sexta-feira, 30 de setembro de 2016

A POLITIZAÇÃO DO PRECONCEITO: A polêmica sobre a escolha do uniforme pelos alunos do colégio Pedro II

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Se quisermos conhecer as verdadeiras faces do preconceito no Brasil, basta analisar a repercussão de ações que visam a conceder algum tipo de melhoria nas condições de vida de setores sociais historicamente marginalizados. Quando as cotas raciais em universidades públicas começaram a ser aplicadas, grupos conservadores prontamente se organizaram para apontar que essas ações afirmativas iriam nivelar por baixo o ensino superior brasileiro. Para as mentes racistas, “preto não pode ser doutor”.
Já a grande ascensão social registrada na última década fez com que a população pobre se fizesse presente em lugares como aeroportos e shopping centers. Não por acaso, uma das grandes frustrações das classes média e alta foi ter que dividir espaço com indivíduos que, segundo o status quo elitista, deveriam se limitar às favelas ou aos bairros mais pobres. As mesmas pessoas que abominam o Bolsa Família por supostamente incentivar os pobres ao ócio e a ter mais filhos (quando as estatísticas corroboram o contrário) se calam diante do fato de o governo federal dedicar quase metade de seu orçamento para o pagamento de dívidas (locupletando ainda mais o setor financeiro do capitalismo).
Pois bem, o Colégio Pedro II, localizado no Rio de Janeiro, decidiu extinguir o uso de uniformes masculino e feminino, deixando a cargo do estudante a possibilidade de escolher qual vestimenta utilizar, calça ou saia, de acordo com sua identificação de gênero. Como não poderia deixar de ser, a atitude da centenária instituição carioca revoltou as mentes intolerantes, que não se intimidaram em expressar preconceito contra aqueles que não se enquadram nos padrões de gênero socialmente aceitos. 
Para ler o texto completo de Francisco Fernandes Ladeira clique aqui

"Gozo XI" - Maria Tereza Horta

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Gozo XI

Conduzes na saliva
um candelabro aceso

um chicote de gozo
nas palavras

E a seda do meu corpo
já te cede
neste odor de borco em que me abres

Sedenta e sequiosa
vou sabendo
a demorar o tempo que se espraia
ao longo dos flancos que vou tendo:

