E eu era a pessoa que mais gostava de enfeitar a escola. Cheguei a um ponto que não conseguia ajudar nem a minha filha ou ficar sozinha com ela. Eu não conseguia me sentir responsável por nenhuma criança. E eu sempre tive muita paciência, mas me esgotei."
O relato é da professora Luciana Damasceno Gonçalves, de 39 anos. Pedagoga, especialista em psicopedagogia há 15 anos, Luciana é um exemplo entre milhares de professores que, todos os dias e há anos, se afastam das salas de aula e desistem da profissão por terem adoecido em suas rotinas.
Para o pesquisador Danilo Ferreira de Camargo, o adoecimento desses profissionais mostra o quanto o cotidiano de professores e alunos nos colégios é "insuportável". "Eles revelam, mesmo que de forma oblíqua e trágica, o contraste entre as abstrações de nossas utopias pedagógicas e a prática muitas vezes intolerável do cotidiano escolar", afirma.
O tema foi estudado pelo historiador por quatro anos, durante mestrado na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP). Na dissertação O abolicionismo escolar: reflexões a partir do adoecimento e da deserção dos professores , Camargo analisou mais de 60 trabalhos acadêmicos que tratavam do adoecimento de professores.
Para ler o texto completo do IG Educação clique aqui


Princípios elementares da propaganda de guerra


Os dez "mandamentos" constituem sobretudo uma grelha de análise que se pretende pedagógica e crítica. O seu objetivo não é tomar partido, ou defender "ditadores", mas sim constatar a regularidade destes princípios no campo mediático e social. Entre os acusados encontram-se tanto os vencidos como os vencedores.
Princípios elementares de propaganda de guerra (utilizáveis em caso de guerra fria, quente ou morna) é um livro de Anne Morelli publicado em 2001 e reeditado em 2010, para acrescentar à primeira edição as guerras do Iraque e do Afeganistão, assim como uma análise do discurso de Obama como "Prémio Nobel da Paz".
"Eu não tentaria sondar a pureza das intenções de uns ou outros. Não procuro saber aqui quem mente e quem diz a verdade, quem está de boa fé e quem não está. Meu único propósito é ilustrar os princípios de propaganda, utilizados unanimemente, e descrever os mecanismos". [1]
Entretanto, é inegável que desde as últimas guerra que marcaram nossa época (Kosovo, guerras do Golfo, Afeganistão, Iraque) as chamadas democracias ocidentais e os media são postos em causa.
Anne Morelli reatualiza, graças a este pequeno manual do cidadão crítico, formas invariáveis para conteúdos diversos. A propaganda é exercida sempre através das mesmas invariantes qualquer que seja a guerra, daí a grande pertinência da grelha proposta. Parece igualmente essencial nesta introdução citar Lord Ponsonby , a quem Anne Morelli agradece desde as primeiras páginas da sua obra. Com efeito, Ponsonby contribuiu amplamente para a elaboração dos princípios. Lord Ponsonby era um trabalhista inglês que se opôs radicalmente à guerra. Já durante a Primeira Guerra Mundial notabilizou-se por diversos panfletos e acabou por escrever um livro sobre estes mecanismos de propaganda. Livro esse que Anne Morelli retoma, reatualiza e sistematiza em dez princípios elementares.
Para ler o texto completo de Michel Collon clique aqui


terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

LINCOLN: Já vimos esse filme

Nos cinemas, fazendo sucesso, o filme Lincoln, de Steven Spielberg, que concorre ao Oscar com 12 indicações. Não escapa ao espectador brasileiro, num misto de surpresa e ironia, saber que o 16º presidente dos EUA não relutou em lançar mão de expedientes pouco honestos para garantir uma vitória na Câmara dos Representantes. Não era pouca coisa o que se decidia e os métodos não foram nem um pouco ortodoxos – ou foram, se considerarmos que, de fato, nenhuma civilização esteve imune a eles desde o início da história humana. Para ir direto ao ponto: Abraham Lincoln pede a seus correligionários que consigam os 20 votos que estão faltando para aprovar a 13ª Emenda Constitucional, que colocaria um fim à escravidão em solo norte-americano.
No filme, o próprio Lincoln reconhece a linha tênue que separa algumas das suas decisões da arbitrariedade. Confessa que tem superpoderes e que não sente pudor em lançar mão deles. E, sobre os integrantes da Câmara, sua opinião era muito próxima àquela formulada mais recentemente por Lula, quando este falou em “picaretas”. Para conseguir a aprovação da emenda – o que de fato aconteceu –, Lincoln explica àqueles que vão negociar em seu nome que podem oferecer cargos e outras vantagens para que os membros recalcitrantes da Câmara mudem de lado. Em linguagem bem atual, uma espécie de “mensalão” norte-americano.
Para ler o texto completo de Celso Vicenzi clique aqui


