terça-feira, 11 de abril de 2017

No passo do caranguejo: a crise da Uerj é de todos nós

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A crise da Uerj não é apenas mais um problema dentre uma série maior e indiscriminada. Ela traz sérias implicações para o ensino superior brasileiro, para o desenvolvimento do país e reflete uma concepção falaciosa sobre o ensino e a educação. 
Para ler o texto de Lilia Schwarcz clique aqui


Leia a Carta de Roger Chartier em defesa da UERJ

CARTA DE ROGER CHARTIER EM DEFESA DA UERJ
(tradução Via Isabel Lustosa)


Caros colegas e estudantes da UERJ,

Gostaria, através desta carta, de manifestar a minha solidariedade a vocês neste momento difícil pelo qual passa a vossa universidade.

Os cortes no orçamento que atingem os salários dos professores e funcionários e impedem o funcionamento da vossa instituição colocam em risco uma das universidades brasileiras mais respeitadas internacionalmente.

Sou testemunha da grande qualidade científica das investigações realizadas na UERJ onde dei, em várias ocasiões, cursos e seminários, tendo participado do grande sucesso intelectual que foi o último congresso de ABRALIC, realizando em setembro último.

Privar a UERJ dos recursos que são indispensáveis para a execução desta dupla tarefa de ensino e de investigação de alto nível internacional é um ato insano e desastroso.

Levar a UERJ à ruína não só seria destruir uma das instituições mais importantes no mundo universitário e intelectual brasileiro, mas também prejudicará gravemente a reputação do Estado do Rio de Janeiro e do Brasil no exterior.

Muitos são os investigadores que, como eu, admiram o trabalho pedagógico e científico dos colegas do UERJ e colaboram com eles.

Todos estão escandalizados com a perspectiva de que este importante trabalho intelectual e social possa ser prejudicado ou, pior, destruído por decisões que tornem impossível o funcionamento normal da Universidade.

Professores e investigadores do mundo inteiro vem solicitando aos poderes públicos brasileiros, a começar por aqueles do Estado do Rio de Janeiro, que tenham consciência do desastre que significará a asfixia de UERJ e que, portanto, tomem, o mais cedo possível, as medidas indispensáveis para o evitar.

Com toda a minha solidariedade,
Roger Chartier
Professor Honorário no collège de France
Professor visitante da Universidade da Pensilvânia


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