as tuas pernas
vezes teu ventre

A tua língua
vezes os teus dentes

na pressa veloz com que me rasgas

Maria Tereza Horta

Mia Couto busca reparar 'crime do rapto da história' em livro de trilogia

Sombras Da Água

Mia Couto busca reparar 'crime do rapto da história' em livro de trilogia

RODOLFO VIANA

DE SÃO PAULO


30/09/2016  

O primeiro passo para uma guerra não é montar um exército, mas, sim, "desumanizar os que vão ser agredidos". Nesse momento de vida em suspensão, diz Mia Couto à Folha, "o amor é uma resposta de sobrevivência, uma força desconhecida que faz com que não desesperemos de atingir uma outra margem".
Aos 61 anos, o escritor moçambicano foi testemunha da guerra da independência de seu país (1964-1975) –então uma província de Portugal– e de uma guerra civil (1977-1992) entre nacionalistas marxistas e guerrilheiros de direita. Conhece bem as particularidades da afeição capaz de brotar em zonas de conflito.
"Assisti a barbaridades que não quero nunca mais recordar. Mas no meio dessa crueldade erguida em sistema também testemunhei manifestações de solidariedade e de afeito que dificilmente poderiam ser reveladas em condições de normalidade social."
O amor em tempos de guerra poderia ser o ponto central da trilogia "As Areias do Imperador", cujo segundo livro, "Sombras da Água", acaba de chegar às livrarias.
A série tem como palco o sul de Moçambique do fim do século 19, quando a região era governada por Ngungunyane, o último grande líder do Estado de Gaza. Neste cenário, o sargento português Germano de Melo encontra Imani, uma garota de 15 anos da tribo dos Vatxopi que aprendeu a língua e os costumes dos europeus.
Este volume –que, como o anterior, entrelaça a narrativa de Imani e cartas enviadas e recebidas por Gemano de Melo– começa com o sargento ferido, sendo transportado ao único hospital de Gaza. Está na companhia de sua amada –quem desferiu o tiro que lhe esfacelou as mãos–, além do pai e do irmão da africana e uma amiga italiana.
Para Mia Couto, contudo, é mais que um texto sobre paixão e guerra quaisquer: é sobre "um amor no meio de um crime que é o rapto de uma história". Seu desejo é contar a história que a História não conta. "Este livro fala de como uma narrativa de intervenção colonizadora foi partilhada por europeus e africanos", diz.
Ele explica que, no século 19, o sul de Moçambique foi ocupado de uma forma disputada por portugueses e pelo exército dos Vangunis, que criaram um império que durou mais de meio século.
"Na verdade havia dois colonizadores: um europeu e outro africano. A ideia é sugerir que a história de Moçambique –como a de qualquer outra nação– foi simplificada por uma única versão: a dos vencedores. Essa narrativa gloriosa anulou as outras versões do passado que é preciso resgatar e dignificar."
Sem essas versões do passado, o vínculo do descendentes dos atores do conflito se perde. "Naquela região, esse deslocamento foi e continua a ser imposto -as pessoas são empurradas para fora da sua religião, da sua língua, da sua cultura e da ligação sagrada que possuem com a terra e os antepassados", diz. "As próprias elites africanas reproduzem essa sistemática anulação do que é estranho a um modelo globalizado de comportamento."

SOMBRAS DA ÁGUA
AUTOR Mia Couto
EDITORA Companhia das Letras
QUANTO R$ 44,90 (392 págs.)


FONTE: Aqui

A Lava Jato só acaba quando acabar com o PT

Vladimir Platonow/ Agência Brasil

A Lava Jato só acaba quando acabar com o PT. Nesta guerra, não há alternativas: ou vence o fascismo, ou vence a democracia. 

Para ler o texto completo de Jeferson Miola clique aqui 

A falência do ensino brasileiro não é de seus professores

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A falência do ensino brasileiro não é de seus professores

