sexta-feira, 15 de abril de 2022

MOÇAMBIQUE - João Pedro Grabato Dias. "Um morto esquecido é tantíssimo perigoso"

 





Pedro Mexia conseguiu a proeza de organizar, para a Tinta da China, uma antologia de poemas de João Pedro Grabato Dias, coisa que até aqui ninguém tinha conseguido, alegadamente por reticências dos herdeiros. Para quem não sabe: João Pedro Grabato Dias é o principal pseudónimo literário de António Augusto de Melo Lucena e Quadros (1933-1994), personalidade irreverente da vida cultural moçambicana. Nascido em Viseu, foi para Lourenço Marques em 1964, tendo vivido em Moçambique até 1984. Além de pintor sob o nome civil — António Quadros —, com obra espalhada por coleções exigentes e museus de referência, o António fez tudo: encenou peças para o teatro universitário, escreveu canções para Zeca Afonso (então professor em Moçambique), deu aulas na Universidade, co-editou com Rui Knopfli os cadernos de poesia Caliban, fascinou Sena com as Qvybyrycas de Frey Ioannes Garabatus (outro pseudónimo seu), convenceu Samora Machel da existência de um guerrilheiro-poeta chamado Mutimati Barnabé João (outra vez ele), mais o que aqui se não diz por ser de natureza privada.

 

Eduardo Pitta (28/12/2021)



A par da sua obra pictórica, António Quadros (1933-1994) criou uma ficção absoluta, um poeta que refez o mundo a partir do ouvido e, sem ceder à música, produziu óperas cheias de tumulto e inquietação. Para ler o texto de Diogo Vaz Pinto clique aqui

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