segunda-feira, 19 de maio de 2014

Em Ruanda, o resgate de uma tradição guerreira a serviço do governo

Dança e poesia guerreiras, “vigília armada para o desenvolvimento”, salto em altura, luta, trabalhos comunitários, novos desafios econômicos... Em Ruanda, o governo de Paul Kagame escolheu fazer de uma instituição guerreira e educativa que existia antes da colonização europeia um dos principais vetores da reconstrução do país e da reconciliação entre seus habitantes. Seu nome? Itorero. Seus membros, os ntore(“escolhidos”, “eleitos”), chegam a centenas de milhares. Formados pelo regime da Frente Patriótica Ruandense (FPR), eles compõem as academias educativa, militar, política e econômica desse processo nacional. Entre 2009 e 2013, mais de 1 milhão de ruandenses (em uma população de 10,5 milhões em 2010) foram iniciados no itorero para ocupar postos no interior do país, mas também para enquadrar a diáspora.

As autoridades afirmam que se trata de reavivar a memória dos guerreiros defensores da pátria na época pré-colonial e lutar contra a ideologia que levou ao genocídio dos tútsis em 1994. Para Kigali, esta continua a ameaçar a integridade do território e da população.1 As célebres colinas ruandenses seriam diretamente afetadas, assim como as redes internacionais de refugiados e expatriados, suspeitos de cultivar as divisões sociopolíticas responsáveis pelos morticínios, sobretudo na República Democrática do Congo (RDC), onde Ruanda é acusada de ingerência.
Para ler o texto completo de Thomas Riot clique aqui

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