Vladimir Safatle

30/09/2016  

Depois de um anúncio catastrófico do projeto de reforma educacional do ensino médio proposto por aquilo que alguns chamam de "governo", esta semana viu uma sucessão de esforços para tentar vender à população a tese de que enfim chegaram as ações esperadas.
Órgãos de propaganda do dito "governo" travestidos de revistas semanais apresentaram o projeto como um conjunto de medidas corajosas que visariam revolucionar o engessado ensino brasileiro. O senhor que ocupa o cargo de ministro da Educação apareceu enfim para tentar defender o projeto feito por sua equipe, isto enquanto o próprio Michel Miguel ligava não para especialistas em educação, mas para Fausto Silva, vulgo Faustão, para convencê-lo da grandeza do projeto criticado pelo referido.
Que uma das primeiras medidas do "governo" fosse intervir na educação nacional, eis algo que não deveria surpreender ninguém. O projeto apresentado nem de longe expressa alguma preocupação real com o aumento da qualidade de nossas escolas e com o desenvolvimento integral de nossos alunos. Seus eixos centrais são a segregação, a precarização da atividade docente e o puro e simples obscurantismo.
Não é de admirar que a verdadeira equipe que produziu este projeto seja composta por "especialistas" que trabalham há décadas nos governos FHC, em Brasília, sob a batuta do ilibado José Arruda e nos governos tucanos de São Paulo, com resultados pífios e medíocres. De fato, não poderia ser diferente, já que a regra dessas senhoras e senhores é impor uma visão tecnocrata que despreza a inteligência prática de professores envolvidos nos processos de ensino, sendo os únicos realmente capazes de indicar o que funcionaria e o que não funcionaria.
Contrariamente ao que se tentou vender, este país fez mudanças drásticas e constantes no ensino nas últimas décadas. Todas pecaram por desprezar os saberes daqueles que estão diretamente envolvidos nos processos, dando voz a burocratas e tecnocratas que nunca pisaram em uma sala de aula ou que não fazem isto há anos. A falência do ensino brasileiro não é de seus professores, mas de seus tecnocratas de gabinete.
Veja três características mestras da dita reforma. Primeiro, ela cria diferentes possibilidades de escolhas para os estudantes depois de um período comum de um ano e meio. Eles poderão ter concentração de disciplinas em linguagens, matemática, ciências da natureza, humanas e ensino técnico. Até aÍ, nenhuma polêmica. Há anos todos os realmente envolvidos com educação insistem que os alunos devem poder escolher disciplinas mais próxima de seus interesses. Mas, como o diabo mora nos detalhes, a questão é: as redes e escolas podem não oferecer aos alunos todas as opções de concentração. Ou seja, você dorme com a promessa de uma escola mais diversa e acorda com a realidade de uma escola onde, por exemplo, a concentração de humanas não existe, onde o eixo de todos os esforços é o ensino técnico. O resultado será abrir as portas para uma segregação que consistirá em levar as escolas em regiões mais carentes a cada vez mais oferecer ensino técnico, cuja empregabilidade é mais rápida, porém muito mais precária.
Por outro lado, qualquer programa minimamente sério começaria por qualificar melhor o corpo docente. Mas isso passaria por acabar, de uma vez por todas, com a precarização e os salários vergonhosos dos professores, uma das maiores razões para que nossos melhores alunos não queiram mais ser professores. O que há a esse respeito na dita reforma? Nada. No entanto, o projeto prevê que poderão ser contratados professores sem licenciatura, portadores de "reconhecido saber". Dificilmente haveria proposta mais absurda e irresponsável. Como dizia Hegel, não é porque todos têm mãos que todos podem produzir sapatos. Mas um governo que apresenta uma proposta como essa despreza os conhecimentos técnicos necessários para a docência.
Por fim, havia a proposta medíocre de transformar artes, educação física, filosofia e sociologia em matérias não obrigatórias. Agora, a BNCC decidirá o destino, mas a pedra já está cantada. De fato, para os tecnocratas a sociedade não deve precisar de cidadãos que conheçam conceitos como conflito social, desencantamento do mundo, anomia social, modernização reflexiva, ética, moral, classe, consciência, razão, estética, lógica, pensamento crítico. É verdade, para votar em Michel Miguel e sua turma, é melhor não saber nada disso. 

FONTE: Aqui

O segredo do Lago Vostok: à descoberta das profundezas da vida

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O homem está próximo de realizar uma das prováveis maiores descobertas do século. O lago Vostok representa possibilidades de resposta sobre questões essenciais do nosso planeta - e até mesmo de outros. 
Para ler o texto completo de Tiago Vargas clique aqui

Entrevista: Paulo Betti


Rosto popular na TV, Paulo Betti acaba de sair de sua segunda experiência como diretor de cinema com uma certeza: sua vocação é mesmo ser ator.
Ele faz a confissão à Revista de CINEMA, dividido entre o alívio pelo fim da correria das filmagens e a felicidade em concretizar um projeto extremamente pessoal iniciado há mais de duas décadas, dentro de uma fase em que ele próprio, hoje aos 63 anos, revê sua trajetória a partir do monólogo “Autobiografia Autorizada”, com o qual cumpriu temporada no ano passado. 
Para ler a entrevista de Paulo Betti clique aqui

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

José de Sousa Miguel Lopes & Inês Assunção de Castro Teixeira: Prefácio e Apresentação da Coletânea "A família vai ao cinema"


Para ler o Prefácio e a Apresentação da Coletânea "A família vai ao cinema" por José de Sousa Miguel Lopes e Inês Assunção de Castro Teixeira clique aqui Em seguida, por baixo da capa da Coletânea, clique em Amostra

Da prioridade da igualdade de género sobre a liberdade religiosa

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Um estudo recente sobre o perfil dos muçulmanos em França aponta para uma associação forte entre o crescimento do uso do véu e a difusão do islamismo ultraconservador. 
Para ler o texto completo de André Freire e Liliana Reis clique aqui

