No passo do caranguejo: a crise da Uerj é de todos nós
A crise da Uerj não é apenas mais um problema dentre uma série maior e indiscriminada. Ela traz sérias implicações para o ensino superior brasileiro, para o desenvolvimento do país e reflete uma concepção falaciosa sobre o ensino e a educação.
Para ler o texto de Lilia Schwarcz clique aqui
Leia a Carta de Roger Chartier em defesa da UERJ
Leia a Carta de Roger Chartier em defesa da UERJ
CARTA DE ROGER CHARTIER EM
DEFESA DA UERJ
(tradução Via Isabel Lustosa)
Caros colegas e estudantes da
UERJ,
Gostaria, através desta
carta, de manifestar a minha solidariedade a vocês neste momento difícil pelo
qual passa a vossa universidade.
Os cortes no orçamento que
atingem os salários dos professores e funcionários e impedem o funcionamento da
vossa instituição colocam em risco uma das universidades brasileiras mais
respeitadas internacionalmente.
Sou testemunha da grande
qualidade científica das investigações realizadas na UERJ onde dei, em várias
ocasiões, cursos e seminários, tendo participado do grande sucesso intelectual
que foi o último congresso de ABRALIC, realizando em setembro último.
Privar a UERJ dos recursos
que são indispensáveis para a execução desta dupla tarefa de ensino e de
investigação de alto nível internacional é um ato insano e desastroso.
Levar a UERJ à ruína não só
seria destruir uma das instituições mais importantes no mundo universitário e
intelectual brasileiro, mas também prejudicará gravemente a reputação do Estado
do Rio de Janeiro e do Brasil no exterior.
Muitos são os investigadores
que, como eu, admiram o trabalho pedagógico e científico dos colegas do UERJ e
colaboram com eles.
Todos estão escandalizados
com a perspectiva de que este importante trabalho intelectual e social possa
ser prejudicado ou, pior, destruído por decisões que tornem impossível o
funcionamento normal da Universidade.
Professores e investigadores
do mundo inteiro vem solicitando aos poderes públicos brasileiros, a começar
por aqueles do Estado do Rio de Janeiro, que tenham consciência do desastre que
significará a asfixia de UERJ e que, portanto, tomem, o mais cedo possível, as
medidas indispensáveis para o evitar.
Com toda a minha
solidariedade,
Roger Chartier
Professor Honorário no
collège de France
Professor visitante da
Universidade da Pensilvânia
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