A relevância da participação negra em Portugal nas mais diversas
áreas – incluindo a música – remonta já a várias centenas de anos, mas raras
vezes é articulada nas narrativas públicas dominantes. Não se trata,
naturalmente, de os negros em Portugal não terem voz ou não se encontrarem
presentes no quotidiano do país. Trata-se, isso sim, muitas vezes, de falarem
sem serem considerados, de verem sem serem vistos, de cantarem sem serem
escutados – pelo menos, fora de uma esfera cultural tendencialmente mais
circunscrita. Para ler o texto de Inês Nascimento Rodrigues clique aqui
Patrice Lumumba, 60 anos depois
No dia 30 de junho de 1960, na cerimónia de proclamação de
independência do Congo, houve três discursos: do rei Baudouin da Bélgica,
antiga potência colonizadora, do Presidente do Congo, Joseph Kasavubu, e de
Patrice Lumumba, primeiro-ministro, este último, numa intervenção não prevista
no protocolo inicial. Foi um discurso curto de cerca de doze minutos, escrito
numa linguagem acessível e incisiva, performativa e visual, um discurso que,
como defende o historiador Jean Omasombo Tshonda, “funda o Congo independente”.
Os primeiros oito minutos são a mais clara definição do que é o colonialismo do
ponto de vista de um continente, de um país, de uma comunidade, de uma pessoa. Para ler o texto
de Margarida Calafate Ribeiro clique aqui