segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Viver entre os 1%, por Michael Moore

Quando se é de família de trabalhadores, todos cuidam de todos, e quando um se dá bem, ou outros vibram de orgulho – porque, de algum modo, um de nós derrotou o sistema brutal que comanda um jogo cujas regras são distorcidas contra nós.
Para ler o texto de Michael Moore cique aqui

sábado, 29 de outubro de 2011

Kluge enxerga um Marx esquecido

Separei este último final de semana para assistir em DVD a obra de Alexander Kluge (foto), que no Brasil tomou o nome de Noticias da Antiguidade Ideológica: Marx, Eisenstein e o Capital. Em mais de oito horas de duração, distribuídos em 3 DVDs , esta obra do genial diretor alemão, realizada em 2008, no auge da crise financeira mundial, nos faz mergulhar no universo criativo do diretor russo Serguei Eisenstein, do Encouraçado Potemkin, e nas ideias de um dos mais importantes pensadores da humanidade: Karl Marx, articulando-as com a realidade do mundo contemporâneo. Uma bela iniciativa da distribuidora Versátil, em parceria com o Instituto de Tecnologia Social (ITS), o Goethe-Institut São Paulo e o SESC. Obra original, um documentário com expressivas inovações estéticas, que merece ser vista e comentada.
Para ler o artigo completo de Arlindenor Pedro clique aqui

Dois e dois: quatro - Ferreira Gullar


Como dois e dois são quatro

Sei que a vida vale a pena

embora o pão seja caro

e a liberdade pequena

Como os teus olhos são claros

e a tua pele morena

Como é azul o oceano

e a lagoa, serena

como um tempo de alegria

por trás do terror me acena

e a noite carrega o dia

no seu colo de açucena

- sei que dois e dois são quatro

sei que a vida vale a pena

mesmo que o pão seja caro

e a liberdade pequena.

Contra o capitalismo, Bauman convoca à imaginação

As notícias sobre a morte do capitalismo são, parafraseando Mark Twain1, um pouco exageradas. A capacidade surpreendente de ressurreição e regeneração é inerente ao capitalismo. Uma capacidade parecida com a dos parasitas – organismos que se alimentam de outros organismos, estando agregados a outras espécies. Depois de exaurir completa ou quase completamente um organismo hospedeiro, o parasita normalmente procura outro, que o nutra por mais algum tempo.
Para ler o artigo completo de Zygmunt Bauman clique aqui

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Occupy Wall Street: quatro etapas e um desafio

O movimento Occupy Wall Street – por enquanto, é um movimento – é o acontecimento político mais importante nos Estados Unidos desde as rebeliões de 1968, das quais é descendente ou continuação direta.
Por que começou nos Estados Unidos em dado momento – e não três dias, três meses, três anos antes ou depois –, jamais saberemos ao certo. As condições estavam dadas: crescimento agudo do desastre econômico, não só para os realmente acometidos pela pobreza mas também para um segmento cada vez mais vasto dos trabalhadores pobres; incríveis exageros (exploração, ganância) do 1% mais rico da população americana (“Wall Street”); o exemplo de iradas rebeliões ao redor do mundo (a “Primavera Árabe”, os indignados espanhóis, os estudantes chilenos, os sindicatos de Wisconsin e mais uma longa lista). Não importa tanto qual fagulha acendeu a fogueira. Ela foi acesa.
Para ler o artigo completo de Immanuel Wallerstein, clique aqui

Memória e esquecimento face à reorganização da estrutura da temporalidade

Nos últimos 10 ou 15 anos, presenciamos um boom do discurso da memória. Por mais paradoxal que possa parecer, mesmo o novo está, cada vez mais, associado ao passado. Nossa cultura não é, entretanto, apenas mnemônica; é também inerentemente amnésica. A mídia, com suas intrincadas redes de informação e seus acelerados ritmos de transformação tecnológica, induz cada vez mais ao enfraquecimento da consciência histórica. Neste quadro, como pensar a memória e o esquecimento juntos?
Debruçado sobre seus projetos, o ser humano destrói, transforma, reinterpreta as imagens e as palavras daquilo que se torna, através desta atividade, o passado. A subjetividade da memória, seu ponto essencial e vital, consiste precisamente em rejeitar a pista ou o armazenamento no passado a fim de inaugurar um novo tempo. Para ler o artigo completo de José de Sousa Miguel Lopes clique aqui

