segunda-feira, 26 de agosto de 2013

KAFKA & GUIMARÃES ROSA: A sociedade do controle soberano

O cenário da luta pelo poder ocorre também e talvez até antes de tudo no campo semântico, da produção de sentidos. Os sentidos dominantes numa sociedade são precisamente o daqueles que detém o poder. E o que é o sentido? O sentido é simplesmente o que nos faz sentido, aquilo que entendemos como importante em todas as dimensões da vida: o sentido do amor, da religião, do trabalho, da política, da arte, da amizade, da vida social, enfim.
Não existe, por outro lado, nada mais impalpável que o sentido. Não o vemos. Não é concreto e esfumaça-se no ar mal o lemos, ouvimos, pensamos, sonhamos, produzimos, sem contar que nunca é coeso e puro, razão por que não existe o sentido, mas aglomerados de sentidos, de significações que são ao mesmo tempo políticas, subjetivas, econômicas, ideológicas, impuras, contraditórias, errantes.
Esse aspecto escorregadio, difuso e imaterial dos sentidos nos coloca diante das seguintes questões: onde está o sentido de algo? Está oculto ou, pelo contrário, na superfície, à vista? A partir de onde buscar o sentido de um texto literário, de uma manifestação de rua, de um filme? Em Investigações filosóficas (1953), o filósofo austríaco Wittgenstein (1889-1951) assim se posiciona sobre essas questões de sentido: “É no estado civil das contradições e no seu estado no mundo civil, eis o problema filosófico”, problema de sentido.
Para ler o texto completo de Luís Eustáquio Soares clique aqui

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