sexta-feira, 17 de maio de 2013

Não existe amor no Brasil Maior

Depois do estouro da crise do capitalismo global, em 2007-2008, a mobilização das redes sociais em torno da primeira eleição de Obama parecia ter constituído as bases para uma resposta política adequada. Agora sabemos que o mandato do primeiro presidente negro da maior potência mundial foi logo homologado nos tradicionais jogos e compromissos da representação. As redes sociais irromperam novamente na cena global com a insurreição da multidão na Tunísia e junto a ela o soviete da Praça Tahrir, no Egito. A Primavera Árabe também conheceu seu “termidor”. O islamismo conservador ganhou as eleições, e o Império impôs sua lógica de guerra: na Líbia, na Síria e no Mali. A insurgência das redes e das ruas atravessou o Mediterrâneo com o mesmo ímpeto de quando os mouros levaram para a Europa as inovações filosóficas e científicas que proporcionaram a revolução do Renascimento. Foi emblematicamente na Espanha que os protestos repetiram, amplificaram e desdobraram as lutas árabes em um sem número de acampamentos. Hoje, o 15M espanhol está vivo, mas, apesar de sua potência atravessar toda a sociedade, as políticas de austeridade continuam destruindo as bases biopolíticas da democracia. Nos Estados Unidos, o movimento Ocupar não conseguiu alcançar o nível de massificação e força necessário para colocar o “Yes, we can” no terreno da ação direta. À insurgência das redes e das ruas seguem-se as tentativas de inovar no próprio terreno da representação, com o lançamento de “novos” partidos: depois do Pirate Party (na Suécia e na Alemanha), segmentos do 15M lançaram o Partido do Futuro. Manuel Castells disse que o objetivo é construir uma democracia “sem intermediários.1 No Brasil também, a ex-senadora Marina Silva lançou o Partido-Rede. Mas é na Itália, com o M5s,2 que a inovação faz tremer as bases do sistema: “É a primeira vez”, diz o Nobel de Literatura Dario Fo, “que um partido sem recursos, autônomo, contra todos e esnobado por todos consegue chegar à frente nas eleições”. Tudo isso acontece num contexto de destruição geral do sistema de proteção social, aumento do desemprego e da pobreza, fechamentos em série de empresas e multiplicação dos suicídios de empreendedores falidos, trabalhadores desempregados e moradores despejados.
Para ler o texto completo de Giuseppe Cocco clique aqui

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