Applemania, lado B

Quando Steve Jobs morreu de câncer pancreático no último dia 5 de outubro, o presidente dos Estados Unidos lamentou a perda recordando os atributos pessoais e profissionais daquele que, disse, foi um dos maiores inovadores americanos. “Era valente o suficiente para pensar diferente, audacioso o suficiente para acreditar que poderia mudar o mundo e talentoso o suficiente para fazer isso.” Barack Obama lembrou ainda que Steve Jobs “transformou nossas vidas, redefiniu indústrias inteiras e alcançou uma das mais raras façanhas da história humana: mudou a forma como cada um de nós enxerga o mundo”.
Com diferentes matizes, declarações semelhantes reproduziram-se pelo mundo conforme a notícia sobre o falecimento do fundador da Apple ganhava audiência. Personalidades e anônimos da imprensa, da tecnologia e do design homenagearam o gênio criativo de Steve Jobs com os elogios de revolucionário, inovador, visionário — e daí pra cima. As revistas de maior circulação e prestígio estamparam capas com Steve e dedicaram longas reportagens ao seu legado. Pontes, ruas e estradas foram batizadas com seu nome. Fui ao hospital logo depois da tragédia e, pelos corredores, o corpo médico não falava em outra coisa.
Nas Apple Stores, lojas exclusivas da empresa, fãs colocaram flores, bilhetinhos e maçãs para demonstrar seu carinho ao inventor do iPod, iPhone e iPad. Bordões digitais, como Thank You Steve (Obrigado, Steve), RIP Steve (Descanse em Paz, Steve) e iSad (Eu, Triste), percorreram Twitter e Facebook. O saite da Apple, claro, rendeu as devidas homenagens a seu mentor. E, para coroar as celebrações internéticas, um grupo de admiradores criou, no 14 de outubro, o Steve Jobs Day, um dia inteiramente dedicado a celebrar sua vida e obra — e agradecê-lo pelo que fez. Na página, fotos de gente dos quatro cantos do mundo imitando as poses históricas do empresário.
Como a imensa maioria da população mundial, nunca tive nenhum produto da Apple — o que, para mim, não é motivo nem de vergonha nem de orgulho. Talvez por isso tive dificuldades para entender o porquê de tantas e tão sentimentais homenagens. Idolatria barata? Falta do que fazer? Afetação? Reconhecimento merecido? Existia alguma coisa aí cuja compreensão me escapava. Então, resolvi amolar pessoas próximas que possuem pelo menos uma das pequenas maravilhas tecnológicas da Apple e bombardeá-las de perguntas. Para ler o artigo completo de Tadeu Breda clique aqui

Quando Caco Barcelos enfrentou Eliane Cantanhede

Em trecho ocultado pela Globo News, jornalista questiona o denuncismo da imprensa, ligeireza e a falta de escrúpulos em se destruir a honra alheia
Trecho censurado do programa da Globo News “Em Pauta”, disponibilizado por @amanditas1904 no You Tube, causou um alvoroço nas redes sociais no último final de semana.
No segmento – que não foi ao ar nas reprises do programa no canal a cabo -, o jornalista Caco Barcelos, instado a responder a uma pergunta da colunista Eliane Cantanhêde, questiona o denuncismo da imprensa, criticando o que chamou de “jornalismo declaratório” – a ligeireza e a falta de escrúpulos em se destruir a honra alheia baseadas, muitas vezes, tão-somente na declaração de um acusador, sem aprofundar investigações, inclusive em relação à qualificação do denunciante (veja aqui). Qualquer coincidência com o que ora vemos não é mera coincidência.
Para ler o artigo completo de Maurício Caleiro clique aqui

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Matemáticos revelam rede capitalista que domina o mundo

Conforme os protestos contra o capitalismo se espalham pelo mundo, os manifestantes vão ganhando novos argumentos.
Uma análise das relações entre 43.000 empresas transnacionais concluiu que um pequeno número delas - sobretudo bancos - tem um poder desproporcionalmente elevado sobre a economia global.
A conclusão é de três pesquisadores da área de sistemas complexos do Instituto Federal de Tecnologia de Lausanne, na Suíça.
Este é o primeiro estudo que vai além das ideologias e identifica empiricamente essa rede de poder global.
"A realidade é complexa demais, nós temos que ir além dos dogmas, sejam eles das teorias da conspiração ou do livre mercado," afirmou James Glattfelder, um dos autores do trabalho. "Nossa análise é baseada na realidade."
Para ler o artigo completo pulicado pela Da New Scientist - 22/10/2011, clique aqui

