quarta-feira, 3 de agosto de 2022

"Eu não sei ao certo..." - Jaime Sabines

 




Eu não sei ao certo...

 

 

 



Eu não sei ao certo, mas suponho


que uma mulher e um homem


um dia se amam,


vão ficando sozinhos pouco a pouco,


algo em seu coração lhes diz que estão sós,


sós sob a terra se penetram,


vão-se matando um ao outro.



 

Tudo se faz em silêncio. Como


a luz se faz dentro dos olhos.


O amor une corpos.


Em silêncio vão-se enchendo um ao outro.



 

Qualquer dia acordam sobre braços;


pensam então em tudo.


Veem-se nus e sabem tudo.



 

(Eu não sei ao certo. Suponho-o).

 

 

 



Jaime Sabines


(México, Tuxtla Gutiérrez 1926 – Cidade do México 1999)


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