terça-feira, 23 de abril de 2013

Como o consumo de notícias nos torna infelizes

Nas últimas décadas, aqueles mais felizes dentre nós reconheceram os perigos de uma vida com superabundância de comida (obesidade, diabetes) e começaram a mudar as dietas. Mas a maioria, entre nós, não compreende que a notícia é para a mente o que o açúcar é para o corpo. A notícia é fácil de digerir. A mídia nos alimenta com pedacinhos de assuntos triviais, guloseimas que não dizem respeito às nossas vidas e não exigem muito raciocínio. É por isso que quase não sentimos uma saturação. Ao contrário de ler livros e artigos extensos em revistas (o que exige raciocínio), engolimos quantidades ilimitadas de flashes das notícias que são caramelos coloridos para a mente. Hoje, chegamos ao mesmo ponto em relação à informação do que havíamos chegado há 20 anos em relação à comida. Estamos começando a reconhecer como as notícias podem ser tóxicas.

As notícias enganam – Vejam o seguinte exemplo (tomado emprestado do ensaísta e professor libanês-americano Nassim Taleb): um carro trafega sobre uma ponte e a ponte cai. Qual será o foco da mídia jornalística? O carro. A pessoa no carro. De onde ela vinha. Onde pretendia ir. Como sentiu o acidente (caso tenha sobrevivido). Mas tudo isso é irrelevante. E o que é relevante? A estabilidade estrutural da ponte. Esse é o risco subjacente que tem ficado escondido e pode estar escondido em outras pontes. Mas o carro é chamativo, é dramático, é uma pessoa (não-abstrata) e é uma notícia barata para produzir. As notícias nos levam a andar às voltas com o mapa de riscos completamente errado em nossas cabeças. Por isso, o terrorismo é supervalorizado. O estresse crônico é subvalorizado. O colapso da [empresa de serviços financeiros] Lehman Brothers é supervalorizado. A irresponsabilidade fiscal é subvalorizada. Os astronautas são supervalorizados. As enfermeiras são subvalorizadas.
Para ler o texto completo de Rolf Dobelli clique aqui

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