quarta-feira, 17 de abril de 2024

"The Punishing Kiss" - Manuel de Freitas


 


The Punishing Kiss




Ainda tenho nas mãos a lanterna


de Diógenes, a mesma que me


levou da Sé Velha até ninguém.



Beijaram-se muito, naquela escura taberna.


Eram novos, eram talvez de outra


cidade. Mas acreditavam excessivamente


na colisão do afeto — e por pouco


os não apedrejaram, alegando por exemplo


que é proibido o amor a quem manifeste


sintomas inequívocos de estar apaixonado.


Este país, de fato, é um cemitério sem saída.



Sentado ao seu lado, preferi a cobardia


e o silêncio. Há versos — já pensaram nisso? —


que podem demorar quase tanto como a morte.



Manuel de Freitas




Para ter acesso ao mais recente livro de poesia "Nas sílabas do vento" do autor do blog clique aqui


O lulismo em seu labirinto conciliatório




André Singer diz que o lulismo encarna um reformismo progressista fraco, de caráter conciliatório. Seus limites políticos são bem conhecidos. Para ler o texto de Rodrigo Medeiros e Luiz H. Faria clique aqui


Antonio Martins - Orçamento-2025: onde está o "rombo"?


Alexandre Costa Barbosa - IA: a urgência das Infraestruturas Públicas Digitais


Cintia Alves: Sergio Moro criou processo secreto para movimentar dinheiro da Lava Jato sem prestar contas a ninguém


Luís Nassif: Guerra ao tráfico custa morte e R$ 50 bilhões anuais


Edison Veiga: Desigualdade no Brasil prejudica também quem não é pobre


Controle social (con)trolado


Bianca Pyl: Entregadores de app passam fome, sede e enfrentam jornadas de até 80 horas semanais, mostra pesquisa


Rubens Carvalho: A destruição das florestas não se deve apenas ao que comemos, mas também ao que vestimos


Guilherme Arruda - Saúde Digital: ameaça imperial ou promessa de soberania?


Elide Rugai Bastos: Como Florestan depenou o mito da democracia racial


Nancy Fraser: Alemanha me censurou por apoiar a Palestina

 




A Universidade de Colônia cancelou o convite à filósofa Nancy Fraser como professora visitante após tomar conhecimento de que ela havia assinado uma carta em favor da Palestina. Em sua primeira entrevista após a censura, Fraser afirma que não permitirá que a Alemanha a impeça de defender o povo palestino contra as atrocidades de Israel. Para ler sua entrevista clique aqui


Chefe de inteligência doméstica alemã defende seus esforços para policiar os "padrões de pensamento e fala" dos cidadãos, descrevendo a nova delito de "deslegitimação sistemática da conduta do Estado"


Ellen Cantarow: O Genocídio de Israel


Ben Burgis: O direito ao retorno do povo palestino é uma questão de justiça histórica


'Mosab Shawer - Mamãe, estamos morrendo': só conseguimos ouvir seus filhos em Gaza em seus últimos dias


Viktor Mikhin - Médio Oriente: O ataque militar do Irão acabou, o que vem a seguir?


Dmitry Orlov: Os israelenses estão se comportando de forma inteligente?


José Catarino Soares: A única questão importante da guerra na Ucrânia que continua em aberto


Aleena Im: Por que a Ucrânia entrar na OTAN é uma má ideia


'John T. Psaropoulos - Brincando com fogo': a frustração da Ucrânia cresce com os legisladores dos EUA e da Europa


Winslow Myers: Além da autoextinção


Hugo Albuquerque: O enigma da Alemanha


Whitney: Guerra e pilhagem no leste do Congo


Leif Weatherby: A diabólica língua do Silício


Katya Schwenk: A Suprema Corte dos EUA pode acabar criando outra crise financeira de 2008


HAEVN: "Where the Heart is"

 


Para assistir à interpretação de "Where the Heart is" pelos HAEVN clique no vídeo aqui

Navegando pelo cinema





 "Dias perfeitos"