O show fotográfico da National Geographic

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O registro de um raio no lago Waterton, em Alberta no Canadá, produz uma foto em que a luz natural mostra sua potência em relação à artificial. Veja esta foto acima e centenas de outras de um dos mais espetaculares acervos fotográficos do mundo clicando aqui

O marxismo de Angela Davis

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"Atentar para a forma adquirida pelo racismo e pelo sexismo no interior do capitalismo permite ao marxismo não ser engolfado pelo idealismo ou por esquemas mecânicos que inviabilizam uma concepção verdadeiramente científica da sociedade." 

Para ler o texto completo de Silvio Luiz de Almeida clique aqui

ELIANE BRUM: Denúncia de Facebook


Deltan Dallagnol coloca a Lava Jato em risco quando escolhe arregimentar seguidores em vez de informar cidadãos. 

Para ler o texto completo de Eliane Brum clique aqui

A Universidade e a crise nacional

Wikipedia

Neste momento de riscos e ameaças é fundamental que a universidade se posicione, como fez em outros momentos históricos importantes. 

Para ler o texto completo de Andrea Caldas clique aqui 

Mulheres mal vistas dentro e fora das telas


O moralismo e o machismo do Brasil em três longas no festival de Brasília que termina nesta terça. 

Para ler o texto completo de Camila Moraes clique aqui

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Gotan Project - "Vuelvo Al Sur" & "Whatever Lola Wants"

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Para assistir ao tango  "Vuelvo Al Sur" pelo Gotan Project clique aqui

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Para assistir ao tango "Whatever Lola Wants" pelo Gotan Project clique aqui

Não acredite em candidato que não se diz político e nega sua ideologia

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Não acredite em quem diz que não tem ideologia.
Não acredite em quem diz que não faz política.
Todos temos ideologia.
Todos fazemos política.
Quem diz que não tem ideologia é quem mais tem.
Quem diz que não faz política é quem mais faz.
Nossa ideologia vai conosco para toda parte. Adotamos ou escolhemos formas diferentes de filtrar e interpretar a realidade à nossa volta fazendo com os acontecimentos signifiquem coisas diferentes para você, para mim e para os outros.
Para ler o texto completo de Leonardo Sakamoto clique aqui

17 contradições e o fim do capitalismo, de David Harvey

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A Boitempo acaba de lançar o aguardado 17 contradições e o fim do capitalismo, de David Harvey, um dos marxistas mais influentes da atualidade. Considerada o escrito mais político de Harvey, a obra coroa um projeto de décadas dedicado à interpretação e difusão do pensamento de Marx em um período de mutação do capitalismo. Partindo da ideia de que Karl Marx desvenda o sistema capitalista como estruturado por contradições, David Harvey arregaça as mangas e destrincha cada uma delas da forma como elas aparecem tanto no texto da obra prima de Marx, O capital, quanto nas dinâmicas reais do capitalismo global de hoje. 
Confira a orelha do livro escrita pelo revisor técnico da edição brasileira, Pedro Paulo Zahluth Bastos clicando aqui

Entrevista com Maria Teresa Horta: A fruição da Palavra


Foi na sua casa que Maria Teresa nos recebeu, numa tarde invernosa, aquecida pela sua presença irradiante. Através das suas histórias, que marcam um testemunho vivo e impressionante de uma época dura e em que a liberdade de expressão era vista como uma interdição, vemos desfilar o século XX em Portugal. Figura marcante das letras portuguesas, tanto da poesia — uma das figuras do emblemático grupo Poesia 61 — como do romance ou, ainda, do jornalismo português, a literatura é, para Maria Teresa Horta, um exercício de sublimação e de liberdade. Figura central do feminismo português, nunca fez dela um uso panfletário, mas assume-se como uma voz libertária e cuja obra literária toma como temas essenciais o amor, o desejo erótico, o corpo (da mulher), a sexualidade e a pura fruição da palavra. 
Para ler a entrevista de Maria Teresa Horta clique aqui