MARINA COLASANTI: Amor aos 80

 
Quero falar de “Amor” e não sei por onde começar, suspensa em minhas emoções diante desse filme impactante como fiquei durante a projeção. A câmara parada não me deu descanso, o ritmo lento, quase em tempo real, não me deu descanso, o roteiro não me deu descanso. Eu não tive como escapar, ou pelo menos repousar, do sofrimento alheio. Não me foi dada a clemência de um ponto de fuga.
Nem a mim, nem às personagens. A essa altura todos já sabem qual é a história do filme, um casal de musicistas octogenários vive sua vida avançada mas sem sobressaltos até o momento em que ela, Anne, tem um primeiro derrame. Terá outros depois. E porque fez o marido prometer que não a internaria em um hospital, cabe a ele cuidá-la. É disso que se trata, de um ser humano cuidando de outro. Não como uma mãe trata de um filho, nem como um filho trata de um dos pais. Aqui ninguém é jovem, ninguém tem resistência física, e a interferência externa é mínima. Mas sobretudo, aqui opera-se dentro de uma relação de amor.
Para ler o texto completo de Marina Colasanti clique aqui 


ANDRÉ LARA RESENDE: A propósito do otimismo


Daniel Kahneman, o psicólogo laureado com o Nobel de Economia, sustenta que, se nos fosse dada a oportunidade de escolher uma única característica para nossos filhos, não deveríamos hesitar: que sejam otimistas. Parece haver uma alta correlação entre o otimismo e a felicidade. O otimismo é um traço hereditário, tanto quanto a inteligência, a altura e a cor dos olhos. Que melhor presente para aqueles a quem queremos bem do que lhes transmitir a propensão para a felicidade?
Por duas vezes, em menos de um ano, ao terminar uma análise sobre os rumos da economia mundial, recomendaram-me a leitura de The Rational Optimist. As recomendações partiram de pessoas inteligentes, por quem tenho apreço. Não que eu esteja particularmente pessimista, mas devo andar soando muito pessimista. É verdade que tenho fama de pessimista. Nunca me importei com isso, considero quase um elogio. Refuto com mais indignação a acusação contrária, de um amigo fraterno, segundo a qual faço uso permanente de um par de óculos cor-de-rosa que não me deixariam ver a sombria realidade como ela é. O fato é que um otimista racional parece-me uma contradição em termos, soa como um oximoro.
Para ler o texto completo de André Lara Resende clique aqui

O mundo que o Facebook criou?


O Mundo que os Escravos Criaram e O Mundo que os Senhores de Escravos Criaram foram dois livros seminais na historiografia dos Estados Unidos; neles me inspiro para este título. O Facebook criou um novo mundo? Comecemos por uma das principais discussões dos últimos cem anos: rupturas tecnológicas causam mudanças sociais? Pensemos na invenção da imprensa, da pólvora, na descoberta das vacinas e da penicilina, na invenção da pílula anticoncepcional, da internet e do Facebook. Em todos os casos houve consequências sociais relevantes. Imprensa e internet mudaram o tamanho das relações humanas. A pólvora revolucionou a guerra. A vacina e a penicilina salvaram numerosas vidas. A pílula ajudou a libertação sexual. Mas essas invenções causaram as mudanças, ou “apenas” amplificaram seu impacto? Uma invenção basta para mudar o mundo, ou só emplaca quando a sociedade está pronta? Há exemplos para o sim e para o não.
Para ler o texto completo de Renato Janine Ribeiro clique aqui

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Zeca Pagodinho: um expoente do samba

Zeca Pagodinho (04/02/1959) gravou mais de 20 discos e é considerado um grande nome do samba. Começou sua carreira nas rodas de samba dos bairros suburbanos do Rio de Janeiro. Sempre fiel a suas características de irreverência e jocosidade, Zeca recebe também reconhecimento da crítica e de artístas e compositores consagrados. Nei Lopes afirma que o sambista "é uma das poucas unanimidades nacionais, elevado ao patamar do mega-estrelato pop pelas gravadoras".
Podem ouvi-lo interpretando o samba "Maneiras" clicando aqui


