"A caverna luminosa do poeta" - Adão Cruz
A caverna
luminosa do poeta
Quando
entraste na luminosa caverna do poeta
Fugindo à chuva, ao vento,
ao frio
Tudo me dizia que eras a
mesma poesia
Que hoje ilumina as águas
deste rio.
Tudo me diz que és tu a
mesma poesia
Deste sol da tarde, sem
chuva e sem frio
Nascida do ventre de uma
vertigem
Revolvendo as águas calmas
de outro rio.
Assim mo diz a luz
incendiada dos teus olhos
E a tímida febre dos teus lábios
quentes.
Nem sempre a poesia é
metáfora e falso gesto
Nem sempre o poema é de
versos impotentes.
Já não crescem em mim
rebentos de sol
Nem me afligem conflitos de
escura tristeza.
Por isso eu sei que o sol
desta caverna
Não é brilho do poeta mas
luz da tua beleza.
Adão Cruz
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