Memória do esquecimento: a invisibilidade da História negra no Rio de Janeiro

O antropólogo André Cicalo, investigador da Universidade Livre de Berlim, mostra no documentário “Memórias do Esquecimento” uma verdade paradoxal: o Rio de Janeiro, cidade que foi o maior porto negreiro do mundo até parte do século XIX, não apresenta atualmente traços significativos do seu passado escravo. Empurrada para a periferia, a população pobre afro-brasileira é comodamente silenciada em nome de uma “democracia racial” que enaltece o mito de uma mestiçagem supostamente conseguida no Brasil. O antigo lugar das fossas comuns dos escravos mortos antes da venda (o Cemitério dos Pretos Novos) na região portuária está totalmente coberto de casas e é fortemente ignorado pelo Estado, que tem escasso interesse em resgatar a história escrava da região.
Para ver o artigo completo de André Cicalo, bem como o documentário, de cerca de 30', clique aqui...

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Crise do capitalismo provoca retorno às fontes da democracia

Autor do livro "Democracia contra capitalismo", entre outros, o economista francês Thomas Coutrot resgata, em entrevista à Carta Maior, um fato central na emergência desta revolta globalizada: ante o esgotamento do modelo capitalista e neoliberal e o descrédito dos dirigentes políticos, os povos saem à rua e encarnam uma espécie de retorno à raiz da democracia. "A novidade está precisamente na crítica radical da representação política", defende. Para ler a entrevista completa a Thomas Coutrot clique aqui...

domingo, 23 de outubro de 2011

O leitor, onde está o leitor?

Interior da biblioteca recém inaugurada no bairro de Manguinhos, no Rio de Janeiro, que faz parte do pacote de obras do PAC na região. Foto: Vania Laranjeira

Os editores brasileiros revelam que estão publicando livros “demais”. Isto é uma verdade ou um mal-entendido? Luiz Schwarcz, da Companhia das Letras disse a este caderno que publica 280 títulos por ano e que “não dá para crescer mais com obras de mercado, até porque o mercado está muito competitivo. (…). Há editoras que hoje não conseguem entrar em redes de livrarias com um exemplar de algum título. Há uma superprodução. De livros, escritores, editores, um número de editoras grande surgindo”.
Sergio Machado, do Grupo Editorial Record, informou, também aqui, que em 2010 o Brasil editou 55 mil títulos, numa média de 210 obras por dia. Só a própria editora Record, comentou, coloca no mercado 80 títulos por mês. Seu proprietário revelou que tem 2 milhões de livros em galpões que lhe custam uma despesa alta.
Eis uma crise paradoxal. De excesso e de carência. Excesso de livros ou carência de leitores? Assim como um copo com metade de água pode ser visto como um espaço metade cheio ou metade vazio, permitam-me examinar a questão por outro ângulo, fazendo uma correção: o Brasil não produz livros “demais”, o Brasil produz leitores de menos. Há que “produzir” o leitor. E não estou falando de alfabetização. Essa cadeia do livro não existe sem o destinatário: o leitor. Não há excesso de livros, há falta de bibliotecas, de livrarias e de leitores. Há, por outro lado, centenas de iniciativas governamentais e particulares tentando corrigir isto. Todos, não só os editores, temos que modificar o conceito de livro, livraria, biblioteca, leitor e leitura, pois na verdade todo esse sistema em torno do livro está em crise (ou “metamorphose”).
Mas que crise é essa? Vejamos o artigo completo de Affonso Romano de Sant’Anna aqui...

sábado, 22 de outubro de 2011

Malícia: casamento entre humor e o amor – Fabrício Carpinejar


O novo homem: passeia por cada cômodo, brinca com as diferenças entre ele e sua mulher e destrói condicionamentos do sexo e do amor. Até que ponto o humor pode ser uma estratégia inovadora para a construção dos novos papéis masculinos no interior das famílias contemporâneas? Veja a fala de Fabrício Carpinejar no vídeo aqui...