A fantasia imperial numa história em imagens


Um Império de Papel, ensaio de cultura visual, é uma (quase) história ilustrada do colonialismo português em África. Mostra como estas imagens ajudaram a difundir uma “ideia de império”.
As representações do Império português em África sobreviveram em imagens dispersas em bibliotecas, arquivos, espólios de coleccionadores ou de cidadãos comuns que tiveram uma relação mais ou menos próxima com as colónias. Apesar da sua abundância, até agora, a leitura desta cultura material do império carecia de “recenseamento sistemático”. Muitas estão agora reunidas em Um Império de Papel – Imagens do Colonialismo Português na Imprensa Periódica Ilustrada (1875-1940), da investigadora Leonor Pires Martins (Edições 70).
É uma (quase) história ilustrada do colonialismo português em África, baseada em imagens da imprensa periódica portuguesa. Quase: porque ainda há muitos arquivos por abrir. Um investigador faz sempre escolhas e segue critérios. Leonor Pires Martins disse no lançamento do livro que “aofim desses três anos [de investigação], me deparei com perto de 900 imagens”, uma recolha, explica, “o mais inclusiva” possível.
O livro cobre o período de 1875 a 1940. Há todo um levantamento de 1940 a 1974 que ficará para um projecto futuro.
Para ler o texto completo de Raquel Ribeiro clique aqui

"CARTAS MARÍTIMAS" - Jairo Lara



Minha paixão é feito oceano
Meu barco me leva pro meio do mar
No meio das águas eu faço o que posso
Eu tenho as cartas e vou navegar
A noite virá, e os ventos
E as chuvas virão como sempre
Eu pego meu barco com velas de pano
E sei que a paixão vai poder me agitar
Mas como viver seguro na terra se minha paixão se parece com mar
E sei que meu barco tem velas de panos
Mas eu tenho as cartas e vou navegar
A noite virá, e os ventos
E as chuvas virão como sempre
Eu pego meu barco com velas de panos
E sei que a paixão vai poder me agitar
Mas como viver seguro na terra
Se minha paixão se parece com mar

ANTÓNIO NÓVOA: Desafios do trabalho do professor no mundo contemporâneo



O meu último livro, que foi bastante polêmico em Portugal, tem um título enigmático: “Evidentemente.”. O ponto final no título é importante. E o título tem muitas razões, porque há várias maneiras de se desconstruir a palavra. Mas a razão principal é a crítica à maneira como se discute a educação hoje em dia. Em particular, como se discute a educação na mídia, como certos intelectuais, que aliás re­conhecemos como pessoas prestigiadas, dizem tanta banalidade, tanta coisa falsa sobre a educação. A maneira como se intervém publicamente nos debates sobre a educação é pobre atualmente. Então, escolhi o título para dizer: tudo que é evidente, mente. Isto é, há uma evidência nos debates educativos.
Para ler o texto completo da palestra proferida por António Nóvoa clique aqui

 

sábado, 9 de fevereiro de 2013

HUMOR: 10 MANDAMENTOS

A produção é profissional, aproximando-se da qualidade televisiva, mas «Porta dos Fundos» só existe no Youtube. É uma série de humor brasileira, baseada no Rio de Janeiro, que rapidamente se tornou um fenômeno, com vídeos a atingirem os 3 milhões de visualizações. Sem limites e com textos inteligentes, marca a diferença para o conservadorismo da televisão nesta área. Segundo os seus autores, a liberdade da Internet permite captar um mercado diferente. Desde o lançamento em julho de 2012, «Porta dos Fundos» tem vindo a ser cobiçado por canais de televisão, mas um dos seus autores esclarece a opção pela Internet. «É o conceito da produção televisiva, mas com mais liberdade. A televisão no Brasil evoluiu muito, mas não o suficiente para nos dar a liberdade que necessitamos», diz João Vicente de Castro, citado pelo «Estado de São Paulo». Os autores admitem a inspiração na obra de Ricky Gervais, nomeadamente a série «The Office», mas também foram influenciados pelos Monty Python. Falam abertamente de sexo, de religião, da corrupção entre os políticos ou da burocracia, sempre sem tabus e tentando estar em cima da atualidade. «Não queremos criar polemica, queremos apenas ter piada», explica Castro, que também agradece a liberdade que existe para provocar marcas e assuntos mais complexos. «Fazemos um tipo de humor que não existe nas televisões. Juntamo-nos e fazemos», acrescenta Fábio Porchat, que faz parte do elenco, mas que também tem presença em dois programas de televisão. «Acreditamos que este tipo de humor funciona, tem piada, é popular e grátis», frisa.
O coletivo de humoristas "Porta dos Fundos" é o protagonista dos "10 Mandamentos" que pode ser visto clicando aqui

