Navegando pelo cinema
"Rotting in the Sun" é uma viagem de ketamina que mistura redes sociais, luta de classes e humor corrosivo
“Rotting in the Sun” (2023) foi definida por alguns como uma meta-comédia: é um filme sobre si mesmo e sobre um círculo egóico em torno de seus protagonistas. O ator e diretor Sebastián Silva interpreta uma versão de si mesmo na tela: um artista deprimido, um cineasta perdido em sua depressão e que tenta esquecer dos problemas usando doses gigantes de ketamina – a droga anestésica para cavalos que é um hit pós-moderno, especialmente na comunidade gay. Para tentar espantar alguns demônios, Silva vai para uma cidade litorânea do México, em que gays circulam desnudas pela areia, em total clima de cruising. Por lá ele conhece o influenciador do Instagram Jordan Firstman – que assim como Silva, interpreta uma versão de si mesmo. Firstman tenta a todo custo inserir Silva em seu novo projeto artístico, ao que Silva reluta um bocado, mas acaba cedendo e convida Firstman para ir para sua casa, na Cidade do México, mas chegando lá, Firstman não encontra o diretor em lugar nenhum e acaba embarcando em uma jornada detetivesca totalmente imprevisível. Para ler o texto de Renan Guerra clique aqui
Reality
Os Homens que Eu Tive
Festival do Rio 2023: "Reality" & "Os Homens que Eu Tive"
Verbatim. Assim se chama esse modelo de cinema (e teatro) em que atores interpretam, palavra por palavra, diálogos reais gravados pelos personagens que encarnam. Estamos em mais um tipo de fronteira entre ficção e realidade. Um exemplo radical desse método é "O Caramanchão" ("The Arbor"), de Clio Barnard (2010), em que o elenco fazia playback de entrevistas originais com a dramaturga Andrea Dunbar e seus familiares. "Reality" não chega a tanto, uma vez que a atriz e os atores usam suas próprias vozes para refazer os diálogos. Mas o resultado é igualmente impressionante. Para ler o texto de Carlos Alberto Mattos clique aqui
Tereza Trautman tinha apenas 22 anos em 1973, quando marcou época como a primeira mulher a dirigir um longa-metragem no cinema moderno brasileiro. Um filme atrevido para a época de reacionarismo militar, a começar pelo título. "Os Homens que Eu Tive" invertia a noção de posse normalmente atribuída aos homens. Pity, a protagonista, era uma mulher de espírito livre que fazia sexo com quem lhe desse na telha, fosse com amor ou não. Eram tempos de pré-Aids, naturalmente. Para ler o texto de Carlos Alberto Mattos clique aqui
A presença de Mark Fisher em dois filmes brasileiros
"Retratos Fantasmas", de Kleber Mendonça, e "Marinheiro das Montanhas", de Karim Aïnouz, mostram o tempo suspenso – e a sensação de que o presente não cria novos assombros. E buscam a cidade como espaço de devaneios contra a ordem neoliberal. Para ler o texto de Juliana Magalhães clique aqui
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