sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

"A árvore onde estivemos" - Adão Cruz

 



A árvore onde estivemos




 

 

Está seca e nua a árvore onde estivemos,


nem verde botão de primeira folha


nem rebentos de céu dentro de nós.


Naquela tarde de palavras e raízes da árvore que nos viveu


quis o rio nascer nos braços do estuário,


quis a terra ser o leito onde a infância adormeceu.


Está seca e nua a árvore onde estivemos


no calor dos lábios da ilusão,


não tem folhas de primavera nem frutos de verão


nem brisas inocentes tremulando por entre os ramos.


Tem restos de poemas secos


pendurados nos braços negros


e versos apodrecidos pelo chão


e vozes mudas


que ligam a noite às folhas mortas de solidão.


Está seca e nua a árvore onde estivemos,


crestada pela geada e pelo frio


de ser tão fria a madrugada.


No silêncio da utopia e na triste melancolia,


a árvore onde estivemos secou


e com ela a poesia.




 

 

Adão Cruz






Divulgando o mais recente livro do autor do blog Aqui


Será que o brasileiro deu jeito?




O Brasil encontra-se, hoje, no meio de uma diversidade de instabilidades que trazem inseguranças e temores à população brasileira. Além disso, há diversos componentes culturais que surgem na tentativa de fazer sentido à situação vivenciada. Um desses componentes chama-se “jeitinho brasileiro”. Ao mesmo tempo que é fluido, o jeitinho brasileiro traz leveza à rotina de diversos brasileiros já cansados do trabalho e das complicações socioeconômicas. Entretanto, a sua sombra traz à tona as emoções negativas que o coração poderia expressar, a acentuar as desavenças. Para ler o texto de João Melo clique aqui


Leia "Lenio Luiz Streck: "Não olhe para a Constituição": o "filme" do negacionismo do Direito" clicando aqui


Leia "A última chance de Bolsonaro é a aposta macabrade Moisés Mendes clicando aqui


Leia "Jean-Philip Struck: Um governo à deriva: o terceiro ano de Bolsonaro" clicando aqui


Leia "José Ribamar Bessa Freire: Num certo palácio, a ceia do amigo oculto" clicando aqui


Leia "Ynaê Lopes dos Santos: Que tipo de gente somos?" clicando aqui


Leia "O futuro dura muito tempo para chegar" de Luiz Werneck Vianna clicando aqui


Os voos espaciais dos bilionários são uma bomba de carbono que destruirá o planeta

 




Jeff Bezos e Elon Musk pretendem expandir os voos espaciais comerciais, ainda que um único passageiro emita mais poluição em poucos minutos do que 1/8 da população mundial irão produzir em toda as suas vidas. Para ler o texto de Luke Savage clique aqui






A beleza americana 



Eu não conhecia a escritora norte-americana Alice Sebold, o que, obviamente, não tem nada de mais, nem para mim nem para ela. Há milhões de pessoas a escrever e a publicar em todo o mundo e em todas as línguas. Impossível conhecer toda a gente. Recentemente, porém, ela, que já vendeu milhões de livros no mercado americano – um dos maiores do mundo, como toda a gente sabe –, voltou a ser notícia na imprensa internacional, o que, por fim, me fez conhecê-la pela primeira vez. Antecipo desde já: não a conhecendo como escritora, parece-me um ser humano lamentável. Sebold, noticiaram os jornais em todo o mundo, emitiu, no dia 1 de dezembro, uma nota pedindo desculpas a um homem – Anthony Broadwater – que ficou 16 anos preso nos Estados Unidos, falsamente acusado de a ter estuprado quando ela tinha 17 anos e que agora, 39 anos depois, foi ilibado desse crime, na sequência de uma revisão do processo. Para ler o texto de João Melo clique aqui



Michael Patrick Kelly: "Blurry Eyes"

 



Para assistir à interpretação de "Blurry Eyes" na voz de Michael Patrick Kelly clique aqui

Navegando pela arte: literatura, pintura e fotografia

 



As escritoras brasileiras esquecidas pelo cânone literário



Este artigo, desenvolvido por Laura Junqueira de Mello Reis e publicado na revista acadêmica Ars Historica, analisou o processo de esquecimento de escritoras brasileiras dos séculos 18 e 19 sob uma perspectiva de gênero, classe e raça. Com uma investigação baseada em menções em revistas e jornais, a autora defende que as escritoras tinham certo reconhecimento no período estudado, entretanto, elas foram sumindo da memória da sociedade com o passar das décadas, atingindo o total apagamento no século 21. Para ler seu texto clique aqui






Não são fotografias, são pinturas hiperrealistas 



As pinturas hiperrealistas de Johannes Wessmark parecem tão verdadeiras que a maioria das pessoas acha impossível distingui-las de uma foto. Mas a verdade é que as pinturas a óleo e acrílico do artista são muito superiores a uma foto. "Porque você pergunta? Aos nossos olhos, qualquer pintura é automaticamente mais valiosa, e ainda mais quando uma obra de arte requer tal habilidade e precisão imensa para ser criada. Tente imaginar que olho afiado e mão firme se deve ter para posicionar estrategicamente cada pincelada, cada destaque e cada sombra de modo que se pareça exatamente com a vida real! E nem mencionamos que o pintor sueco é totalmente autodidata. Nascido em 1962, Wessmark só começou a pintar em tempo integral em 2006, transformando seu hobby em uma carreira de tempo integral. Hoje, o artista é prolífico como sempre. Wessmark também é um autor que publicou duas vezes, e ele dá workshops e palestras sobre seu ofício na Suécia e nos Estados Unidos. Veja algumas das fantásticas pinturas do artista clicando aqui, aqui e aqui