Criança: história para ser lembrada


As crianças brasileiras estão em toda parte. Nas ruas, à saída das escolas, nas praças, nas praias. Sabemos que seu destino é variado. Há aquelas que estudam, as que trabalham, as que fumam crack, as que brincam, as que roubam. Há aquelas que são amadas e outras, simplesmente usadas. Seus rostinhos mulatos, brancos, negros, mestiços enfim, desfilam na televisão, nos anúncios da mídia, nos rótulos dos mais variados gêneros de consumo. Não é a toa que o comércio e a indústria de produtos infantis vêm aumentando progressivamente sua participação na economia, assim como a educação e o combate a mortalidade infantil são permanentes temas da política. O bem estar e o aprimoramento das relações pais & filhos tornaram-se assunto constante de psicólogos, sociólogos, psicanalistas, enfim, de especialistas que querem trazer uma contribuição para a melhor inserção da criança na sociedade. Para ler o artigo completo de Mary Del Priori clique aqui...

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

"A maior riqueza do homem" - Manoel de Barros


A maior riqueza do homem

é a sua incompletude.

Nesse ponto sou abastado.

Palavras que me aceitam como sou - eu não aceito.

Não aguento ser apenas um sujeito que abre portas,

que puxa válvulas, que olha o relógio,

que compra pão às 6 horas da tarde,

que vai lá fora, que aponta lápis,

que vê a uva etc. etc.

Perdoai

Mas eu preciso ser Outros.

Eu penso renovar o homem usando borboletas.

Das emoções a um novo movimento

Zigmunt Bauman, o filósofo e sociólogo polonês famoso por seu conceito de modernidade líquida – fértil a ponto de ser aplicado ao amor (líquido), arte (líquida), medo (líquido), tempo (líquido) e a quase qualquer coisa – publica, em espanhol, o ensaio 44 Cartas desde el mundo líquido. Além disso, o autor, que recebeu o prêmio Príncipe de Astúrias de Comunicação e Humanidades 2010, esteve em Madri para fazer conferência sob o título: A Solidariedade tem futuro? No sábado à tarde, à mesma hora da manifestação internacional dos indignados, conversamos em um hotel, a menos de 100 metros da Praça Atocha, onde, entre a multidão, não havia espaço para um alfinete. Leia a sua entrevista aqui...

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Fronteiras do Pensamento 2011 – As transformações do mundo contemporâneo – Luc Ferry


Luc Ferry - Filósofo francês, notável defensor do Humanismo Secular, filosofia baseada na razão, na ética e na justiça. Ferry é professor de Filosofia nas universidades francesas de Lyon II, de Caen e de Paris VII e também um dos fundadores do Collège de Philosophie. Reconhecido por sua didática em ensinar filosofia, suas obras combinam formação acadêmica sólida com um texto leve e bem-humorado. O best-seller Aprender a viver, lançado em 2006, vendeu 700 mil exemplares. Como ministro da Educação da França de 2002 a 2004, foi o mentor da polêmica lei que baniu o uso de véu pelas estudantes muçulmanas nas escolas públicas francesas. A conferência de Ferry sobre As transformações do mundo contemporâneo teve mediação do psiquiatra e psicanalista Jorge Forbes e pode ser vista no vídeo aqui...


A literacia face a uma nova ecologia cognitiva?

A influência do impresso é ainda tão forte que a maioria das metáforas usadas para descrever o novo suporte usam terminologia e imagem advindas deste momento tecnológico anterior. Semelhante ao que aconteceu com relação à imprensa, são as novas gerações que conseguirão fazer um uso prático da tecnologia de modo verdadeiramente original?
Para ler o artigo completo de José de Sousa Miguel Lopes, aqui...

