Achille Mbembe: Crítica da razão negra
Segundo
Márcia Tiburi “Crítica da razão negra, de Achille Mbembe, publicado em 2013,
dificilmente será superada no século 21, seja por seu conteúdo, seja por seu
caráter ético-político. Divisor de águas na história do pensamento, de agora em
diante, toda a reflexão que se leve a sério está colocada em uma posição
inconciliável com a tradição da opressão que se constituiu em nome da lógica da
raça por ele analisada. Negar o diálogo com os argumentos de Mbembe, de agora
em diante, implica a manutenção da mistificação branca que sustentou o poder e
o capital no lugar que conhecemos. Crítica da razão negra puxa o fio de linha
podre que sustentava a trama racista na história europeia, da qual nós,
brasileiros, bem como todos os habitantes das Américas, somos herdeiros, ora
como algozes, ora como vítimas. A história do racismo é a história do
capitalismo, uma história de submissão dos corpos, de uso e abuso dos seres
nele capturados, por meio de operações eminentemente teóricas e discursivas,
com efeitos perversos na prática. Ao procedimento de definir alguém como um
outro chamamos de marcação. Ao definir esse outro como um negativo, a marcação
é o verdadeiro mal radical enquanto aniquilação da humanidade do outro.
Marcados são os sujeitos da diferença, tratados constantemente como objetos,
coisas, mercadorias. Assim é com aqueles que são marcados como Negros, reféns
da lógica perversa da raça, criada para a manutenção de crenças e preconceitos
que serve a uns em detrimento de outros. O mal radical é branco”.
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