Estas são as melhores fotografias de paisagens de 2021 - sem truques nem efeitos especiais



Foram revelados os vencedores da primeira edição dos Natural Landscape Photography Awards, um concurso de fotografia de paisagem que privilegia os registos autênticos e realistas. Para ver as fotos clique aqui


Navegando pelo cinema

 




Alain Bergala - Infância



O cinema tem, evidentemente, a ver com a infância - por muitas razões. Em primeiro lugar, a infância é o momento, em que as sensações são completamente novas e muito frescas. Quando envelhecemos, quando crescemos as sensações diminuem. Porém, quando vamos ao cinema, se o filme é bom, encontramos o frescor dessas sensações. É como se víssemos o mundo um pouco novamente como quando éramos crianças. Além disso, infância é também o melhor momento para encontrar o cinema. Há algo muito importante na infância: temos uma espécie de revelação do mundo através do cinema. Quando já somos adolescentes, quando já temos vinte anos, é um pouco tarde e o encontro com o cinema não é tão essencial, tão impactante. Então, é por isso, que é muito importante que quando houver oportunidade tentemos fazer de modo que o encontro com o cinema aconteça quando as crianças são pequenas. Depois, fica guardado. Elas não se separam mais do cinema. 
Se desejar assistir à sua fala clique no vídeo aqui







Não há mais como abrir os olhos


O filme “Não olhe para cima” é um diagnóstico ferino do mal que vem comendo por dentro aquilo que já chamamos de civilização. Para ler o texto de Eugênio Bucci clique aqui








FILME INTEGRAL - "Os Cafajestes", de Ruy Guerra, 1962



Jandir é um malandro familiarizado com o submundo da noite carioca. Vavá é um playboy da zona nobre, preocupado com a mesada e a fortuna da família. Inimigos do batente, eles se juntam para aplicar um golpe. Seu plano é fotografar Leda, a amante do tio rico de Vavá, em cenas comprometedoras. Lançado num momento do cinema brasileiro em que as chanchadas dominavam o mercado exibidor, "Os cafajestes" chocou uma crítica e o público por suas inovações e disposição para o escândalo. Para desgosto dos censores, exibiu o primeiro nu frontal do cinema brasileiro. Formalmente, a modernidade da sua narrativa sedimentou ainda mais o caminho para a explosão do Cinema Novo. Para assistir ao filme (1:40:00) clique no vídeo aqui

Revista SCIAS.Arte/Educação, v. 9 n. 1, jan./jun. 2021






A SCIAS, enquanto proposta de divulgar o Ensino de Arte e a Arte/Educação em nosso país respira sobre as águas. Insiste em florir. Mais este número é prova de que nosso jardim valeu a pena. Sem nossos colaboradores nada disso seria possível. Para ter acesso ao conteúdo integral da revista clique aqui




 
 
Este livro, co-publicado pela Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Nacional de Córdoba (FCS-UNC) em conjunto com o Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais, por meio do Fórum Latino-Americano de Avaliação Científica (FOLEC-CLACSO), reúne um conjunto de debates e reflexões atuais sobre políticas e a diversidade de formas de produção, difusão, gestão e avaliação do conhecimento nas universidades da América Latina e do Caribe. Suas 29 contribuições buscam fortalecer a abertura na produção e circulação do conhecimento entendido como bem público e comum, administrado pelas comunidades acadêmicas de forma não comercial, contextualizado nas universidades latino-americanas e fortalecido por uma diversidade de abordagens.
 
clacso.org
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quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

"Todos esses Anjos" - Lya Luft

Lya Luft faleceu hoje, dia 30/12/2021



Todos esses Anjos

 

 

 


 

Todos esses


Anjos que à noite


agitam cortinas e sussurram frases


que temes entender:


se te tomarem nos braços


se te beijarem na boca,


se te entrarem no corpo,


não te darão certeza de que morrer, viver,


são igualmente suaves e difíceis


loucos e sensatos, e urgentíssimos?




Poderás enfim amar, rendendo-te aquilo


que te aflora com suas asas,


te chama com suas vozes,


te vara constantemente com essa luz,


essa dor.



 

 

 

 

Lya Luft



 

 




Lya Luft escreveu sobre mulheres e maturidade: relembre frases da autora clicando aqui



 

 

 


Divulgando o mais recente livro do autor do blog Aqui


O golpe, Lula e Alckmin

 




No capitalismo da barbárie neocolonial, o despotismo burguês deve ser exercido de maneira brutal e sem vacilação. Para ler o texto de Plínio de Arruda Sampaio Jr. clique aqui


Leia "As tarefas de Lula" de Tarso Genro clicando aqui


Leia "Crônica de um mundo ausente" de Cristiano Fretta clicando aqui


Leia "Que venha 2022" de Julian Rodrigues clicando aqui


Leia "10 vezes em que as semelhanças entre o Brasil e "Não Olhe para Cima" não foram mera coincidência" clicando aqui

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