"Outros países investem em ciência e tecnologia e a gente corta"

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A fotografia de rua: a alma dos distraídos

bill harris fotografia cotidiano quotidiano

A fotografia de rua capta basicamente o que há de mais comum: os pequenos momentos. Os pormenores do cotidiano, aqueles a que ninguém dá muita confiança, nem se lembra, muito menos se importa. Uma mulher pensativa com sua sacola de compras a atravessar a rua, um casal de jovens a olhar uma vitrine, amigos que se encontram nas esquinas. Apenas detalhes. 
Para ler o texto completo de Rejane Borges clique aqui

Conselho de graça ou como ser nobre no Brasil

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Anotando bem os termos do discurso de nosso atual chefe de Estado, sobretudo quando no exterior, foi impossível deixar de lembrar da estrutura dos contos de fadas e das saídas políticas implementadas por nossos reis de carne e osso. 

Para ler o texto completo de Lilia Schwarcz clique aqui

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

O capitalismo Drácula

corte de um quadro do Goya

'Os pólos financeiros disciplinam os estados que por sua vez disciplinam os trabalhadores'. 

Para ler a entrevista de Jorge Beinstein clique aqui

Monsanto obtém acesso à mais poderosa ferramenta de edição genética no mundo

FILE - This Aug. 31, 2015 file photo shows the Monsanto logo seen at the Farm Progress Show in Decatur, Ill. German drug and chemicals company Bayer AG says it has made a $62 billion offer to buy U.S.-based crops and seeds specialist Monsanto Company. Bayer said Monday, May 23, 2016 that the all-cash offer values Monsanto shares at $122 each. (AP Photo/Seth Perlman, File)

A empresa de agricultura Monsanto adquiriu um licenciamento mundial não-exclusivo do Broad Institute, do MIT e de Harvard. 
Para ler o texto completo de George Dvorsky clique aqui

A agenda secreta da reforma do ensino: o analfabetismo visual


Depois da divulgação da Medida Provisória que “flexibiliza” disciplinas do Ensino Médio como Artes e Educação Física o Ministério da Educação tentou explicar dizendo que não era bem assim, depois de forte reação de educadores e pedagogos. Mas está claro: não basta apenas o golpe político. É necessária uma operação psicológica para anestesiar as outras amargas “flexibilizações” que serão proximamente enfiadas goela abaixo da sociedade. Uma operação para manter um sistema de comunicação projetado pela ditadura militar e mantido até hoje – a concentração das informações para a opinião pública exclusivamente nas mídias audiovisuais, especialmente a TV. Para isso é necessária a manutenção do analfabetismo visual: a crença ingênua de que ver é um ato natural e fisiológico, impossibilitando a educação do olhar e a percepção das intencionalidades por trás das mensagens visuais. “Flexibilizar” as disciplinas Arte e Educação Física mostra  que o “núcleo duro” de Poder, persistente há décadas na política brasileira, não brinca em serviço. Sabe o que faz: o olhar e a autoconsciência corporal estão conectados através da “propriocepção”, a base da alfabetização visual. 
Para ler o texto completo de Wilson Roberto Vieira Ferreira clique aqui

Revisitando o documentário "Muito Além do Cidadão Kane"

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Aos 50 anos do golpe militar de 1964 é necessário revisitarmos o documentário “Muito Além do Cidadão Kane” (Beyond Citizen Kane, 1993), dirigido por Simon Hartog para o Channel Four da Inglaterra. A Globo venceu na justiça e o filme foi banido do País, mas acabou assistido e debatido nos meios universitário e acadêmico. Tornou-se um documento fundamental para conhecermos o Brasil e a nossa TV. Ficou famoso internacionalmente pelas suas denúncias sobre as manipulações do telejornalismo da Globo e o favorecimento econômico da emissora de Roberto Marinho desde o início do regime militar. Mas o documentário de Hartog diz mais, que só o olhar de um estrangeiro poderia ver: os detalhes que contribuíram para a Globo formar a primeira rede de TV do país, capaz de criar um conteúdo tão genérico que passou por cima da diversidade cultural e regional brasileira. “A estranha combinação” do entretenimento dominical, a TV em cores e o projeto de modernidade e integração nacional dos militares e o condicionamento da vinheta do plim-plim e da linguagem do globês que alterou a identidade idiomática do brasileiro. 
Para ler o texto completo de Wilson Roberto Vieira Ferreira clique aqui