domingo, 16 de outubro de 2011

O tempo em que podemos mudar o mundo

A entrevista durou pouco mais de onze minutos, mas alimentará horas de debates em todo o mundo e certamente ajudará a enxergar melhor o período tormentoso que vivemos. Aos 81 anos, o sociólogo estadunidense Immanuel Wallerstein, acredita que o capitalismo chegou ao fim da linha: já não pode mais sobreviver como sistema. Mas – e aqui começam as provocações – o que surgirá em seu lugar pode ser melhor (mais igualitário e democrático) ou pior (mais polarizado e explorador) do que temos hoje em dia.
Estamos, pensa este professor da Universidade de Yale e personagem assíduo dos Fóruns Sociais Mundiais, em meio a uma bifurcação, um momento histórico único nos últimos 500 anos. Ao contrário do que pensava Karl Marx, o sistema não sucumbirá num ato heróico. Desabará sobre suas próprias contradições. Mas atenção: diferente de certos críticos do filósofo alemão, Wallerstein não está sugerindo que as ações humanas são irrelevantes.
Ao contrário: para ele, vivemos o momento preciso em que as ações coletivas, e mesmo individuais, podem causar impactos decisivos sobre o destino comum da humanidade e do planeta. Ou seja, nossas escolhas realmente importam. “Quando o sistema está estável, é relativamente determinista. Mas, quando passa por crise estrutural, o livre-arbítrio torna-se importante.”
É no emblemático 1968, referência e inspiração de tantas iniciativas contemporâneas, que Wallerstein situa o início da bifurcação. Lá teria se quebrado “a ilusão liberal que governava o sistema-mundo”. Abertura de um período em que o sistema hegemônico começa a declinar e o futuro abre-se a rumos muito distintos, as revoltas daquele ano seriam, na opinião do sociólogo, o fato mais potente do século passado – superiores, por exemplo, à revolução soviética de 1917 ou a 1945, quando os EUA emergiram com grande poder mundial.
As declarações foram colhidas no dia 4 de outubro pela jornalista Sophie Shevardnadze, que conduz o programa Interview na emissora de televisão russa RT. A transcrição e a tradução para o português são iniciativas de Outras Palavras. Para ler a entrevista clique aqui...

Licínio de Azevedo: Crónicas de Moçambique

Licínio de Azevedo, jornalista brasileiro, chegou a Moçambique em 1977 e tornou-se hoje no cineasta que, através dos seus filmes, conseguiu recolher o mais importante testemunho da História e da identidade de Moçambique. Dos anos de utopia revolucionária, aos trágicos momentos da guerra, Licínio acompanhou tudo, fugindo aos cânones do cinema/propaganda, e criou crónicas do real; a luta do homem pela sobrevivência, os seus dramas pessoais e familiares.
Algo em que as pessoas se reviam e se reconheciam num momento de grande agitação revolucionária e onde convergiam para este país recém-independente muitos intelectuais e artistas vindos de todo o mundo que queriam testemunhar o nascimento uma nova sociedade “perfeita”. Mas o que se passou a seguir não foi o sonho esperado… A guerra começa, os intelectuais partem...
Para ler o artigo completo de Margarida Cardoso clique aqui...

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Chico Buarque na Rolling Stone Brasil

Chico falou ao editor Paulo Terron sobre como se divide entre a música e a literatura, política e sobre como lida com a fama e com a era dos paparazzi. “Acho chata essa fiscalização moralista da vida dos outros. Vou deixar de ir à praia, mas outras coisas eu não vou deixar. O meu vinho vou tomar, meu cigarro vou fumar”, diz o ídolo.
Ele também conta que é mais difícil viabilizar turnês pelo fato de não se utilizar da Lei Rouanet – e também afirma se manter distante de certos assuntos por ter uma irmã, Ana de Hollanda, como ministra. “Até fico fora do assunto de direito autoral para não parecer que eu tenho alguma coisa a ver com isso. Para mim é um incômodo ter uma irmã no Ministério da Cultura.”
Para ler algumas das respostas de Chico Buarque que estão na edição da Rolling Stone Brasil clique aqui

Uma leitura de "O quase fim do mundo", de Pepetela


O romance O quase fim do mundo, de Pepetela, pode ser lido, a nosso ver, a partir da catástrofe nele presente, a saber, a utilização de uma arma de destruição em massa que elimina da Terra quase todos os seres humanos e outras espécies animais. A partir dessa hecatombe, inaugura-se então uma nova era, com condições e modos de vida diferentes dos atuais, o que permitiria o surgimento de uma sociedade comunista. No entanto, esta não é completamente realizada – se possui indícios positivos, como a igualdade social, também apresenta elementos contrários, como preconceitos étnicos e um provável retorno das classes sociais. Assim, a obra em questão, acreditamos, permite ser vista como a instauração de uma utopia, mas que, desde o princípio, está fadada à sua negação. Para continuar a ler o texto de Kelly Mendes Lima clique aqui...

