domingo, 9 de fevereiro de 2014

O teatro contemporâneo, segundo Gerd Bornheim

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Gerd Bornheim dedicou parte considerável de sua obra ao teatro. Publicou três livros (e uma seção em outro) sobre esse assunto, em edições que vieram a lume em intervalos inferiores a dez anos. No entanto, embora o teatro contemporâneo estivesse no centro de suas atenções, raramente se encontra em seus textos referências a peças ou encenações determinadas. Um acompanhamento cuidadoso da cena teatral, no entanto, faz-se visível nas entrelinhas desses volumes. Tudo indica que Bornheim não explicita sua intimidade com o teatro contemporâneo por uma estratégia deliberada. Afinal, ele sempre procurou, desde seus ensaios iniciais nos anos 1960, se dissociar do modelo de crítica teatral predominante no país.
Os mais conhecidos críticos de teatro brasileiros, entre os quais cabe incluir, sem muita controvérsia, Décio de Almeida Prado e Sábato Magaldi, dedicaram-se à crítica cotidiana de peças e encenações, uma tarefa exercida principalmente em jornais e revistas. Esses esforços foram posteriormente desdobrados em histórias do teatro brasileiro, as quais serviam também como uma espécie de anteparo intelectual da crítica pontual. Os modelos de empreendimento crítico de Almeida Prado e Magaldi – entre os quais se destacam os dois órgãos que Décio fundou e dirigiu: a revista Clima e o Suplemento Literário do jornal O Estado de S. Paulo – tinham como paradigma a tradição crítica iniciada na França e na Inglaterra, ao longo do século XVIII. Essa vertente iluminista foi complementada, seguindo o modelo da crítica europeia do século XIX, pela incorporação da vertente romântica. Daí essa conjugação um tanto inusitada, mas quase “naturalizada” por seu largo uso, de crítica cotidiana e panorâmicas histórias nacionais.
A reflexão sobre o teatro de Gerd Bornheim destoa completamente desse figurino. 
Para ler o texto completo de Ricardo Musse clique aqui

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