Para ver o documentário proibido até hoje pela Rede Globo clique aqui

FOTOS de tempestades

Arm of God


O fotógrafo Mitch Dobrowner registrou uma série de tempestades em diferentes partes dos Estados Unidos. Para ver as imagens clique aqui

Por que o mundo quer reformar o Conselho de Segurança da ONU

Reunião do órgão das Nações Unidas para falar sobre o Oriente Médio

Órgão mais importante das Nações Unidas mantém estrutura da década de 1950. Especialistas acreditam que as possibilidades de mudanças, contudo, já foram mais altas. 

Para ler o texto completo de Rafael Iandoli clique aqui 

HUMOR

domingo, 25 de setembro de 2016

Immanuel Wallerstein: "Não verta lágrimas pelo capitalismo"

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Wallerstein avisa: tornou-se impossível recompor o sistema. As crises, cada vez mais intensas e onipresentes, indicam: virá algo muito melhor ou muito pior. É aí que podemos intervir
Para ler o texto completo de Immanuel Wallerstein clique aqui

Leia também "Contribución de la perspectiva de sistemas-mundo de Immanuel Wallerstein a su esclarecimiento y dilucidación" de Rodolfo Crespo clicando aqui

Internet: até onde deve ir a vigilância dos pais?


Um pai ou uma mãe devem bisbilhotar emails e caixas de mensagens dos filhos menores nas redes sociais para acautelarem a sua segurança? A solução está na infância. E na confiança, respondem os especialistas. 
Para ler o texto completo de Natália Faria clique aqui

"Dúvida" - Maria Teresa Horta

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Dúvida

Quando me tomas
e colhes
com as tuas asas de luz
e me unes com demora
ao teu corpo de brazido
de desejo e de temor
vejo um amor tão perdido
que ao entregar-me ao fulgor
sou chama de fogo ambíguo

Maria Teresa Horta

Clássico de Raymond Williams sobre televisão ganha edição brasileira

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Quarenta e dois anos após sua publicação original, em língua inglesa, este texto fundador dos estudos sobre televisão, um verdadeiro clássico, tem sua primeira edição brasileira. Se, por um lado, é difícil entender tamanha demora, por outro, são evidentes a pertinência e a importância desta obra nos dias atuais, nos quais, junto à ainda forte presença da TV nos lares do mundo inteiro, vivemos a era digital em sua plenitude. 
Confira o texto, escrito por Esther Hamburger, para a orelha do livro clicando aqui

A escola do século 21 e a intuição de Clarice

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Não existe aprendizagem sem afeto. Mas ao invés de preparar para o compartilharmento e a troca de experiências, nosso ensino enfatiza as tarefas, o mérito nos exames, a suposta ascensão profissional.
Para ler o texto completo de Lais Fontenelle clique aqui

Snowden vai morrer em Moscovo?

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O homem mais procurado do mundo, um realizador incendiário, um advogado que queria um milhão de dólares, o primeiro jornalista britânico a ser expulso da Rússia depois da Guerra Fria, Luke Harding. Tudo é hiperbólico e podia ser ficção. Mas, às vezes, a realidade supera a ficção. 
Para ler o texto completo de Simone Duarte clique aqui

Leia também “Um herói moderno numa tragédia clássica” de Francisco Teixeira da Mota clicando aqui