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

O maior massacre da história da humanidade


 
12 de outubro marca o início dos maiores massacres da história da humanidade. A chegada dos colonizadores, invadindo e ocupando o nosso continente – até aí chamado Aby ayala pelas populações indígenas -, representava a chegada do capitalismo, com o despojo das riquezas naturais dos nossos países, da destruição das populações indígenas e a introdução da pior das selvagerias: a escravidão. Chegaram com a espada e a cruz, para dominar e oprimir, para impor seu poder militar e tentar impor sua religião. Para ler o artigo completo de Emir Sader clique aqui...aqui,,,

A globalização é uma uma nova forma de colonização - Entrevista com Marc Augè

Autor de estudos sobre o modo como as percepções de tempo e espaço se alteraram no mundo contemporâneo, o antropólogo francês Marc Augé reflete sobre essas mudanças em uma entrevista especial. "A distância entre ricos e pobres é cada vez mais importante, e a mesma coisa ocorre com o acesso ao conhecimento e à ciência. Eu diria que a globalização não difere muito da colonização. Vivemos um tipo de colonização anônima ou multinacional. A globalização nos emparelhou" afirma ele nesta entrevista concedida a Eduardo Febbro, que pode ser lida aqui...

terça-feira, 11 de outubro de 2011

TINTIM: A reportagem do racismo

Tintim está na mídia. Mas não pelo filme que virá dirigido por Steven Spielberg. Um dos álbuns – Tintin au Congo – de autoria de Hergé está no banco dos réus. O herói nacional enfrenta o julgamento no país que o criou, a Bélgica. E o poder para tamanho questionamento vem de Bienvenu Mbutu Mondondo. Nascido em 1968, o autor do processo foi uma criança que leu a obra no Congo, o país colonizado pelos belgas e retratado nessa história.
A circunstância interessa à sociedade brasileira que acabou de refletir acerca de um caso bastante semelhante envolvendo obra juvenil de autor ícone e educação antiracista. Embora poucas matérias por aqui arrisquem opiniões, silêncio este que não significa neutralidade. E, antes que estas sobreponham ao episódio, o estilo do autor, as linhas do brilhante desenhista, ou transformem o africano proponente da ação num imbecil a ser zombado por sua atitude de se indignar sob a alegação do saco cheio pelo politicamente correto e até retomar o direito à liberdade de expressão versus a censura, vale sairmos do ralo.
As imagens de África que circularam para leitores juvenis d´outros tempos fizeram parte de uma rede simbólica a atingir diretamente a percepção não apenas da vida africana de outrora. Muitas delas permanecem ativadas no histórico das identidades espelhadas nessa descendência. Embora expressões artísticas do passado, o texto escrito ou ilustrado foi difusor de argumentos culturais e fonte de crenças e a elas valorizações e desvalorizações que ainda repercutem como camadas assentadas para o imaginário coletivo. Para ler o artigo completo de Heloisa Pires de Lima clique aqui...

Discurso etnográfico e representação na ficção africana de língua portuguesa: notas sobre a recepção crítica de Mia Couto e o projeto literário de Ruy Duarte de Carvalho

O presente trabalho investiga as noções de representação implicadas no uso de materiais etnográficos para estudo das literaturas africanas de língua portuguesa. Discute,inicialmente, como essas literaturas têm, desde suas primeiras manifestações, se aproximado da antropologia, propondo-se como retrato de sociedades não-ocidentais. Analisa, em seguida, como esta expectativa de retrato se insinua na recepção crítica de um romance contemporâneo, Terra Sonâmbula (1992), do moçambicano Mia Couto. Propõe, então, por meio da análise do romance Os papéis do inglês (2000), que o projeto literário do escritor angolano Ruy Duarte de Carvalho resiste a este tipo de expectativa, problematizando-a. Para ler o artigo completo de Anita Moraes clique aqui...

Cidades contemporâneas: espaços de segregação ou de trocas interculturais?