Filme dinamarquês conta história de precursor dos valores da Revolução Francesa



Um belo filme, O Amante da Rainha. No original dinamarquês, En Kongelig Affaere, soa um pouco mais sério. Em inglês traduziram como A Royal Affair, fiel ao original, mantendo o cunho político, mas jogando com o duplo sentido, de um caso político e de um “caso” de cama. Na nossa versão, sempre puxando para “aquele” lado, fomos mais explícitos: um dos principais transformadores políticos europeus, Struensee, que introduziu a liberdade de imprensa, aboliu a tortura e organizou a proteção aos mais pobres, isto décadas antes da revolução francesa, virou simplesmente “o amante da rainha”.
Para ler o artigo completo de Ladislau Dowbor clique aqui

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Quem é a mulher brasileira dos comerciais de TV?

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Baseado no que nos dizem os comerciais de televisão, finalmente consegui entender quem é a mulher brasileira.
Ela é simpática, meiga, solícita. Independente, mas multitarefa. Não é que não queira a ajuda de ninguém – ela não precisa. Faz questão de trabalhar o dia inteiro e, depois, chegar em casa e cuidar de tudo e dos filhos. E, se o marido aguentar, ainda está disponível para muito sexo.
Vejamos: ela gosta de fazer uma boa faxina. Daquelas pesadas, que incluem tirar gordura do fogão, a sujeira do chão e o pó que se esconde nos vãos, desde que os produtos usados não irritem muito a pele. E que o sachê para tirar odor do vaso sanitário possa ser trocado facilmente. Afinal de contas, hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás! O que ela mais ama ganhar de presente de Dia das Mães é uma geladeira e um aspirador de pó.
Para ler o artigo completo de Leonardo Sakamoto clique aqui

O Brasil que Mino Carta não enxerga



O provocativo artigo de Mino Carta na CartaCapital da semana, A Imbecilização do Brasil, me instigou a escrever um contraponto às palavras dele. Discordo de Mino e sei que, ao escrever o texto, sua principal intenção era justamente levantar o debate. Não, não acho que o Brasil tenha se imbecilizado. A questão, para mim, diz respeito ao que se considera arte. Só Portinari é arte? Existe arte “menor” e arte “maior”? Em que tipo de arte você acredita?
Não vejo “deserto cultural” algum no País. Nos últimos anos, uma nova cultura está surgindo, mas é preciso ter olhos para vê-la. É forte a cultura que vem da periferia e cada vez mais será. Não temos mais Portinaris? Temos grafite. O Brasil é hoje referência mundial em arte de rua. Temos grandes artistas como Os Gêmeos, Nina Pandolfo, Nunca. Estava matutando sobre estas coisas e acabei descobrindo outro fera, o baiano Toz, que acaba de pintar, ao lado de oito grafiteiros, um painel gigante na lateral de um prédio da zona portuária do Rio.
Para ler o texto completo de Cynara Menezes clique aqui

Chris Botti & Lucia Micarelli - "Emmanuel"

 
Chris Botti  (12/10/1962) é um instrumentista de jazz contemporâneo, dos Estados Unidos. É também um virtuoso compositor e um carismático performer. Começou a tocar aos 10 anos, e ainda no colegial, começou a tocar profissionalmente. Botti rapidamente se tornou um dos melhores intérpretes de trompete na música pop, participando das gravações de artistas como Bob Dylan e Aretha Franklin. Em 1995, gravou seu primeiro álbum solo, no qual combina sons de pop-jazz contemporâneo com texturas da arte rupestre. Em 2001 foi solista na turnê mundial “Brand New Day” de Sting, o que lhe permitiu redescobrir velhas paixões musicais e criar novas. Veterano no mundo do jazz contemporâneo e estudioso da cena pop mainstream, Botti já trabalhou com Joni Mitchell, Natalie Merchant, com o renomado compositor de cinema John Barry, entre outros.

