Navegando pelo cinema
Há algo na cinematografia de Federico Fellini: suas histórias sempre permanecerão atuais, porque seus sonhos nunca serão datados. A maestria do realizador italiano está na mais básica universalidade dos temas mundanos. Suas obras são pontos unidos, em conflitos equilibrados, que trazem as mais passionais emoções, ora histericamente externadas, ora silenciosamente introspectivas, envolto na estrutura neorrealista, em que o foco, propósito, ação e reação habitam na intimidade das existências humanas. Dessa forma, esses seres potencialmente sentimentais, além de corroborar a característica social dos italianos, que é viver o imoral (impulsos instintivos do mais intrínseco desejo humano) com a culpa submissa dos princípios mais conservadores (o seguimento das tradições e formalidades das ordens de Deus, como, por exemplo, família e religião). Assistir a uma obra de Fellini é reencontrar nossa base mais genuína, mais rebelde, mais crua, mais orgânica, mais pura, com mais verdade e menos máscaras. Assistir a uma obra de Fellini é acessar o refúgio em que estão nossas memórias afetivas. Assistir a uma obra de Fellini é poder ter um descanso da necessidade constante e ininterrupta que temos de estar ativo e disponível o tempo todo para o outro, ora nos defendendo, ora nos afirmando e/ou ora exercendo nosso orgulho de superioridades. Para ler o texto de Fabricio Duque clique aqui
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