A chegada de migrantes às cidades, vindos de várias partes do mesmo país e de outras sociedades, coloca pela primeira vez em contacto numa escala jamais ocorrida antes na história da humanidade, diversos universos culturais.
Após a 2a Guerra Mundial, o mundo conheceu uma urbanização extremamente rápida, que se traduziu pelo surgimento de enormes cidades, algumas delas verdadeiras megalópoles com mais de dez milhões de habitantes. O crescimento rápido destas grandes cidades coloca sérios problemas à organização dos serviços urbanos essenciais, tais como moradia, fornecimento de água, pobreza e manutenção da ordem pública. Ao lado dos aspectos socioeconômicos, vem assumindo um papel cada vez mais importante a dimensão cultural, através da qual se exprime a experiência da vida urbana. Pra continuar a ler o artigo de José de Sousa Miguel Lopes clique aqui...

domingo, 9 de outubro de 2011

A contração do tempo e o espaço do espetáculo – Marilena Chauí

A palestra propõe uma reflexão sobre as mutações contemporâneas das concepções de espaço e de tempo, no momento em que as categorias clássicas da sociabilidade, como esfera pública, direitos, sujeito, responsabilidade, se desfazem. Como o especialista pouco a pouco foi substituindo o intelectual, aquele que era o mestre da verdade e do saber ético? Ora, as atuais inovações tecnológicas e científicas ocorreram na ausência de pensamento crítico e no eclipsamento do papel filosófico e existencial do conhecimento. Assim, na cultura do virtual, o princípio de realidade vacila, as noções de espaço e de tempo se contraem produzindo uma forma de proximidade fundada na distância e na ausência, em que se gesta o evitamento, o horror do contato. Surge então a cultura do ressentimento. Nela, ser é ser percebido; como se reconhece nos assassinatos em série e suicídios ostentados em rede, no culto a esportes radicais e no corpo performático, na universalização do uso das drogas e demais experiências do excesso. Trata-se, portanto, no encontro, de compreender a tendência ao desaparecimento do simbólico em suas relações com os mecanismos do (des)recalque generalizado e suas implicações para a vida coletiva. Assista à Conferência de Marilena Chauí, mediada pela filósofa Olgária Matos, bem como ao debate que se seguiu, clicando aqui...

sábado, 8 de outubro de 2011

Cinema e educação para além do arco-íris


Há cinco anos, a professora Monica Fantin defendia sua tese de doutorado, fruto de um árduo trabalho de quatro anos de pesquisas e trocas intensas com crianças do Brasil e da Itália sobre a magia do cinema. De lá para cá, a professora do Departamento de Metodologia do Ensino e do programa de pós-graduação em educação da Universidade Federal de Santa Catarina intensificou seus estudos na relação mídia e educação.
No final do ano passado, resolveu voltar aos seus escritos e publicar um livro relatando sua experiência do doutorado. “É um encontro entre crianças, cinema e educação que se abriu para outros universos: infância, mídia e cidadania; políticas de educação para as mídias; cinema como experiência escolar; cultura midiática e produção cultural”, destaca.



No lançamento do livro Crianças, cinema e educação além do arco-íris (Editora Annablume), durante evento da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (Socine), realizado no campus da Praia Vermelha da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a revistapontocom conversou com a professora.
Acompanhe a entrevisa concedida a Marcus Tavares aqui...

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

O aumento dos motins: um fenômeno mundial

De Londres a Sidi Bouzid, na Tunísia, de Santiago do Chile a Villiers-le-Bel, os motins tornaram-se um fenômeno global. Em 2011, registaram-se mais de três por dia. A entrevista a Alain Bertho, professor de antropologia da Universidade de Paris, realizada por Ivan du Roy, pode ser lida aqui...

terça-feira, 4 de outubro de 2011

A América cruel

Tem havido muitos sinais, recentemente, de que os EUA estão mergulhando fundo num padrão de crueldade. É difícil dizer por que uma coisa dessas está ocorrendo, mas parece que isso tem a ver com uma fé crescente na força como a solução de quase todos os problemas, seja em casa ou fora. O entusiasmo por matar é um sintoma inequívoco de crueldade. Isso é especialmente perturbador quando não são apenas os quadros do governo, mas pessoas comuns que se engajam nessas efusões. O artigo é de Jonathan Schell pode ser lido integralmente aqui...

domingo, 2 de outubro de 2011

O futuro dos livros didáticos

Quando se pergunta sobre o futuro dos livros, normalmente se ouve previsões fatalistas do tipo “o impresso morrerá até o ano que vem”.
Aqui no Clube, temos a oportunidade de acompanhar de perto o comportamento do leitor brasileiro – que é bem mais “conservador”, por assim dizer, do que o americano – com relação à sua preferência. E, do montante total de livros, o fato é que apenas 6% dos vendidos são ebooks – enquanto a quantidade de impressos vem subindo de maneira considerável. Para falar a verdade, em todo o mundo, a quantidade de livros impressos sob demanda cresce a um ritmo substancialmente maior do que a de ebooks (algo que chega a ser chocante).
Olhar para esses dados e deduzir então que o impresso será sempre dominante também não nos parece ser a melhor maneira de “prever o futuro”. 
Para continuar ler este texto do Clube do Livro clique aqui...