Ainda sob os efeitos do belo filme de Wim Wenders, as impressões vão se desdobrando, as associações acontecendo. O paradoxo que se apresenta já na saída. A vida de Harayama, o faxineiro dos banheiros públicos de Tóquio, vida repetitiva, trabalho constante de limpeza dos restos, do lixo e do nojo (nosso, não dele) em limpar o tempo todo o banheiro dos outros, justo o banheiro público que no mais das vezes é um lugar atirado, coisa pelo chão, restos das ressacas e da falta de papel, do molhado na frente dos vasos, dos entupimentos, e tudo o mais. Ao mesmo tempo a experiência do viver, da poesia, da lírica nos gestos, nas expressões, na canção desde "The house of the rising sun" até o calor da voz de Nina Simone em "Feeling good". Tocar na beleza da vida, fazer esse reconhecimento, mesmo que fugaz. É o paradoxal que faz o enigma e a chegada ao espectador: algo se transmite do ato criador quando estamos diante da arte. Arte na vida. Para ler o texto de Lucia Serrano Pereira clique aqui







 Banquete diletante




Diante das notícias sobre a fome em Gaza, achei difícil me sintonizar com "O Sabor da Vida" ("La Passion de Dodin Bouffant"). Filme puramente diletante, sem a mais vaga conotação social, pretende narrar a história de amor entre um gourmet refinadíssimo de fins do século XIX e a cozinheira que trabalhava para ele há 20 anos. No decurso desse tempo, eles dividiram a mesa e a cama sem consolidar uma relação de casal. Até porque, como todos os personagens do filme, eles parecem viver somente em função de comer bem e ver os outros comerem. Para ler o texto de Carlos Alberto Mattos clique aqui









"Great Yarmouth: Provisional Figures": o vampirismo do corredor de longa distância




Ver o mais recente filme de Marco Martins é, como acontece com todo o grande cinema sujo do grão digital e dos heróis do proletariado global, olhar. Já estive perante as suas imagens em duas ocasiões diferentes e, em ambas, vi a apoderar-se de mim aquele martelante ensaio de John Berger «Why Look at Animals», que sempre no tom sussurrante da verdade, gentil porque sábio e porque sábio então gentil, nos conta como não olhamos os animais e, em conclusão, como eles já não conseguem também olhar para nós. Para ler o texto de Susana Bessa clique aqui


Cenários para a literatura




Falando na corda bamba




Para ler as considerações de Marcelo Ridenti sobre dois livros: “Na corda bamba”, de Daniel Aarão Reis e “Sobre o que não falamos”, de Ana Cristina Braga clique aqui



 




Saul Bellow - Literatura e Racismo




Em uma entrevista para o New York Times em 1987, Saul Bellow, prêmio Nobel de literatura de 1976, perguntou: Quem é o Tolstói dos Zulus, o Proust dos Papuas? Eu gostaria muito de lê-los.” Esta pergunta não faz nenhum sentido, mas revela a crença de Bellow na  superioridade da cultura ocidental. Para ler o texto de Franklin Frederick clique aqui







Édouard Louis faz uma leitura contundente da sociedade francesa, da opressão de classe e da política do país




O ambiente íntimo, familiar e a maneira como esse espaço é moldado e transformado por fatores externos – a política, as normas sociais, os padrões e regras impostos historicamente aos papéis de pai, mãe, filho, homem e mulher – é o espaço rememorado e analisado pelo escritor francês Édouard Louis em dois livros breves e pungentes. “Quem matou meu pai” e “Lutas e metamorfoses de uma mulher” foram publicados pela Todavia Livros em 2023, com tradução de Marília Scalzo. Para ler o texto de Gabriel Pinheiro clique aqui

Reflexões sobre o tempo presente





Então, estamos ou não no Antropoceno?




Para além dos vestígios geológicos, a influência das atividades do ser humano no clima, na perda da diversidade biológica, na destruição das florestas, na acidificação dos oceanos, nas alterações dos ciclos de nitrogênio e fósforo e na composição da atmosfera são evidentes. Um pequeno grupo de geólogos pode não ter entrado em acordo, mas as provas científicas do impacto humano na Terra são esmagadoras”, escreve Juan F. Samaniego, jornalista científico. Para ler seu texto clique aqui








Ensaio sobre a transmutação do homem burguês




Tanto para o capitalismo, como inicialmente para o socialismo, “a vida real de homens reais” ainda será a que comanda tanto os níveis de consciência como os fetiches e as coisas reificadas como mercadorias. Para ler o texto de José Manuel de Sacadura Rocha clique aqui








Como a entropia nos leva ao decrescimento




As economias circulares e outras economias verdes são prisioneiras de esforços infrutíferos para divorciar o crescimento de seus efeitos ecológicos prejudiciais. Para ler o texto de Crelis Rammel clique aqui

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