Lucia Micarelli (09/07/1983), é uma violinista americana e atriz mais conhecida por suas colaborações com Josh Groban e a banda rock clássico Jethro Tull. Começou a tocar violino aos três anos de idade e realizou seu primeiro concerto com uma orquestra aos seis anos de idade. Estudou música clássica na Juilliard e Manhattan School of Music. Em 2004, Micarelli lançou seu primeiro álbum com produção executiva de Groban. É uma mistura de clássico e de canções pop. Em Outubro e Novembro de 2005, ela viajou pelos Estados Unidos com a banda Jethro Tull. Tanto Lúcia como o Jethro Tull ficaram satisfeitos com a qualidade das apresentações, que decidiram fazer uma nova turnê durante a maior parte do ano de 2006. Em 2007 lançou o seu segundo álbum, intitulado “Interlúdio”. Micarelli recentemente fez turnê com o trompetista Chris Botti (2008).
Ouçam-nos interpretando ‘Emmanuel”, clicando aqui


quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

NOAM CHOMSKY: O conto do “país indispensável”

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Em trecho inédito de seu livro mais recente, Noam Chomsky afirma: nada indica que declínio norte-americano prejudique a democracia,
Para ler sua entrevista clique aqui

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

ENTREVISTA / JULIAN ASSANGE: “É bom que os governos tenham medo das pessoas”


A internet se transformou no maior instrumento de vigilância já criado e a liberdade que ela representa está ameaçada. A avaliação é de Julian Assange, criador do WikiLeaks, que há sete meses vive na Embaixada do Equador em Londres – Quito lhe concedeu asilo, mas os britânicos não lhe deram salvo-conduto para que vá ao aeroporto e deixe o país. Assange seria extraditado para a Suécia, onde é acusado de crimes sexuais. O australiano recebeu a reportagem do Estado para falar sobre seu livro Cypherpunks, Liberdade e o Futuro da Internet, que está sendo lançado no Brasil pela Boitempo Editorial. A seguir, os principais trechos da conversa. Clique aqui

FUTURO DA INTERNET: “Próxima disputa global será pela privacidade das pessoas”


A luta do WikiLeaks é uma luta de muitas facetas. Em meu trabalho como jornalista, lutei contra guerras e para forçar os grupos poderosos a prestarem contas ao povo.
Em muitas ocasiões, manifestei-me contra a tirania do imperialismo, que hoje sobrevive no domínio econômico-militar da superpotência global.
Por meio desse trabalho, aprendi a dinâmica da ordem internacional e a lógica do império. Vi países pequenos sendo oprimidos e dominados por países maiores ou infiltrados por empreendimentos estrangeiros e forçados a agir contra os próprios interesses.
Para ler o texto completo de Julian Assange clique aqui

MÍDIA & PIROTECNIA: Machado de Assis, boate Kiss e as ideias fora de lugar



Imbuído dessa perspectiva, proponho uma análise da versão dos oligopólios midiáticos sobre a tragédia que resultou na morte de mais de duas centenas de jovens na boate que se incendiou em Santa Maria, interior de Rio Grande do Sul. Como sempre, a versão geral e irrestrita dos meios de comunicação é precisamente a que se funda tendo em vista a crença absoluta em alguns lugares: o lugar da juventude, a maioria branca e ascendente, inclusive sob o ponto de vista escolar, pois a maior parte dos jovens cursava uma universidade pública; o lugar da mais-valia, o lugar do espetáculo, do show.
O primeiro lugar da versão do oligopólio midiático se inscreve na crença hierárquica de que a morte humana é mais trágica e, portanto sofrível, narrável, pessoal, se for de jovens predominantemente brancos e, diz-se, plenos de futuro, por cursarem prestigiosos cursos universitários. A propósito, a presidente Dilma Rousseff mesmo fixou alguns lugares ao dizer mais ou menos esta pérola: “Perdemos médicos, engenheiros, advogados, agrônomos”, omitindo uma infinidade de outros, como o lugar do professor, por exemplo, na suposição prévia de que é um lugar sem futuro digno.
Não ignoro e muito menos desprezo o inominável escândalo dos jovens que morreram na boate de Santa Maria: mortes estúpidas, banais, violentas, criminosas, imperdoáveis, indeléveis. Minha argumentação tem, no entanto, outro foco, sem lugar fixo para morte, porque fundado na evidência de que por todos os lados, no mundo, as pessoas (inclusive milhões, podendo chegar a bilhões de jovens, mortos de antemão porque condenados a não terem futuro) morrem de forma violenta, principalmente de guerras induzidas e com participação direta do genocida lugar por excelência do Ocidente: o imperialismo americano/europeu/sionista. Por que, tal como reagimos com a tragédia de Santa Maria, não nos escandalizamos igualmente com essa profusão sem fim de banais, violentas, estúpidas, criminosas mortes? Por que o oligopólio midiático não convoca seus famosos apresentadores e jornalistas para, de dia e de noite, discutir, chorar, denunciar todas essas mortes estúpidas, banais, violentas, criminosas, inclusive exigindo que algo seja feito para que elas nunca mais ocorram?
Para ler o texto completo de Luís Eustáquio Soares clique aqui