MANIFESTO ECOSSOCIALISTA INTERNACIONAL

Na nossa visão, as crises ecológicas e o colapso social estão profundamente relacionados e deveriam ser vistos como manifestações diferentes das mesmas forças estruturais. As primeiras derivam, de uma maneira geral, da industrialização massiva, que ultrapassou a capacidade da Terra absorver e conter a instabilidade ecológica. O segundo deriva da forma de imperialismo conhecida como globalização, com seus efeitos desintegradores sobre as sociedades que se colocam em seu caminho. Ainda, essas forças subjacentes são essencialmente diferentes aspectos do mesmo movimento, devendo ser identificadas como a dinâmica central que move o todo: a expansão do sistema capitalista mundial. 
Para ler o texto completo do Grupo Currupião (Educação Ambiental) clique aqui...

sábado, 1 de outubro de 2011

"Palavras" - Nuno Júdice


Pousei os livros na mesa para
ver o que os livros dizem; e
abri-os, como se abre a melancia, para
provar o que vem lá dentro,
com o sumo a escorrer por entre
sílabas e versos.


Mas o que me ficou nas mãos
foi a palavra única, a que juntei
o amarelo do limão
e a transparência da água; e espalhei
essa palavra no campo, para
que outras palavras nascessem
da sua música.


Na primavera, entrarei
nesse campo como se entra
num livro, descansando à sombra
das palavras que semeei.

Nuno Júdice

"África" - Salif Keita



Salif Keita nascido a 25 de Agosto de 1949 é um músico e cantor de Mali. Ele é único, não só devido a sua reputação de A voz dourada de África como também pelo facto de ser albino e um descendente directo do fundador do Império Mali, Sundiata Keita. Esta herança significa que Salif Keita nunca deveria ser um cantor, que é uma função desempenhada por Griots. A sua música é uma mistura de estilos de música tradicional da África Ocidental, Europa e América e no entanto mantendo estilo de música Islâmica. Entre os instrumentos musicais mais utilizados por Salif Keita incluem-se balafons, Djembês, guitarras, koras, órgãos, saxofones, e sintetizadores. Veja no vídeo aqui sua interpretação de "África"



RETOCANDO QUADROS DE SOMBRAS E PROMESSAS DE LUZ NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES


Os educadores estão divididos e inseguros na interpretação de sua tarefa o que permite afirmar que a formação docente está em debate. Mas de que modo a crise mais geral no campo das ciências humanas e sociais se reflete no plano da educação e, especificamente, na formação de professores? É essa crise, em alguns dos seus contornos e possíveis caminhos de sua superação que, numa aproximação inicial, Inês Assunção de Castro Teixeira e José de Sousa Miguel Lopes se  propõem discutir nesse trabalho. Para ler o texto completo clique aqui...

Como criticar a burguesia?

No recente encontro nacional de pesquisadores de cinema, o SOCINE, os polêmicos filmes brasileiros Um Lugar ao Sol e Pacific foram intensamente debatidos e comparados. O contexto de ambos é semelhante: são duas produções pernambucanas de 2009, dois documentários que decidem analisar as classes mais altas do Brasil por símbolos de consumo – o fato de se morar na cobertura de um prédio para o primeiro, a viagem num cruzeiro luxuoso para o segundo.
Mas as coincidências param por aí. Embora o objeto seja semelhante em termos sociais, a metodologia e a maneira de abordá-lo é radicalmente diferente, ou mesmo oposta – razão da discórdia expressa durante o congresso da SOCINE mencionado acima. Um Lugar ao Sol é um filme feito com uma ideia preconcebida, e vai buscá-la nas imagens, nos testemunhos e principalmente na montagem. Já Pacific é um filme de montagem, um filme que se apropria de imagens prontas e não concebidas para serem vistas no cinema e transforma-as numa obra coerente. 
Para ler o texto completo de Bruno Carmelo clique aqui...

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