Reality horror show


As manifestações populares de 2013 e suas reivindicações, citadas insistentemente por políticos dos mais diversos matizes ideológicos neste momento de confusão, incerteza e assombro que vivemos no Brasil, tinham uma mensagem central e muito clara em meio aos muitos desejos expressados: fora os políticos e os partidos políticos. Parece que ninguém se lembra disso e os profissionais da política continuam a atuar em seu espetáculo diário de cinismo, egocentrismo e corrupção. Todos os nossos políticos? Sempre há exceções à regra e estou me referindo à regra, ou seja, à maioria. Os políticos atuam e os meios de comunicação nos apresentam o deprimente espetáculo com bom roteiro, bem fotografado, bem filmado, cuidadosamente editado. 
Para ler o texto completo de Orlando Senna clique aqui

Os "grotescos" Paralímpicos

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Joaquim Vieira, jornalista e presidente do Observatório de Imprensa, escreveu há dias:
Sou só eu a achar que os Jogos Paralímpicos são um espetáculo grotesco, um número de circo para gáudio dos que não possuem deficiência, apenas para preencher a agenda do politicamente correto?
Escrito isto, recebeu ameaças de morte e tem sido a chacota da Internet, este sábio lugar de ponderação e consensos.
Vieira tem razão. O espectáculo é grotesco, mas não por serem jogos desportivos para ” gáudio dos que não possuem deficiência”. 
Para ler o texto completo de  João Vasco Almeida clique aqui

Mensagem aos liberais, com alguma ironia

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Sentimos muito informar aos que apoiaram o golpe por acreditarem no liberalismo: vocês foram enganados. De verde e amarelo. Não lhes cabe outra alternativa coerente a não ser se juntar ao “Fora, Temer”.
Para ler o texto completo de Camila Spósito clique aqui

Para compreender a onda global de suicídios

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No mundo, eles são mais numerosos que os homicídios. Entre os 14 e 29 anos, tornaram-se o segundo fator de mortes. Entre as causas, depressão e abuso de álcool — mas também fim de relacionamentos e problemas financeiros. Para ler o texto completo clique aqui

Com assassinatos diários, cidade nos EUA vive experiências de zonas de guerra


O correspondente da BBC Ian Pannell já conheceu muitos locais assolados pela violência. Ele cobriu guerras no Iraque, Afeganistão e Síria. Mas, baseado atualmente em Washington, Estados Unidos, ele não teve que ir muito longe para fazer uma nova reportagem sobre conflitos: Pannell retratou o que está por trás das impressionantes taxas de violência de Chicago, que atingiram o seu patamar mais alto dos últimos 20 anos. 
Para ler o texto completo clique aqui

A respeito da violência


Baseado num dos capítulos de Os Condenados da Terra (1961) do ativista e teórico anti-colonial Frantz Fanon, Concerning Violence é um documentário de Göran Olsson, o mesmo autor que realizou em 2011The Black Power Mixtape 1967-1975. Concerning Violence obriga-nos a discutir o tempo colonial, levantando questões que continuam em grande medida recalcadas. O caso colonial português é a este propósito sintomático. 
Para ler o texto completo de Nuno Domingos clique aqui

Com Jean Wyllys, "Entre homens de bem" mostra bastidores do Congresso

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Durante algum tempo, o documentário teve como título "Eu Jean Wyllys" mas, por sugestão do próprio personagem do projeto, passou a se chamar "Entre Homens de Bem". "Achei esse título um horror. Não queria que fosse batizado com o meu nome", explicou o próprio deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) na noite desta sexta-feira (23), após a concorrida estreia do longa-metragem na mostra paralela "A Política no Mundo e o Mundo da Política", do 49º Festival de Brasília, após a qual o parlamentar foi recebido pelo público como estrela de cinema.
Para ler o texto completo de Carlos Hélí de Almeida e o trailer do documentário clique aqui

Existe quarto poder no Brasil, e se chama Ministério Público

Como Ministério Público se tornou o poder mais forte na democracia brasileira

Sem freio e contrapeso, instituição acumula instrumentos de poder que vão além do previsto na Constituição de 88. 
Para ler o texto completo de Lilian Milena  clique aqui

sábado, 24 de setembro de 2016

"Fármacos psiquiátricos nos fazem mais mal do que bem"


Cientista defende redução drástica do uso de medicamentos contra as doenças psíquicas. 