ENTREVISTA / TALES AB’SÁBER: Na balada do nada


Numa usina elétrica desativada, cenário de máquinas, fiações e tubos da era do nazismo, uma boate vira a noite sem fechar. É a Berghain/Panorama Bar – vulgo Paranoia, para os brasileiros que habitam o circuito techno –, apontada por alguns como o melhor clube do mundo, ainda que seja para turista ver. Tales Ab’Sáber foi um que lá baixou, numa estada em Berlim. E de lá saiu com a certeza de que tinha material valioso para uma perícia sobre a grande noite da diversão industrial, traduzido em A Música do Tempo Infinito, livro lançado em outubro pela Cosac Naify.
“É uma festa intensa, que deseja não terminar jamais”, diz o psicanalista sobre a balada alemã, que pulsa quase diariamente a partir das 23h59 e que, de sábado para domingo, entorpece o público com música eletrônica até a noite seguinte. Nessa perspectiva, o único sentido do dia é acionar o GPS para a próxima noitada, algo instantâneo de se fazer em Berlim, considerando a fábrica de entretenimento que é.
Depois da tragédia em Santa Maria, as blitze que se espalharam pelo País atrás de boates-ratoeiras escancarou uma noite brasileira também alucinada, que por nada festeja tudo. Antes do incêndio, somente na cidade gaúcha eram pelo menos cinco baladas por dia, de quinta-feira a sábado. Em São Paulo capital, 500 casas noturnas foram licenciadas no ano passado e cerca de 600 esperam na fila por um alvará, enquanto outros milhares se espalharam feito gripe pelo País.
“Trata-se de um dispositivo de época para a gestão do prazer”, diz Tales. “A balada é mais bonita, mais livre e mais erótica que a vida, e no entanto está totalmente articulada, econômica e socialmente, à vida como ela é.” Algo diferente dos shows de rock e dos inferninhos dos anos 1970? Em seu apartamento em Pinheiros, bairro que abriga mais de dez páginas de boates no Google, Tales tenta traduzir essa geração que, em suas palavras, vive uma experiência sensorial sem compartilhamento. Esse gaúcho, radicado desde o primeiro ano de vida em São Paulo, também faz uma crítica sobre a morte quase instantânea de mais de 230 guris num país que vendeu para si a imagem de moderno, mas que de modernidade só absorveu a excitação, o Facebook e a pirotecnia.
Pra ler a entrevista de Tales Ab’Sáber clique aqui

domingo, 3 de fevereiro de 2013

ANA ISABEL MADEIRA / Histórias cruzadas: identidades, fronteiras e ficções da lusofonia



Apesar da sua utilização cada vez mais corrente, o conceito de lusofonia é um atributo marcado pela ambiguidade com que circula no processo de produção de noções e categorias de conhecimento, interpelando permanentemente o sujeito para a reformulação da subjectividade e, portanto, para a reconstrução das suas práticas sociais. Mas antes de mais, porque a questão da linguagem é sempre um indicador sensível da mudança cultural, não devemos separar a noção de lusofonia de um processo de relacionamento histórico, temporal e espacialmente muito amplo, com sociedades situadas em continentes muito diversos entre si. Como escreveu António Nóvoa, «A nossa localização em África, na América e na Europa – em países tão diversos, ligados pela distância – concede-nos um estatuto muito especial, abrindo uma série de possibilidades ao inquérito histórico e comparado. Não se trata de nos considerarmos como um caso peculiar‘, que confirmaria ou infirmaria certas teses. Trata-se, antes, de assumirmos que a nossa especificidade pode ser elaborada conceptualmente e trabalhada enquanto campo teoricamente conhecível» (Nóvoa, 2000: 127). Para conhecer e produzir conhecimentos sobre esse campo teoricamente conhecível impõe-se, portanto, reflectir sistematicamente sobre o modo como alguns conceitos são produzidos, apropriados e incorporados em discursos verídicos. Porque se, por um lado, percepcionamos a realidade a partir de determinadas categorias de pensamento, essas categorias têm de ser pensadas, em si mesmas, como construções destinadas a representar a própria realidade.
Para ler o texto completo de Ana Isabel Madeira clique aqui

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