Para ler a entrevista do especialista em testes clínicos, o dinamarquês Peter Gotzsche clique aqui

"As mulheres da minha cidade" - Manuel Rodrigues

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As mulheres da minha cidade

Às mulheres da minha cidade
basta um raio de sol para florirem.
Mesmo no Outono, como agora,
aparecem habitando de asas
as ruas por onde vão voando.
Como brilha o seu corpo!
A face, anúncio de alvorada,
é a luz de si mesmas e a minha;
os passos, o chão que pisam;
o cabelo, a aragem e logo o vento
que me leva também voando.
Ah! a lânguida colina do ventre
que baila baila caminhando baila
devagar a dança suave, as ondas do mar!
Olhos que são líquidos lagos por vogar,
rútila romã, a boca a todos dada
e a ninguém, que é só delas,
das mulheres da minha cidade
que salpicam de cores de pétala
as pupilas do desejo que prevalece.

Com as mulheres da minha cidade
a vida, sendo hoje, é sempre amanhã:
amadurecem nos seios o dom do tempo.
Que perpétuo o seu caminhar!
De tão longe lhe vem o ritmo e para
tão longe vai, cálido baloiço das ancas,
berço onde a respiração se detém,
esperando a noite de perfume a pasto
que não sei, ninguém sabe de quem será.

Sei que arderão algures
na Via Láctea. Mas sei também
que a sua boca me ateará o sangue,
que os dentes tão brancos me prenderão,
que as coxas se abrirão para que me contenham,
que pernas e pés me firmarão para que elas me possuam,
que unhas hão-de rasgar-me a pele para que de mim se levantem,
ah! que gemidos e gritos e choros te clamarão, ó noite, para que o sol expluda!

E em mim sejam, que eu o sou em tudo,
que tudo sinto, que tudo tenho, plenas de mundo,
certeza de vida - as mulheres da minha cidade!

Manuel Rodrigues

Leonardo Boff: Dez possíveis lições após o impeachment

Agência Senado

A primeira lição é resistir, aprender dos erros e derrotas e dar a volta por cima. Isso implica severa autocrítica, nunca feita com rigor pelo PT. 

Para ler o texto completo de Leonardo Boff clique aqui 

Ode às palavras

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"Quem não vê bem uma palavra, não pode ver bem uma alma” Fernando Pessoa.

O enlace das palavras, em versos, em prosa, em cantos fecundos de beleza, em um belo romance escrito num papel amarelo, ou nas breves palavras que nos vagam a boca. Esse ser, dotado de tamanha capacidade comunicativa, criador de métodos linguísticos, que se denominou de humano, habitou a história traduzindo em sinais, palavras, sua experiência com o mundo. 
Para ler o texto completo de Raphael F. Lopez clique aqui


Ordem ou Desordem? Os EUA, a Rússia e o Contexto Político da Crise Brasileira

Roberto Stuckert Filho

Não podemos entender as mudanças no Brasil se não levarmos que vivemos um momento de fluidez nas relações de poder econômico e político em escala mundial. 

Para ler o texto completo de  Sebastião Velasco e Cruz clique aqui

Quem são os policiais que querem a legalização das drogas e o fim da violência

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Três adolescentes apanham de uma fila de policiais militares. É Carnaval em João Pessoa, e os jovens invadiram um orfanato para roubar uma televisão e uma bicicleta. "Onde está a arma?", perguntam os policiais. Entre uma pancada e outra, dois cadetes que acompanhavam a operação saem da sala.
A cena, que teria acontecido em 2006, foi descrita à BBC Brasil por um dos cadetes que reprovaram a abordagem - a Secretaria de Segurança da Paraíba não se pronunciou até a publicação desta reportagem.
Para ler o texto completo de Ingrid Fagundez clique aqui

Qual o alcance do extremismo budista em Mianmar

Monge budista aponta Mianmar no mapa

Destruição de propriedades, assassinatos e perseguições marcam onda de violência contra minoria islâmica em país do sul da Ásia. 

Para ler o texto completo de João Paulo Charleaux clique aqui

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